Alegremo-nos, o Senhor está para chegar!
“Alegrai-vos sempre no Senhor, de novo vos digo,
alegrai-vos: O Senhor está perto” (1)
A Liturgia do 3º Domingo do Advento (ano A) é um convite à alegria pela proximidade do Senhor que está para chegar, cujo nascimento no Natal haveremos de celebrar.
Estamos, portanto, no Domingo da Alegria, que a Igreja chama de Domingo “Gaudete”.
A Palavra nos convida a não nos inquietarmos com nada: “Alegrai-vos, pois a libertação está para chegar”.
Na primeira Leitura, ouvimos a passagem do Profeta Isaías (Is 35, 1-6a.10), em que este tem o desejo de despertar a esperança e a confiança nos exilados.
Está próxima a chegada de Deus, que conduzirá o povo para a Terra da liberdade, da vida plena e feliz.
Trata-se de um hino em que se convida à autêntica alegria, deixando de lado todo desânimo, pois a ação de Deus consiste em gerar vida em abundância.
O Povo de Deus vive um segundo êxodo, ainda mais grandioso que o primeiro. É preciso que olhe o mundo com os olhos da esperança, jamais com os óculos do desespero, para não sucumbir diante das forças da morte que não prevalecem para sempre.
Nisto consiste o verdadeiro Advento: a contemplação da intervenção divina; e ser, no mundo, como o profeta Isaías uma testemunha da alegria, da confiança em Deus e da esperança que n’Ele não decepciona.
De fato, ser Profeta é remar contra a maré, vendo o mundo com os olhos de Deus. É preciso, no mundo, ontem, hoje e sempre, homens e mulheres que deem este testemunho.
Na passagem da segunda Leitura (Tg 5,7-10), Tiago exorta a comunidade a não desistir da espera do Senhor que vem, cultivando a paciência e a confiança.
Na passagem da segunda Leitura (Tg 5,7-10), Tiago exorta a comunidade a não desistir da espera do Senhor que vem, cultivando a paciência e a confiança.
Tiago é um sábio judeu-cristão que repensa, de maneira muito original, as máximas da sabedoria judaica, vividas plenamente nas Palavras e ação do Senhor.
Preocupa o autor o abuso da sobreposição da fé às obras, bem como o abuso dos ricos sobre os pobres.
Exorta à perseverança, à união e a não perda dos valores cristãos, apresentando para isto, a proposta de uma autêntica vida cristã.
Acentua nesta passagem a esperança que deve iluminar o coração de todos na comunidade, pois a libertação está para chegar, mas a confiança no Senhor não nos permite o cruzar dos braços.
Esta esperança, acompanhada da paciência e confiança, é que dá coragem na luta, no bom combate da fé, em sua perfeita tradução em obras.
Esperar com confiança, mas sem revolta. Empenhar-se prontamente para o Projeto Libertador de Deus, que significa para nós a verdadeira preparação para o Natal.
No Evangelho (Mt 11,2-11), refletimos sobre a ação de Jesus que veio para comunicar vida, alegria e luz. Um Reino de justiça e de paz com Ele se inaugura.
A passagem pode ser dividida em duas partes: na primeira, Jesus responde a pergunta de João Batista, confirmando que Jesus é Ele mesmo, o Messias esperado.
Na segunda, temos a descrição, pelo próprio Jesus, de Sua Pessoa, mensagem e missão.
A mensagem central é que Deus vem sempre ao nosso encontro, jamais nos abandona e sempre continuará a vir, oferecendo-nos a Salvação.
Com Ele tudo se transforma: os desesperados encontram a esperança; os surdos recuperam a possibilidade de escutar a Sua Palavra em comunicação autêntica; os cegos voltam a enxergar um novo horizonte; os coxos e paralíticos reencontram a liberdade, o dinamismo para a vida e, finalmente, os pobres, correspondendo ao Amor de Deus, vivem a partilha e a solidariedade. O mundo marcado pela mentira e fingimento dará lugar ao mundo novo marcado pela verdade, sinceridade.
Com Jesus, na acolhida de Sua Pessoa e Sua Palavra, tudo se renova. Nisto consistirá para nós o Natal genuinamente cristão.
É esta a mensagem que a Liturgia do Domingo “Gaudete” nos apresenta: alegria verdadeira somente com Deus, e em Deus, pode ser encontrada; e esta tão somente é alcançada no exato momento que reconhecemos nossa fragilidade e nos abrimos à manifestação do poder de Deus e de Sua presença, que comunica graça e perdão.
Somos feitos por Deus para a alegria. Que jamais a percamos, cultivando a paciência necessária, e o nosso olhar de fé seja sempre renovado.
A Liturgia do Advento, os momentos pessoais, familiares e comunitários de Oração e uma boa confissão devem nos transformar.
Reflitamos:
Ø Como estamos preparando o Natal do Senhor?
Ø Como andam nossa alegria, confiança e esperança no Senhor?
Ø Qual é o fundamento de nossa alegria?
Ø Em que consiste a verdadeira alegria que Deus quer nos oferecer?
Ø Num mundo marcado pela depressão, tristeza, dor e morte, como ser sinal de vida e de alegria?
Ø A alegria tem sido uma marca de nossas comunidades?
A Festa do Natal do Senhor se aproxima, muito mais que comemorada, é preciso que seja celebrada e, assim, a alegria e a esperança invadirão nosso coração. No coração dos que creem irromperá a alegria e a luz do Natal.
Não deixemos lugar algum para o desânimo, desesperança. Descruzemos os braços e abramos o coração.
Maranathá! Vem Senhor Jesus!
(1) Antífona de entrada da Missa do 3º Domingo do Advento.
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