quinta-feira, 28 de março de 2024

Chamados à Santidade...

                                                     


Chamados à Santidade...

Na Quinta-feira Santa, celebramos com toda a Igreja, além da Instituição da Eucaristia, do Mandamento do Amor, que o Senhor nos deu na última Ceia com Seus discípulos, a instituição do Ministério Sacerdotal.

O Missal Dominical acentua que o Sacerdócio e a caridade estão estreitamente ligados ao Sacramento da Eucaristia, compreendido em sua globalidade, e de modo mais preciso. (1)

Deste modo, o Presbítero é colocado à frente da comunidade pelo Bispo, para colaborar com este no cuidado do rebanho.

Para aprofundar a missão do Presbítero, retomemos uma breve passagem que nos fala sobre a missão do Bispo, e quais as virtudes necessárias que este deve ter, no cultivo de uma autêntica espiritualidade que revela a presença e ação do Cristo Bom Pastor:

“Como os Apóstolos, o Bispo recebe o mandamento de pregar o Evangelho e de guiar o rebanho de Deus, à imagem do ‘grande Pastor’ das ovelhas (Hb 13,20; João 11, 11-15), o próprio Cristo; de oferecer a Deus, em virtude da autoridade sacerdotal, os dons da Igreja, de conferir encargos e mandatos para a utilidade e o bem comum, de julgar e de reconhecer os espíritos e os carismas. 

A serviço dessas tarefas, o Bispo deverá empenhar um coração puro, uma vontade firme, uma opinião segura, uma misericórdia incansável, uma coragem sem titubeios.

As virtudes que deverão predominar no Bispo são as mais nobres e certamente as mais árduas; as leituras propostas se comprazem em apontá-las: probidade de espírito, sobriedade de costumes, vida familiar exemplar, solidez de doutrina, rigor na disciplina e na verdade, um rigor temperado pela brandura do coração, pela capacidade de mediar entre contrastes e inimizades até se revelar sinal confiável da caridade e unidade”. (2)

Quanto aos Presbíteros, no que diz respeito à sua espiritualidade e virtudes, vale em grande medida o que se refere ao Bispo, mas com uma evidente predominância do destaque dado às virtudes que devem se fazer presentes na vida destes.

Oremos pelos Bispos e Presbíteros a serviço da Igreja, para que tenham uma espiritualidade bem cultivada e nutrida pela Eucaristia, enriquecidos por nobres virtudes.

Bem sabemos que Deus chama para cuidar do rebanho homens com limitações, fragilidades, e a cada passo, devem se deixar moldar pela Mão Divina, e se enriquecer por todos os dons do Espírito, que assiste, acompanha, ilumina e conduz a Sua Igreja, para que o rebanho não pereça por falta de Pastores. E que todos os que deram seu sim, pastores do rebanho o sejam, de fato.

Devem, portanto, mergulhar neste tempo favorável de silêncio e Oração para rever o Ministério Presbiteral, que Deus, por Sua infinita bondade, confiou, bem como, rever de que modo ajudar os irmãos no Ministério a viverem, com ardor, o chamado, reavivando no coração a chama do “primeiro Amor pelo Senhor”, que os levou a tudo renunciar, para, com maior disponibilidade, o Sublime e Divino Mestre seguir.

Assim, os Presbíteros, e todo o Povo de Deus, são chamados à santidade e à prática do Mandamento do Amor, com o mesmo e intenso zelo e apaixonamento por Cristo.

Que ao celebrarmos o Tríduo Pascal tudo isto possa se renovar no coração de todos os Presbíteros, para que com alegria e coragem, deem testemunho do Cristo Ressuscitado.


(1) Missal Dominical – p.286;
(2) Dicionário de Homilética - Manlio Sodi Achille M. Triacca (orgs) – p.1214.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG