A vigilância cristã
Na quinta-feira da 21ª
semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 24,42-51),
e refletimos o tema da vigilância necessária, como discípulos missionários do
Senhor.
Assim lemos no
Comentário do Missal Cotidiano:
“O tempo do cristão é o
tempo da espera: espera de Deus e de Seu evento, vivido na disponibilidade
interior da confiança e da esperança.
Faltando vigilância,
falta uma importante dimensão da fé: a capacidade constante de passar de um
estado de transitoriedade a outro.
Ainda hoje Jesus vem a
nós, como o ladrão da noite. Sabemos quanto é difícil discernir seu apelo e sua
presença nos acontecimentos do ‘hoje’ de Deus.
Dificilmente
reconhecemos Jesus e O recebemos, se não nos preparamos de contínuo e não
estamos prontos a cada instante.
Uma coisa sabemos pela
fé: Deus está de tal modo ligado ao homem que onde quer que estivermos, lá está
Ele, presente, ainda que não o saibamos.
É preciso romper as
barreiras, saltar os muros, ser infatigáveis na busca da comunhão com todos.
Então a espera será premiada”. (1)
A atitude de vigilância
na espera do Senhor que vem, é elemento constitutivo de nossa fé, na esperança
de um novo céu e uma nova terra, na prática concreta da caridade, pois tão
somente a caridade nos impele para sagrados compromissos com o Reino (2 Cor
5,14) – “Pois a caridade de Cristo nos compele, quando consideramos que um
só morreu por todos e que, por conseguinte, todos morreram”.
Vigilância em todo o
tempo, lugar e âmbitos, que nos interpela para o testemunho da fé, ainda que
situações adversas.
Vigilância nas palavras,
pensamentos, ações bem como nas indesejáveis omissões na prática da caridade,
que deve ser expressa pelo “...esforço interior de nos mantermos sempre na
presença de Deus, a fim de que os nossos pensamentos, afetos, intenções e obras
possam ser purificados por Aquele que é Santo por excelência, e que é capaz de
tornar os Seus filhos fiéis ao bem recebido, em condições de trabalhar e de
amar na espera d’Aquele que é o único que merece ser esperado”. (2)
Portanto, estarmos
vigilantes e acordados não é uma atitude opcional para os cristãos, pois somos
chamados a rezar, a trabalhar, a fazer o bem, mantendo viva a tensão para o
Senhor que vem – “Se, todavia, esperar alguém na nossa experiência, em geral
provoca sempre agitação e frustração, a vigilância cristã é estável e frutuosa.
O cristão sabe que a sua identidade de filho amado não depende só de si
próprio, mas está em relação direta com a atuação de Deus que age sempre em
nosso favor.” (3)
Deste
modo, é preciso que vivamos a vigilância:
- no
cultivo da espiritualidade, com a assiduidade na participação da Santa Missa,
bem como nos momentos de oração pessoal ou comunitária;
- na
vivência dos demais Sacramentos;
- no
cuidado da família: pais, filhos, irmãos...;
- na
atividade pastoral e/u ministério;
- na
prática dos Mandamentos divinos, sem jamais separar o amor a Deus do amor ao
próximo;
- no
cuidado de nossa Casa Comum.
(1)
Missal Cotidiano – Editora
Paulus – p.1207
(2)
Lecionário Comentado –
Volume Tempo Comum I – p. 218
(3)
Idem – p.217