Reflitamos sobre pequeno trecho da “Catequese de Jerusalém” (séc. IV):
“Se foste bem instruído pela doutrina da fé, acreditas firmemente que aquilo que parece pão, embora seja como tal sensível ao paladar, não é pão, mas é O Corpo de Cristo. E aquilo que parece vinho, muito embora tenha esse sabor, não é vinho, mas é o Sangue de Cristo.
Antigamente, bem a propósito, já dizia Davi nos Salmos: O pão revigora o coração do homem e o óleo ilumina a sua face (Sl 104,15). Fortifica, pois, teu coração, recebendo esse pão espiritual e faze brilhar a alegria no rosto de tua alma.
Com o rosto iluminado por uma consciência pura, contemplando como num espelho a glória do Senhor, possas caminhar de claridade em claridade, em Cristo Jesus, Nosso Senhor, a quem sejam dadas honra, poder e glória pelos séculos sem fim. Amém!”.
Voltemo-nos ao Salmo citado:
“De vossa casa as montanhas irrigais,
Com vossos frutos saciais a terra inteira;
Fazeis crescer os verdes para o gado
E as plantas que são úteis para o homem;
Para da terra extrair o seu sustento
E o vinho que alegra o coração,
O óleo que ilumina a sua face
E o pão que revigora suas forças”.
Relacionando o Salmo com a Eucaristia, que Jesus instituiu como sinal permanente do Seu Amor por nós, concluímos:
Nela, na Palavra Proclamada, somos iluminados... Nosso coração arde! Nela, com o Pão e o Vinho, somos fortalecidos, revigorados, nutridos, inebriados… Nossos olhos se abrem! Na Eucaristia recebemos a força, a alegria e a luz!
Tenhamos, como eucarísticos que devemos ser, a alegria no rosto de nossa alma, porque não nos alimentamos de um pão qualquer, mas do Pão que não passa: o Pão da Eternidade!
O grande teólogo e Doutor da Igreja, Santo Tomás de Aquino, afirmou: “Não há outro Sacramento mais salutar do que este, pois nele, os nossos pecados são destruídos (nos renovamos e reconciliamos com a Trindade Santa); nossas virtudes crescem, bem como nossa alma é plenamente saciada, enriquecida de todos os dons espirituais.”
Santo Inácio de Antioquia definia o Pão eucarístico como “remédio de imortalidade e antídoto para não morrer”.
Tenhamos sempre o coração fortalecido e o rosto iluminado, como é próprio de quem acolheu a Luz do Santo Espírito.
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