Silêncio...
“Não vos deixarei órfãos...”
(Jo 14,18)
Assim falou o Papa Francisco, na Praça São Pedro, em que também nos encontrávamos, ainda que não presencialmente:
“Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares”.
Silêncio...
Ruas e praças vazias, não ouço o passos apressados e tão pouco o som dos carros.
Escolas e universidades vazias, sem por isto o afastamento do saber que edifica.
Silêncio...
Estabelecimentos bancários, com atendimentos cada vez menos presenciais, graças à internet, acessados a distância.
Shoppings, lojas vazias ou fechadas, também refletindo o momento.
Silêncio...
Pistas dos aeroportos vazias à espera de aviões que não pousarão e tão pouco decolarão.
Estádios vazios; há muito não ouço o grito da torcida, jogos não há, nem choro ou alegria.
Silêncio...
Igrejas e Capelas com bancos vazios e, ao mesmo tempo, presentes nas casas pela graça dos meios de comunicação social. Famílias, pequenas Igrejas domésticas reaprendendo a encontrar o tempo para a oração, o recolhimento e fortalecimento na comunhão espiritual.
Silêncio...
Vivemos tempos difíceis, mas ocasião favorável para o silêncio e solitudes fecundas para avaliarmos e revermos projetos, rotas compromissos e sonhos; redirecionar a rota de nossas ambições desmedidas, para não fazer sofrer os mais empobrecidos.
Silêncio...
Coragem de fazer silêncio, colocando-nos diante da Verdade em Pessoa, que é o próprio Jesus Cristo, a Verdade que nos liberta, e nos apontará os rumos queridos por Deus para nós, e dias melhores haveremos de viver, porque órfãos jamais nos deixou: – “Não vos deixarei órfãos...” (Jo 14,18).
Silêncio para o fecundo silêncio.
Silêncio para aprender a silenciar.
Silêncio para falar o que for necessário.
Silêncio para calar o que preciso for.
Silêncio...
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