A alegria cristã do Natal é fruto da conversão
“Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 4, 4)
O 3º Domingo do Advento é chamado de “Domingo Gaudete”, ou seja, Domingo da Alegria, pois está próxima a chegada do Senhor, cujo Natal vamos celebrar.
A Liturgia da Palavra (ano C) é um convite à preparação mais frutuosa, ativa e piedosa, para que esta alegria seja transbordante na Noite Feliz do Nascimento do Redentor da Humanidade.
Alegria que será fruto de nosso empenho de conversão profunda e sincera, como aparece explicitamente na Palavra proclamada.
A passagem da primeira Leitura (Sf 3,14-18a) retrata a realidade do século VII a. C, em que o povo vivia num contexto de pecado (adivinhação, magia, injustiças, idolatria, materialismo, relaxamento religioso, infidelidade), e o Profeta Sofonias faz um convite para que este volte a Javé vivendo na graça (fidelidade, esperança, alcançando a felicidade, vida em plenitude e salvação).
A passagem da segunda Leitura (Fl 4,4-7) foi escrita quando Paulo estava na prisão, e este fez suas recomendações à comunidade, para que vivesse na alegria, que se traduz numa prática de bondade, Oração e confiança em Deus.
Viver a alegria pela certeza de que a libertação que o Senhor prometeu está para chegar, agindo com mansidão e tolerância para com o próximo, acompanhada da confiança em Deus, numa abertura de diálogo apresentando a Ele as dores, dificuldades, tropeços, sem jamais perder a esperança, pois é próprio do Amor de Deus vir sempre ao nosso encontro.
Deus que nos ama, jamais nos abandona e esta é uma certeza que deve encher o coração dos discípulos de alegria.
Reflitamos:
- É Jesus, de fato, o fundamento de nossa alegria?
- Renovamos no Senhor, em Sua Palavra e na Eucaristia a verdadeira alegria?
Na passagem do Evangelho (Lc 3,10-18), uma grande pergunta foi feita a João Batista (e que se torna nossa): o que devemos fazer para preparar a chegada do Senhor?
A primeira grande atitude é a conversão, para corresponder melhor ao Amor de Deus, deixando de lado todo medo que cria bloqueios, pessimismos, angústias e sofrimentos.
O amor vivido nos faz crescer e nos introduz cada vez mais na vida nova que o Batismo propicia.
João apresenta três atitudes:
- Passar do egoísmo à partilha e à solidariedade.
- Passar da prática da injustiça à prática da justiça, vivendo uma vida na graça;
- Passar da violência à paz.
Estas atitudes, assumidas e aprofundadas no quotidiano, nos permitirão sentir a verdadeira alegria do Natal que Deus quer nos oferecer.
Alegria vivida acompanhada da prática da bondade, confiança, Oração e comunhão com Deus.
Nossa alegria será diretamente proporcional ao amor que possamos viver. Amor que o Bispo São Pedro Crisólogo (séc. V) assim descreveu:
“O amor ignora as leis, não tem regra, desconhece medida. O amor não desiste diante do impossível, não desanima diante das dificuldades”.
Estamos nos aproximando do Natal. Não percamos tempo em questões fúteis e enganadoras. Ponhamo-nos mais do que nunca numa atitude de abertura e conversão, para que a verdadeira alegria seja sentida por todos nós no Natal, pois celebraremos o Nascimento da Fonte Divina da Alegria, do amor, da bondade, da ternura, da mansidão, da solidariedade: Jesus.
Temos sempre algo a mudar em nossa vida. Se quisermos sentir alegria cristã do Natal a conversão é uma necessidade que se nos impõe.
Ainda é tempo e sempre será tempo de sincera conversão para um Santo Natal.
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