Eucaristia:
Sacramento da unidade e da caridade
Vivendo
o Tempo Pascal, sejamos iluminados pela mensagem dos “Livros a Monimo”, escrita
pelo Bispo de Ruspe, São Fulgêncio (Séc.VI), que nos fala da Eucaristia, como
Sacramento da unidade e da caridade.
“A
edificação espiritual do corpo de Cristo realiza-se na caridade, segundo as
palavras de São Pedro: ‘Como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um
sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a
Deus, por Jesus Cristo’ (1Pd 2,5).
Esta
edificação espiritual atinge sua maior eficácia no momento em que o próprio
Corpo do Senhor, que é a Igreja, no Sacramento do Pão e do Cálice, oferece o
Corpo e o Sangue de Cristo: ‘o cálice que bebemos é a comunhão com o sangue de
Cristo; e o pão que partimos, é a comunhão com o corpo de Cristo. Porque há um
só pão, nós todos participamos desse único pão’ (cf. 1Cor 10,16-17).
Por
isso pedimos que a mesma graça que faz da Igreja o Corpo de Cristo, faça com
que todos os membros, unidos pelos laços da caridade, perseverem firmemente na
unidade do corpo.
E
com razão suplicamos que isto se realize em nós pelo dom daquele Espírito que é
ao mesmo tempo o Espírito do Pai e do Filho; porque sendo a Santíssima
Trindade, na unidade de natureza, igualdade e amor, o único e verdadeiro Deus,
é unânime a ação das três Pessoas divinas na obra santificadora daqueles que
adota como filhos.
Eis
por que está escrito: ‘O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado’ (Rm 5,5).
O
Espírito Santo, que é unidade do Pai e do Filho, realiza agora naqueles a quem
concedeu a graça da adoção divina, transformação idêntica à que realizou
naqueles que receberam o mesmo Espírito, conforme lemos no livro dos Atos dos
Apóstolos: ‘A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma’ (At 4,32).
Quem fez dessa multidão dos que creram em Deus um só coração e uma só alma, foi
aquele Espírito que é unidade do Pai e do Filho e com o Pai e o Filho é um só
Deus.
Por
isso, o Apóstolo exorta a conservarmos com toda a solicitude esta unidade do
espírito no vínculo da paz, quando diz aos Efésios: ‘Eu, prisioneiro no Senhor,
vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: com toda a
humildade e mansidão, suportando-vos uns aos outros com paciência, no amor.
Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo
e um só Espírito’ (Ef 3,1-4).
Deus,
com efeito, enquanto conserva na Igreja o amor que ela recebeu pelo Espírito
Santo, transforma-a num sacrifício agradável a seus olhos. De modo, que,
recebendo continuamente esse dom da caridade espiritual, a Igreja possa sempre
se apresentar como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”.
Seja
cada vez mais nossa espiritualidade Eucarística: impossível o discipulado sem
que celebremos e comunguemos o Corpo e Sangue do Senhor (por vezes
espiritualmente).
Saciados
pelo Pão de Imortalidade, antídoto para não morrermos (cf. Santo Inácio de
Antioquia), somos revigorados e animados para edificar a Igreja.
Oportuno
concluir com as palavras do Papa São João Paulo II, que, em seus últimos
escritos sobre Eucaristia: Ecclesia de Eucharistia – 2003 e Mane Nobiscum
Domine – 2004), assim nos falou:
“A
Eucaristia é amor levado ao extremo”;
“A
Eucaristia edifica a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia”;
“A
Eucaristia cria comunhão e edifica para a comunhão”;
“Na
simplicidade dos sinais do banquete se esconde o abismo da santidade de Deus”;
“A
Eucaristia é verdadeiramente um pedaço do céu que se abre sobre a terra – é um
raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da história e vem
iluminar nosso caminho”;
“...
o cristão, que participa na Eucaristia, dela aprende a tornar-se promotor de
comunhão, de paz, de solidariedade em todas as circunstâncias da vida... a Eucaristia como uma grande escola de
paz...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário