quarta-feira, 3 de julho de 2024

A Palavra e as fibras mais íntimas do nosso ser...

                                           

A Palavra e as fibras mais íntimas do nosso ser...

A Liturgia da quarta-feira da 13ª Semana do Tempo Comum nos apresentará a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,28-34), e refletimos sobre o itinerário da Palavra de Deus:

“A Palavra de Deus pede para entrar em nossa vida até às fibras mais íntimas do nosso ser, e para se exprimir em amor e procura do bem.

Ela chama-nos a nos entregarmos a isso com todas as nossas forças e com a humildade de sabermos que não temos pretensões a alegar, mas só misericórdia a receber. [...]

O difícil texto do Evangelho descreve o confronto da Palavra da Salvação, que é Jesus, com o mundo das trevas, que manifesta todo o seu poder destruidor. [...]

Jesus está em terra pagã, e não chegou ainda o momento para os pagãos O receberem. Nós podemos ser hoje esses pagãos: está o nosso coração como a terra deles, hostil à Palavra?” (1)

Nisto consiste o itinerário da Palavra lida, ouvida, acolhida, meditada e na vida encarnada: penetrar até as fibras mais íntimas do nosso ser, somente assim ela volta para Deus produzindo os frutos que Ele tanto espera.

A vida é breve, a Palavra proclamada abundante. A sua penetração nas fibras mais íntimas de nosso ser, dependerá de cada um e cada uma.

Oremos:

“Ó Deus, a Vossa Palavra é luz verdadeira para os nossos passos, alegria e paz para os nossos corações; concedei que, iluminados pelo Vosso Espírito, a acolhamos com fé viva, para descobrirmos na escuridão dos acontecimentos humanos os sinais da Vossa presença. Amém!”


(1) Lecionário Comentado - Editora Paulus - Lisboa - pág. 640. 

Bebamos da divina fonte da Sagrada Escritura (XIVDTCB)

 


Bebamos da divina fonte da Sagrada Escritura

Sejamos enriquecidos pelo Comentário do Salmo (Sl 1,33) escrito pelo Bispo Santo Ambrósio (séc. IV):

“Primeiramente tens de beber o Antigo Testamento, para poder beber também o Novo. Se não bebes o primeiro, também não poderás beber o segundo.

Bebe o primeiro, para encontrar algum alívio em tua sede: bebe o segundo, para saciar-te de verdade. No Antigo Testamento encontrarás um sentimento de contrição; no Novo, a verdadeira alegria.

Aqueles que beberam, no que não deixa de ser um tipo, puderam saciar sua sede; aqueles que beberam no que é a realidade, chegaram a embriagar-se completamente.

Quão boa é esta embriaguez que comunica a verdadeira alegria e não envergonha em nada! Quão boa é esta embriaguez que faz avançar com segurança a nossa alma que não perdeu seu equilíbrio! Quão boa é esta embriaguez que serve para regar o fruto da vida eterna! Bebe, pois, esta taça da qual diz o profeta: E minha taça transborda.

Porém, são duas as taças que tens de beber: a do Antigo Testamento e a do Novo; porque em ambas tu bebes a Cristo. Bebe a Cristo, porque é a verdadeira vide; bebe a Cristo, poque é a pedra da qual brotou  água; bebe a Cristo, porque é fonte de vida; bebe a Cristo, porque é o canal cujo correr alegra a cidade; bebe a Cristo, porque é a paz; bebe a Cristo, porque de seu interior manarão rios de água viva; bebe a Cristo, e assim beberás o sangue que te redimiu; bebe a Cristo, e assim assimilarás as Suas palavras; porque palavra Sua é o Antigo Testamento, palavra Sua também é o Novo.

Chegamos a beber e a comer a Sagrada Escritura se o sentido profundo da terceira palavra vem a embeber as nossas almas, como se circulasse por nossas veias e fosse o motor que impulsionasse toda a nossa atividade.

Finalmente, não só de pão vive o homem, mas de toda palavra de Deus. Bebe esta Palavra, porém a bebe na ordem devida. Bebe-a no Antigo Testamento e apressa-te a bebê-la no Novo. Também Ele, como se apressasse a Si mesmo a fazê-lo, diz: Agora engrandecerá o caminho do mar, ao outro lado do Jordão, a Galileia dos gentios. O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz, habitavam na escuridão e uma luz reluziu para eles.

Portanto, bebe prontamente, para que brilhe para ti uma grande luz, não a luz de todos os dias, nem a do dia, nem a do sol, nem a da lua; mas aquela que afugenta as sombras da morte. Pois, aos que vivem nas sombras da morte é impossível que vejam a luz do sol e do dia. E, adiantando-se a tua pergunta: Por que tão maravilhoso esplendor, por que tão extraordinário favor?, responde: Porque um menino nasceu para nós, um menino nos foi dado. Um menino, que nasceu da virgem, Filho, que, por ter nascido de Deus, é Aquele que faz com que brilhe tão maravilhosa luz. Um menino nasceu para nós. Nós, aos crentes.

Nasceu para nós, porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Nasceu para nós, porque da Virgem recebeu carne humana, nasce para nós, porque a Palavra nos é dada. Ao participar de nossa natureza, nasce entre nós; ao ser infinitamente superior a nós, é o grande dom que nos é concedido.”

Como peregrinos da esperança, seja a oração nossa força e luz no caminho.

Bebamos sempre da inesgotável divina fonte da Sagrada Escritura, de coração contrito e humilhado, para transborde a alegria de Deus em nossos corações. Amém.

Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pág. 424-425

terça-feira, 2 de julho de 2024

O Senhor está conosco: nada a temer!

                                                               

O Senhor está conosco: nada a temer!

“Levantando-Se, ameaçou os ventos e o mar,
e fez-se uma grande calmaria” (Mt 8,26)

A Liturgia da Palavra, da Terça-feira da 13ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar), nos apresenta como Leituras: Livro do Gênesis (19,15-29) e Evangelho de Mateus (Mt 8, 23-27).

Na primeira Leitura, o Senhor fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra, e também a célebre passagem sobre a mulher de Ló que, olhando para trás, tornou-se uma estátua de sal.

Na passagem do Evangelho, Jesus presente na barca dando ordem aos ventos e ao mar, e concedendo uma grande calmaria.

O Missal Cotidiano, sobre a primeira leitura, apresenta estes questionamentos: 

Num mundo como o nosso, “Para onde poderiam fugir os justos, se Deus quisesse destruir as cidades pecadoras?”
- “Quais cidades poderiam declarar-se sem pecado?”

Em seguida, afirma que o real problema não é tanto o fugir materialmente, porque nem mesmo é preciso fugir, e como pecadores precisamos ter diante dos olhos os testemunhos dos justos, pois “O bom grão é destinado a crescer ao lado do joio, até a ceifa. O importante é que o bom grão não se torne joio”.

De fato, como cristãos, temos sempre um duplo princípio evangélico: não podemos nos isentar da responsabilidade pelo mal praticado e jamais nos omitirmos em sua eliminação.

Se há uma volta, é aquela acompanhada do arrependimento sincero e o propósito de não mais errar; de trilhar um novo caminho na mais perfeita sintonia com o querer e a vontade divina, com a certeza de que o Senhor está na “barca”.

Verdadeiramente, Ele está fazendo conosco a grande travessia e nos ajudando a superar o medo dos ventos contrários, símbolo das contrariedades e dificuldades que precisamos enfrentar com coragem, e vivendo nossa fé, experimentar a “calmaria” que Ele pode nos garantir, e então também diremos admirados como os discípulos: 

“Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” (Mt 8,27).



Missal Cotidiano - Editora Paulus - p.966

A fé no Senhor na travessia do mar da vida

                                            


A fé no Senhor na travessia do mar da vida
 
Reflexão à luz da passagem do Evangelho de Mateus (Mt 8,23-27), em que contemplemos o Amor de Deus, que está sempre de braços dados com a humanidade.
 
Sua mão está sempre estendida ao nosso alcance. Mais ainda, na travessia do mar, a partir da fé de Pedro, somos convidados a renovar nossa fé e confiança no poder de Deus e atravessar para a outra margem, comprometidos com o Reino de Deus.
 
A barca da Igreja fará a travessia para a outra margem, e Deus nos garante o êxito nesta travessia.
 
Tenhamos fé! A Salvação de Deus é para todos, mas depende do empenho de cada um de nós; de nossa abertura, da nossa entrega, do nosso compromisso e confiança.
 
Jesus está sempre nos dirigindo a Sua Palavra: “Vem, não temais, tende confiança...".
 
A escuridão de nossas noite será sempre iluminada; o medo será afastado; as forças devoradoras da vida serão vencidas; os ventos contrários cessarão e as tempestades serão acalmadas, pois elas não são e não serão para sempre. Em outro momento Jesus disse: “Coragem, eu venci o mundo!”
 
O simbolismo da passagem é extremamente rico: O mar é sinal de morte, frustração, desânimo, desilusão.
 
Vençamos as forças da morte! Façamos a mesma experiência de fé das primeiras comunidades.
 
A outra margem é o Banquete do Reino, que só será alcançado por quem não sucumbir, não submergir na luta. É preciso enfrentar o mar de dificuldades com fé.

Reflitamos:
 
- Qual o tempo reservo e dedico para a minha intimidade com Deus?
- Sei fazer silêncio para que Deus e Sua presença possa sentir?
 
- Quais são as raízes que não posso perder, ou que devo revitalizar, para corresponder ao Projeto de Salvação que Deus tem para mim e para a humanidade, para não ficar mergulhado num estéril intimismo que d’Ele, ao contrário, me afasta?
 
- Abro-me à Salvação que Deus me oferece e correspondo com gestos, compromissos, atitudes?
- Sou fiel aos valores do Reino?
 
- A Celebração Eucarística tem sido para mim o maior e o melhor momento do meu encontro com Deus e com os meus irmãos e irmãs?
- Tenho uma proposta credível, iluminadora,  para ao mundo apresentar e testemunhar?
 
Concluindo, crer no Cristo Ressuscitado é a certeza de que jamais seremos vencidos. 

Como disse o Apóstolo Paulo: “Nada nos separe do Amor de Cristo porque n’Ele somos mais que vencedores” (Rm 8,37).
 
Coragem!
 
Com o Senhor atravessaremos as noites escuras e enfrentaremos os ventos contrários. Amém.
 
“Creio em Deus Pai todo Poderoso...

Coragem! O Senhor está conosco

Coragem! O Senhor está conosco

“E Jesus perguntou:
Por que este medo, gente de pouca fé?
Então, levantando-se, deu ordens aos ventos
e ao mar, e fez-se uma grande calmaria.” (Mt 8, 26)

Senhor, somos Teus discípulos missionários,
E queremos viver com fidelidade e autenticidade
O seguimento de Ti, por isto suplicamos:
Dá-nos, Senhor, coragem para assumir as implicações desta missão,
Para levar a bom termo o bom combate da fé,
Pois não bastam entusiasmo e boa vontade.

Senhor, ajuda-nos a ter disposição de deixar muitas coisas para trás,
inclusive o conforto, os costumes, a cultura, se necessário,
e até mesmo os grandes valores que não forem os Teus.

Dá-nos a disposição de seguir em frente, de ir além,
sempre buscando o novo, para que a boa-nova aconteça,
escrevendo linhas de uma vida marcada por novos desafios.

Senhor, fica conosco e nos dê segurança para atravessar o lago
e buscar a outra margem, onde novas pessoas esperam
para serem evangelizadas, porque têm sede de vida e paz,
que somente encontrarão em Ti e em Tua Palavra,
portanto, que nada se anteponha ou sobreponha à Tua vontade, .
porque seguir-Te é colocar a evangelização acima de tudo.

Senhor, nesta travessia, nossa vida é constantemente marcada por turbulências
que nem sempre são fáceis de serem vencidas,
Muitas vezes temos a impressão de que seremos naufragados.
Tantas situações nos desafiam, e parecem maiores do que possamos suportar.
Reconhecemos, Senhor, nossa impotência diante de determinadas situações,
Faça com que nossa fé em Ti fale mais alto.

Senhor, não permita que nossa vida seja marcada pelo medo paralisante,
pela covardia ou pela transferência da responsabilidade para Ti.
Esteja conosco no assumir com coragem os desafios;
Reaviva em nós a certeza de que és nosso grande companheiro
E que sendo nosso eterno aliado, seremos mais que vitoriosos,
porque não realizaremos uma obra que é nossa, mas, antes de tudo, Tua.

Senhor, fica em nossa barca nesta longa travessia,
Tua Palavra nos dá força e coragem
Para enfrentar ventos contrários e ondas que geram medo;
Contigo nada poderá nos fragilizar, porque tens poder,
Tens poder sobre tudo e todos, sobre a vida e a morte,
E Teu amor na Cruz vivenciado, vitória do Ressuscitado.

Senhor, que jamais Te recusemos ou reneguemos,
Que jamais nos fechemos à evidência do Teu amor,
E com a sabedoria que vem do Teu Espírito,
Na fidelidade a Deus, Teu Pai e nosso Pai,
Saibamos discernir o que é essencial e mais importante
E nunca colocar nenhum bem material acima de Ti,
Porque és para nós o supremo bem, o bem maior. Amém.


PS: Fonte inspiradora: Mt 8, 23-27

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Memórias Missionárias...

                                                       


Uma página Missionária

 “O Deus da esperança, que nos cumula de toda 
alegria e paz em nossa fé, pela ação do
Espírito Santoesteja convosco!" (Rm 15,13)
Era o mês de julho de 2002, e eu estava em Missão na Diocese de Ji-Paraná – R(2000-2002).

Acabávamos de realizar a segunda rodada de visitas às Comunidades, que começamos em abril. Excepcionalmente, procuramos fazê-las aos sábados e domingos, pois era o tempo da colheita do café, e o povo das Comunidades ficava muito sobrecarregado.

Tivemos, em maio, uma Semana de reciclagem teológica para Padres e Irmãs, e, no começo de junho, o Encontro dos Presbíteros de nosso Regional Noroeste na Diocese de Ji-Paraná.

Foi uma experiência muito rica ao longo do Encontro. Diversos presbíteros, diversas realidades. Procuramos neste encontro um rosto, uma identidade para o presbítero nesta desafiadora realidade amazônica, como ainda o é.

No final de junho, ajudei o Pe. Afonso, Pároco da Paróquia de São João Batista, em Presidente Médici-RO, nas visitas às Comunidades simples e acolhedoras, sedentas de Deus, pois devido à falta de Sacerdotes, ficavam meses sem a Celebração Eucarística.

Em julho, recebemos a Visita Pastoral do Bispo D. Antonio Possamai, aos setores de nossas Comunidades (eram 10), e em cada um ficava o dia todo, conversando com pais, mães, juventude e crianças.

Ao final do dia, presidia a Celebração Eucarística, num clima de muita fé e alegria e esperança, pois o Povo estava muito abatido pela situação econômica que pesava sobre seus ombros. Sua presença renovava e estimulava as forças das lideranças das comunidades.

No dia 09 de julho, presidiu a Celebração Eucarística na Cidade, conferindo o Ministério do Batismo, da Eucaristia, da Visitação e do Matrimônio (testemunhas qualificadas) para aproximadamente 80 Ministros (as), que tiveram, anteriormente, um retiro num final de semana, com dias memoráveis de profunda espiritualidade:

Tudo isto num cenário político e econômico desafiador, pois estávamos preocupados com algumas questões que nos tocavam profundamente. Dentre elas, a gravíssima realidade da água no planeta, “o ouro azul do milênio”, as eleições, o fortalecimento dos Conselhos Municipais, o Mutirão Nacional contra a fome e a miséria etc.

No final de julho, participei de passeio Ecológico dos Padres da Diocese, em plena floresta amazônica Memorável pelos desafios, sobretudo para mim que vinha de uma realidade essencialmente urbana.

Em agosto e setembro, faríamos a terceira rodada de visita as Comunidades, indo pela manhã e voltando bem à noite, cansados, mas felizes pela missão realizada, revigorados pelo carinho e acolhida das comunidades.

Pela manhã, daríamos a formação para os Agentes, e à tarde, celebraríamos a Eucaristia com todo o Povo da Comunidade. Este jeito de visitar seria uma novidade. Ir ao encontro do Povo, procurar ser maior presença, dentro de nossos limites econômicos e recursos humanos.

Ainda sobrou um tempinho para a Copa do Mundo 2002, em julho! Ganhamos o penta! E torcíamos também para que o Brasil encontrasse caminhos para superação da fome e da miséria a que eram condenados mais de 53 milhões de brasileiros (as). Deste modo, venceríamos outros campeonatos que nos desafiam...

Caminhava para o final do terceiro ano em Missão. E 2003? Ainda não sabia. Os Bispos de lá me pediram para trabalhar no Seminário, na Formação, mas a Diocese de Guarulhos precisava que eu voltasse.

Em conversa com D. Luiz (in memoriam), o mesmo deixou a decisão em minhas mãos. Continuar em Rondônia seria minha livre e espontânea decisão, desligar-me de Guarulhos e incardinar naquela Diocese.

Por fim, depois de muita oração para discernimento, retornaria a Guarulhos, no final de dezembro de 2002.

O Amor e a Felicidade

                                                       



O Amor e a Felicidade

Reflitamos sobre o imensurável Mistério do Matrimônio, como nos disse o Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios (Ef 5, 21-33), partindo do pressuposto que o princípio de um matrimônio é o amor, e a sua meta é a felicidade.

- Mas, como alcançá-la?
- Quem e como a buscam?
- Quais são as exigências para que ela, a felicidade se concretize em sua melhor expressão?

- Quantos ignoram a Igreja, a Celebração, a Bênção, o Mistério Sagrado do Matrimônio?
- Quantos são levados pela indiferença do caráter sagrado e religioso do casamento?
- E quantos o buscam por aparência e conveniência social, sem os sinceros propósitos que são necessários para que seja celebrado?

Felizmente, há casais com sede de algo sagrado, que não se busca no imediatismo e durabilidade temporária das coisas; ou na superficialidade dos fatos; na precariedade dos relacionamentos e tão pouco na instabilidade dos sentimentos.

Há algumas exigências para que o matrimônio seja Sacramento, sinal do Amor de Deus pela humanidade, de Cristo pela Igreja. Reflitamos brevemente sobre elas.

O AMOR.
Com todas as letras em maiúsculo, pois, há casamentos que são amores com letras minúsculas, não suportam os ventos, as tempestades, porque muitas vezes edificados sobre a areia (Mt 7, 21-27).

Num casamento o princípio indispensável e fundamental de tudo é o Amor. Vive-se sem algumas coisas por algum tempo, mas não se vive sem o Amor por um segundo apenas!

O Amor é o princípio e a fonte do Amor é Deus.


A liberdade:
Ninguém pode casar por imposição, nem sob nenhuma condição exterior. Há de ser a expressão máxima da liberdade assumida diante de Deus.
Compromisso mútuo assumido na mesma medida e intensidade.

A fidelidade:
Acompanha o princípio do amor, que traz em si a semente da indissolubilidade – “O que Deus uniu o homem não separe”, e há de ser vivida na liberdade de dois corações que se uniram, não por imposição, tão pouco sob condição.
Casamento exige a liberdade e maturidade de ambos.

A indissolubilidade:
Realidade de comunhão indissolúvel, pois, expressa a mais bela e perfeita união de Deus com a humanidade e de Cristo com Sua Igreja.
Deixam de ser dois, tornam-se um.

A fecundidade:

Filhos não serão obras do acaso, mas frutos do amor que, por Deus, foi abençoado e vocacionado a frutificar em novas vidas.

Some-se ao que foi dito, o respeito, a responsabilidade, o zelo, a cumplicidade (como sinônimo de proteção e edificação mútua), e outros elementos podem ser mencionado para que o Casamento não perca seu brilho, para que a chama do primeiro amor não se apague, não perca seu brilho e vigor.

Os filhos devem estar presentes como graça de perpetuar a humanidade.

A Felicidade deve ser a Meta de todo casamento.
Desde o princípio Deus quis que o casamento fosse realização de sonhos; não a perpetuação de pesadelos.

Um casamento abençoado pelo Deus de Abraão, Isaac, Jacó terá como princípio fundamental o AMOR e como meta a FELICIDADE.

Amor vivido permanentemente e a felicidade buscada em perfeita sintonia e comunhão é compromisso irrevogável, inadiável, intransferível...

Mas, AMOR como princípio e FELICIDADE como meta passam pelo Mistério da Paixão, Cruz, Morte e Ressurreição; assumida em renúncias e esforços quotidianos:

 “Quem quiser Me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz de cada dia e me siga” (Lc 9,23).

Por isto diante do altar os noivos trocando palavras dizem – “Eu... Recebo você... por meu (minha) esposa (o) e lhe prometo ser fiel, amar e respeitar, na alegria e na tristeza; na saúde e na doença; todos os dias das nossas vidas!”. 

Portanto, é sempre tempo de revisão, amadurecimento, reorientação dos passos, revigoramento, reencantamento para que o horizonte do casamento, traga um ângulo diferenciado, redimensionado na busca da autêntica felicidade, com a desejável santificação do casamento.

Urge que não se intensifique as angústias, mas que se regue o chão da fé do coração humano; as sementes da esperança; deste modo farão florir o jardim do amor que todo lar deve ser.

E que esta reflexão ilumine também quem pretende chegar um dia diante do Altar para um Sacramento celebrar, testemunhando com a palavra e a vida que o Matrimônio é Sagrado, por Deus, abençoado, que jamais pode ser banalizado, diminuído, desacreditado, desvalorizado…

Cada lar, cada família deveria ser, e há de ser, um ensaio, e por que não, um pedaço de céu, onde a Felicidade frutificará como expressão de relacionamentos verdadeiros e fraternos; ternos e eternos.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG