quinta-feira, 28 de março de 2024

Quinta-feira Santa: conhecer bem, para celebrar melhor

 


Quinta-feira Santa: conhecer bem, para celebrar melhor
 
Reflitamos sobre a Quinta-feira Santa, com a qual iniciamos o Tríduo Pascal que nos envolve completamente, e se intensamente vivido, muda substancialmente a vida de quem o celebra ativa, consciente, piedosamente, com abundantes frutos de alegria, vida, amor e paz.
 
Com a Missa do Crisma normalmente celebrada pela manhã (pode ser antes, conforme a realidade de uma Diocese, como acontece conosco, quando celebramos na quinta-feira que antecede a Semana Santa), agradecemos a Deus a graça da Instituição do Sacerdócio, e somos enriquecidos com a bênção dos Santos Óleos dos Catecúmenos para o Sacramento do Batismo, o Óleo dos Enfermos e a Consagração do Óleo do Santo Crisma para também ser usado nas Ordenações Presbiterais, Episcopais, dedicação de altar e igrejas.
 
Na noite de quinta-feira, iniciamos o Tríduo Pascal, celebrando a Missa da Ceia do Senhor, e agradecemos a Deus de infinita bondade, a Instituição da Eucaristia, como memorial da Sua Nova e Eterna presença; recebemos o Mandamento Novo do Amor e aprendemos com Jesus, numa lição de humildade, a nos colocarmos sempre a serviço, quando lavou os pés dos discípulos.
 
Nessa Missa, a Palavra de Deus nos convida a refletir sobre a Eucaristia, ponto alto e fonte da vida cristã.
 
A Missa não tem fim em si mesma, continua em todo o nosso existir. Somos a presença d’Aquele que recebemos no mundo. Transformamo-nos n’Aquele que recebemos, vivendo o Novo Mandamento que Ele nos deu, criando laços mais humanos, belos e fraternos em atitude de servidores do Reino da Vida.
 
Em resumo, há um estreito vínculo indissolúvel entre a Eucaristia, a fraternidade universal, o amor e o serviço. Eucarísticos que somos, testemunhas críveis do amor também o seremos quando nossa vida for marcada por compromissos solidários em favor da vida, sobretudo dos mais empobrecidos – “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que Eu fiz...” (Jo 13,15).
 
Após a Missa, a Igreja fica em Vigília, em intensa adoração, recolhidos diante do Amor visível e tangível no Santíssimo Sacramento, a ser transladado para lugar oportuno.
 
As portas dos Sacrários ficam abertas e vazias, assim como Ele aniquilou-Se, despojou-Se de tudo para nos enriquecer de todos os bens e de toda graça, nos devolvendo a condição filial perdida, fazendo resplandecer a face sem brilho pelo pecado de nossos primeiros pais.
 
E assim, damos o início ao maravilhoso Tríduo Pascal, culminando na Celebração da Páscoa do Senhor, a Sua Gloriosa Ressurreição, então cantaremos o Aleluia.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG