“Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”
(Jo 15,12)
Gostar demais e amar de menos pode ser uma possível explicação para compreendermos os fatos nos diversos níveis e instâncias de nossa vida.
Nos centros de decisões políticas do mundo, gosta-se demais do capital, do lucro, do poder, do aparente êxito do neoliberalismo (aparente, pois vai se criando um abismo cada vez maior e problemas sociais assustadores, quase uma centena de conflitos/guerras por dia, processo dilacerador de exclusão e empobrecimento).
É preciso amar mais as pessoas, imagem e semelhança de Deus, o novo Mandamento de Nosso Senhor...
Em Brasília, no Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, de modo geral, os que dirigem a nação, gostam demais do atual modelo econômico, curvando-se à cartilha do neoliberalismo mundial e ao processo de globalização, que em si, não é todo ruim. Péssimo é quando não se globaliza a riqueza, a fraternidade, a solidariedade, os bens da criação, as riquezas das culturas...
É preciso amar mais, globalizando concretamente o amor em leis que não privilegiem alguns poucos e condenem milhões a um salário mínimo que não permite condições dignas de vida.
Nos Palácios do Governo dos Estados, nas Prefeituras, nas Câmaras, vale a mesma máxima: gostar menos dos privilégios, das mazelas, das falcatruas;
Amar mais o povo, investindo em educação, saúde, lazer, no pão nosso de cada dia... Isto somente acontecerá se colocarmos em prática o Novo Mandamento do Amor.
Deste modo, não haverá mais corrupção, desvio de verbas, mas sim a legítima aplicação dos impostos pagos pelo povo, assim, com certeza, daremos uma resposta para a suspensão da violência, bem como suas causas.
Nos meios de comunicação, é preciso não gostar de mentiras, das ilusões, da imposição de valores e práticas que atentam contra a vida (uma delas é a que retrata a Campanha da Fraternidade 2014 – tráfico de corpos e órgãos).
É preciso amar mais nos meios de comunicação, semeando a verdade do Evangelho, anunciando e denunciando, não se contentando em ocupar espaço na mídia apenas para músicas e danças, sem nenhuma alteração do quadro social em que nos encontramos. Canta-se e dança-se na mídia, enquanto ela quiser; enquanto não afetar os interesses dos grandes; enquanto se assegura alguns pontos no ibope...
Na escola, no trabalho, nos movimentos populares, partidos e sindicatos, nas ruas e estradas, em todo e qualquer lugar, de fato, não basta gostar demais. É preciso amar mais.
Quem ama percebe no colega de escola, de trabalho, a presença de Deus, vê no outro um templo do Espírito Santo. E, quanto mais amamos, mais estaremos entendendo e falando a linguagem de Deus: “o Amor”. Só quem ama conhece a Deus e guarda os Seus Mandamentos (Jo, 14-15)
Em primeiro lugar, amar mais nas famílias, ela que é como o “berço das vocações e santuário da vida”, é o espaço para se aprender, não apenas, “gostar demais, mas amar mais”.
Sem dúvida, a família é uma eterna escola do Mandamento do Amor. Se quisermos transformar o mundo, jamais poderemos nos esquecer de buscar e promover tudo aquilo que for possível para que a família venha a dar esta contribuição. Caso contrário, não teremos, como esperamos, um mundo justo e fraterno.
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