Mensagem do Papa Francisco para a
Quaresma de 2021
“Quaresma: tempo para renovar fé, esperança e caridade”
Motivação bíblica: “Vamos subir a Jerusalém...” (Mt 20, 18).
Na mensagem o
Papa convida-nos a percorrer o caminho quaresmal que nos conduz às celebrações Pascais,
em total comunhão com Jesus, no Mistério de Sua Paixão e Morte, pela Salvação
do mundo; e a viver neste tempo de conversão, as virtudes divinas, na renovação
da fé,
obtendo a “água viva” da esperança,
recebendo com o coração aberto o amor
de Deus que nos transforma em irmãos e irmãs em
Cristo.
O caminho da
pobreza e da privação (o
jejum), a atenção e os gestos de amor pelo
homem ferido (a
esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração)
permitem-nos encarnar uma fé
sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa,
que constituem nas condições apresentadas por Jesus para a nossa conversão e a
sua expressão.
O testemunho da
fé nos chama a acolher a Verdade que é Jesus, e a nos tornarmos Suas
testemunhas diante de Deus e de todos os irmãos e irmãs.
A vivência do
jejum, como experiência de privação, leva as pessoas que o praticam com
simplicidade de coração a redescobrir o dom de Deus e a compreender a nossa
realidade de criaturas que, feitas à sua imagem e semelhança, que n'Ele
encontram plena realização.
A virtude divina
da esperança, como “água viva”, permite-nos a continuidade do nosso caminho.
Apresenta-nos a
figura da samaritana, a quem Jesus pedira de beber junto do poço, que não
entende quando Ele lhe diz que poderia oferecer-lhe uma “água viva” que é o
Espírito Santo” (cf. Jo 4, 10-12), que ele dará em abundância no Mistério
Pascal e que infunde em nós a esperança que não desilude.
O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus, que continua a cuidar da sua Criação, não obstante nós a maltratarmos com frequência.
A esperança
também na reconciliação a que nos exorta São Paulo: “Reconciliai-vos com Deus”
(2 Cor 5, 20), recebendo o perdão no Sacramento que está no centro do nosso processo
de conversão, e nos torna propagadores do perdão, vivendo a Páscoa de fraternidade.
Motiva-nos para que
estejamos mais atentos a dizer palavras de incentivo, que reconfortam,
consolam, fortalecem, estimulam, em vez de palavras que humilham, angustiam,
irritam, desprezam.
Deste modo, a
oração é fundamental (cf. Mt 6,6), colocando-nos em segredo, diante do Pai da
ternura, a fim de que tenhamos a inspiração e luz interior, que ilumina
desafios e opções da nossa missão, para vivermos uma Quaresma com esperança em
Jesus Cristo, como testemunhas do tempo novo em que Deus renova todas as coisas
(cf. Ap 21, 1-6), “sempre
dispostos a dar a razão da [nossa] esperança a todo aquele que [no-la] peça”
(1 Pd 3, 15).
Em relação à
virtude da caridade, deve ser vivida seguindo as pegadas de Cristo na atenção e
compaixão em relação à cada pessoa, na mais alta expressão da fé e esperança.
Ela alegra-se ao
ver o outro crescer, como também sofre quando o encontra na angústia: sozinho,
doente, sem abrigo, desprezado, necessitado – “A caridade é o impulso do coração que nos faz sair
de nós mesmos gerando o vínculo da partilha e da comunhão”, e
como dom, dá sentido à nossa vida e nos compromete com quem se encontra na
privação como membro da nossa própria família.
Portanto, o pouco,
se partilhado com amor, nunca acaba, mas transforma-se em reserva de vida e
felicidade (cf 1 Rs 17,7-16; Mc 6,30-44), e da mesma forma nossa esmola, pequena
ou grande, se oferecida com alegria e simplicidade.
É preciso que se viva uma “Quaresma de caridade”, cuidando de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19, ressalta – “ofereçamos, juntamente com a nossa obra de caridade, uma palavra de confiança e façamos sentir ao outro que Deus o ama como um filho”.
Vivamos a
Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, e assim
cada etapa da vida será como um tempo para crer, esperar e amar.
Vivamos, deste
modo, a fé
que vem do Cristo vivo, a esperança
animada pelo sopro do Espírito, e o amor
cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai.
Finaliza invocando o amparo de Maria, a Mãe do Salvador, fiel aos pés da Cruz e no coração da Igreja, com a sua solícita presença, e a bênção do Ressuscitado no caminho rumo à Luz Pascal.
PS: Se desejar, acesse e leia a mensagem na integra
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