Com os olhos fixos no Senhor
A Sexta-Feira Santa deve ser vivida no recolhimento intenso e fecundo, por ser ocasião favorável para fixarmos nossos olhares em dois momentos da Paixão e Morte do Senhor: a agonia no Getsêmani e a flagelação.
No primeiro momento, ocorre o ápice da Paixão da alma; no segundo, o ápice da Paixão do Seu corpo.
Retomemos a passagem do Evangelho de João (Jo 18, 1 - 19,42), meditemos sobre estes dois momentos e nos sentiremos mergulhados nas entranhas do Sagrado Coração de Jesus, envolvidos e acolhidos pelo Seu Amor, pois tendo nos amado, nos amou até o fim.
Acolhamos estas palavras, que nos levam a rever nossa resposta de amor ao Amor que nos Ama sem medida: Jesus.
Contemplando a Paixão de Cristo sejamos levados à contemplação da Paixão do Mundo, prolongada no quotidiano em tantos fatos da História, bem perto de nós
Silenciemo-nos em oração:
“Eu sou mais amigo teu do que aquele ou aquele outro; Eu fiz por ti mais do que eles; eles não sofreriam por ti, como Eu sofri, e estaria disposto a fazê-lo outra vez...
Queres que Eu continue a derramar por ti o Sangue da minha humanidade, sem que tu me dês nem sequer uma lágrima?” (1)
Paixão de Cristo, paixão do mundo.
Ressurreição de Cristo, nossa Ressurreição.
Que a contemplação e celebração da Paixão de Morte do Senhor, seja acompanhada da nossa Ressurreição; crendo e testemunhando a Vida Nova do Ressuscitado, buscando as Coisas do Alto (Cl 3,1).
Sejam nossas lágrimas de dor e pranto, luto e agonia, as lágrimas daqueles que creem que o Amor venceu o ódio, a Luz brilhou na escuridão e a Vida venceu a morte.
A noite escura de nossa alma seja iluminada pelo esplendor da Luz do Ressuscitado, e então cantaremos, com júbilo, o grande Aleluia!
(1) Blaise Pascal – citado em "O Verbo se faz Carne" - Raniero Cantalamessa - Editora Ave Maria - 2013 - p. 816
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