quarta-feira, 5 de março de 2025

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2021

 

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2021

 “Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”

 Motivação bíblica: “Vamos subir a Jerusalém...” (Mt 20, 18).

Na mensagem o Papa convida-nos a percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações Pascais, em total comunhão com Jesus, no Mistério de Sua Paixão e Morte, pela Salvação do mundo; e a viver neste tempo de conversão, as virtudes divinas, na renovação da , obtendo a “água viva” da esperança, recebendo com o coração aberto o amor de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em Cristo.

O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa, que constituem nas condições apresentadas por Jesus para a nossa conversão e a sua expressão.

O testemunho da fé nos chama a acolher a Verdade que é Jesus, e a nos tornarmos Suas testemunhas diante de Deus e de todos os irmãos e irmãs.

A vivência do jejum, como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, que n'Ele encontram plena realização.

A virtude divina da esperança, como “água viva”, permite-nos a continuidade do nosso caminho.

Apresenta-nos a figura da samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, que não entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma “água viva” que é o Espírito Santo” (cf. Jo 4, 10-12), que ele dará em abundância no Mistério Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude.

O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência. 

A esperança também na reconciliação a que nos exorta São Paulo: “Reconciliai-vos com Deus” (2 Cor 5, 20), recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo de conversão, e nos torna propagadores do perdão, vivendo a Páscoa de fraternidade.

Motiva-nos para que estejamos mais atentos a dizer palavras de incentivo, que reconfortam, consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam, irritam, desprezam.

Deste modo, a oração é fundamental (cf. Mt 6,6), colocando-nos em segredo, diante do Pai da ternura, a fim de que tenhamos a inspiração e luz interior, que ilumina desafios e opções da nossa missão, para vivermos uma Quaresma com esperança em Jesus Cristo, como testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas (cf. Ap 21, 1-6), “sempre dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça” (1 Pd 3, 15).

Em relação à virtude da caridade, deve ser vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e compaixão em relação à cada pessoa, na mais alta expressão da fé e esperança.

Ela alegra-se ao ver o outro crescer, como também sofre quando o encontra na angústia: sozinho, doente, sem abrigo, desprezado, necessitado – “A caridade é o impulso do coração que nos faz sair de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão”, e como dom, dá sentido à nossa vida e nos compromete com quem se encontra na privação como membro da nossa própria família.

Portanto, o pouco, se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e felicidade (cf 1 Rs 17,7-16; Mc 6,30-44), e da mesma forma nossa esmola, pequena ou grande, se oferecida com alegria e simplicidade.

É preciso que se viva uma “Quaresma de caridade”, cuidando de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19, ressalta – “ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho”. 

Vivamos a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, e assim cada etapa da vida será como um tempo para crer, esperar e amar.

Vivamos, deste modo, a que vem do Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito, e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai.

Finaliza invocando o amparo de Maria, a Mãe do Salvador, fiel aos pés da Cruz e no coração da Igreja, com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado no caminho rumo à Luz Pascal.


PS: Se desejar, acesse e leia a mensagem na integra

http://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/lent/documents/papa-francesco_20201111_messaggio-quaresima2021.html


Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG