Todos ansiamos pela liberdade
“Conhecereis a Verdade e
a Verdade vos libertará” (Jo 8, 32)
Todos nós ansiamos pela verdadeira liberdade... Porém, dela podemos nos distanciar se a procurarmos em lugares e coisas erradas, tornando-nos, paradoxalmente, escravos do próprio desejo de liberdade, mas que é, na exata medida, a pura expressão do próprio egoísmo, autossuficiência e vazio existencial.
Apresento dois elementos importantes e indissociáveis para que alcancemos a libertação verdadeira:
O primeiro passa necessariamente pelo compromisso pessoal e comunitário com o Reino de Deus, e com a comunidade a qual pertencemos.
A vida precisa ser marcada por uma constante luta histórica de transformação da realidade, tendo como critério os valores do Evangelho: “Permanecei firme até a morte e a coroa da glória eu te darei” (Ap 2,10c). E disse o Senhor: “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (Lc 21, 17).
Este compromisso será cada vez mais profundo, sincero e frutuoso, quanto mais tenha sido o nosso encontro pessoal com o Senhor, que marcou, transformou e deu rumo novo ao nosso existir, renovando sempre a chama do primeiro amor vivenciado.
O segundo é a confiança inabalável da presença atuante de Deus na sua vida e na história de todos nós:
Deus é o grande companheiro que está ao lado dos que assumem a luta por um mundo novo; Aquele que não somente caminha, mas Se fez o próprio Caminho, que nos alcança a liberdade, porque somente a Verdade é que nos liberta: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32); e esta Verdade é Ele próprio, que veio conosco para que todos Vida plena tenhamos.
Como fez desde sempre, e de modo mavioso, contemplamos na passagem dos discípulos de Emaús, quando o Senhor caminha com os dois discípulos, lhes explica as Escrituras, fazendo arder o coração de ambos; parte o Pão com eles, abrindo-lhes os olhos para perceberem Sua verdadeira e nova presença, a presença do Ressuscitado.
Somente a relação indissociável destes dois elementos pode garantir um processo histórico verdadeiramente libertador de nós mesmos, do outro e toda a humanidade.
Vigilantes na espera do Senhor que vem gloriosamente, procuremos aprofundar estes dois elementos. E, assim, na liberdade, nos encontraremos quando Ele chegar, e os frutos esperados haverá de encontrar, como nos fala o autor do Livro do Apocalipse: “E o anjo lançou a foice afiada na terra, e colheu as uvas da videira da terra. Depois, despejou as uvas no grande lagar do furor de Deus.” (Ap 14,14-19).
Queremos ser livres, porque aprendemos com o Apóstolo Paulo, e assim cremos, que “É para a liberdade que Cristo nos libertou" (Gl 5,1).
Concluo com as palavras que, comumente, pronunciamos depois da consagração do Pão e do Vinho na Santa Missa:
“Anunciamos, Senhor, a Vossa morte e proclamamos a Vossa ressurreição, vinde Senhor Jesus”.
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