domingo, 17 de dezembro de 2023

A verdadeira alegria em todo o tempo (16/12)

                                                     

A verdadeira alegria em todo o tempo

Exultemos de alegria no Senhor, porque cremos n'Ele vivo e Ressuscitado e tão somente n'Ele encontramos a verdadeira alegria.

A vida de quem crê tem que ser marcada por sinais de alegria evangélica, jamais de pranto, lamentos sem perspectivas ou da aflição sem consolo.

Os Evangelhos nos convidam a olhar para o Crucificado, de modo que compreendamos a lógica da Sua vida, para também compreendermos que a alegria evangélica não está na ausência da Cruz e que a Cruz não é uma derrota definitiva, mas uma passagem necessária.

A alegria cristã tem matizes diferentes da alegria do mundo, por isto se pode falar no confronto de dois tipos de alegria:

A alegria do mundo, facilmente compreensível, pois se baseia em ser jovem, belo, com saúde, com muito dinheiro e sucesso à maneira do "quero tudo e já", possivelmente sem muita fadiga, sem renúncias, sacrifícios, e tudo imediatamente e sem tempo de espera ou que se prolongue tanto (“cultura líquida” – uma característica da pós-modernidade).

Bem diferente e bem mais profunda é a outra alegria, porque nasce da paciência de amar e aprender a amar, e não obstante, não desdenha as mil alegrias do mundo, mas sabe, em profundidade, ligar-se ao que não passa e não pode desiludir, discerne entre o essencial e acessório, o eterno e o provisório.

tristeza momentânea sentida pelos discípulos, quando da  passagem de Jesus para o Pai, não é apenas uma partida que deixa os discípulos "no exílio longe do Senhor' como diz Paulo (2 Cor 5,6); mas é também um modo de viver a revelação.

Esta tristeza, com a Ressurreição do Senhor e a vinda do Espírito Santo, se tornará uma alegria plena e que ninguém poderá tirar.

Esta alegria será testemunhada mediante a fé, acolhida, anúncio e testemunho da Palavra de Jesus, no serviço aos irmãos e, sobretudo, sentida ao participar com piedade, consciente e ativamente da Refeição Eucarística, quando antecipamos a Sua vinda –“Anunciamos Senhor a Vossa Morte e proclamamos a Vossa Ressurreição, Vinde, Senhor Jesus!”.

Consolidemos a verdadeira alegria, na fraternidade, na comunhão, no perdão, solidariedade e partilha, para não nos desvalorizarmos e tão pouco sucumbirmos diante das dificuldades da vida e não sermos por elas submersos, aniquilados.

Vivamos o Tempo do Advento, na espera do Senhor que vem, carregando a cruz com fidelidade e fé no Ressuscitado, nutridos pela Palavra e Eucaristia, assistidos pelo Espírito Santo de Deus, sentindo a verdadeira alegria, que o mundo não pode garantir e tão pouco nos privar, com fé, esperança e caridade.

Vivamos intensamente o Tempo do Advento para celebrarmos um santo e verdadeiro Natal do Senhor!

 
PS: Livre adaptação do Lecionário Comentado - Volume do Tempo Pascal - Editora Paulus - Lisboa - 2011 - pág. 597-598. 

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG