O não obsoletismo dos livros
Escrever é tornar possível ao outro, pela leitura, compreender o que se encontra e passa em nossa mente e coração.
Mais que isto, é ver a pauta de nosso quotidiano. Cada texto unido ao outro, formando como que um mosaico, refletindo intensamente nossa alma, anseios, preocupações...
São na exata medida a expressão do que nos norteia, nos consome e nos pauta.
Escrever é como desnudar a mente para que o outro a conheça. E, quando temos retorno, o mesmo se dá, pois vemos quando e como conseguimos chegar ao coração e à mente do outro.
Nem todos escrevem. Talvez por que não tenham o dom ou por receio de desvelar os próprios pensamentos, sentimentos, convicções, verdades que abraçamos e que nos movem.
Há livros que não têm a pretensão de ser uma obra prima. E, ainda que meus textos não se tornem um livro; ainda que apenas escritos na rede, eles são a mais pura e carinhosa partilha do que penso, acredito, semeio, anuncio, vivo. São como uma revelação tão desejada, como outrora se fazia.
Escrever um livro é possibilitar ao leitor participar deste processo de revelação.
Proclamaram o fim do livro. Não somo ao coro destes proclamadores. Acredito que o livro é a posse carinhosa e serena daquilo que desejamos devorar lentamente ou não, sempre ao alcance, no tempo e momento que queremos.
Quem disse que os livros passaram ou passarão? Não eu. Não comungo com aqueles que proclamam o seu obsoletismo.
Os livros estão vivos. É bem verdade que há livros e livros.
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