domingo, 2 de fevereiro de 2025

Sejamos perfeitos e inabaláveis na fé

                                                            

Sejamos perfeitos e inabaláveis na fé

“... notei como sois perfeitos na fé inabalável,
como que, de corpo e alma, presos por cravos à Cruz do
Senhor Jesus Cristo e firmes na caridade pelo Sangue de Cristo...”

Acolhamos esta Carta de Santo Inácio de Antioquia, Bispo e Mártir da Igreja, escrita no primeiro século e dirigida aos Esmirnenses, quando os cristãos começaram sua missão, anunciando por todo o mundo a Boa-Nova da Salvação que nos alcançou o Senhor Jesus.

“Inácio, o Teóforo, à Igreja de Deus Pai e de Jesus Cristo, o dileto, rica de todos os dons da misericórdia, repleta de fé e de caridade, sem que lhe falte qualquer graça, muito amada por Deus, portadora da santidade, à Igreja que está em Esmirna na Ásia, efusivas saudações no Espírito imaculado e no Verbo de Deus.

Rendo glória a Jesus Cristo, Deus, que vos deu tanta sabedoria; pois notei como sois perfeitos na fé inabalável, como que, de corpo e alma, presos por cravos à Cruz do Senhor Jesus Cristo e firmes na caridade pelo Sangue de Cristo, crendo com fé plena e segura que nosso Senhor é em verdade oriundo da estirpe de Davi segundo a carne, Filho de Deus pela vontade e poder de Deus. Crendo de igual modo que verdadeiramente nasceu da Virgem, foi batizado por João para que n’Ele se cumprisse toda a justiça.

Crendo que verdadeiramente, foi, sob Pôncio Pilatos e o tetrarca Herodes, crucificado na carne por nós – a cujo fruto nós pertencemos por Sua bem-aventurada Paixão – a fim de, por Sua Ressurreição, elevar pelos séculos a bandeira que reúne Seus Santos e Seus fiéis, judeus ou gentios, no único corpo de sua Igreja.

Tudo padeceu por nós para alcançarmos a salvação; e padeceu de verdade, como também de verdade Ressuscitou a Si mesmo.

Eu também sei que, depois da Ressurreição, vive em Seu corpo e creio estar Ele ainda agora com Seu corpo. Ao se encontrar com Pedro e seus companheiros, disse-lhes: Pegai, apalpai-me e vede que não sou um espírito incorpóreo. E logo O tocaram e creram, unidos à Sua carne e a Seu Espírito. Por esta razão, desprezaram também a morte e da morte saíram vitoriosos.

Depois da Ressurreição, comeu e bebeu com eles como qualquer ser corporal, embora, espiritualmente, unido ao Pai.

Exorto-vos, portanto, caríssimos, embora bem saiba que pensais do mesmo modo.”

São os primeiros momentos inesquecíveis e fundantes da Igreja e de sua missão de testemunhar, corajosamente, Jesus Vivo e Ressuscitado, Glorioso, para que também passando pela morte, seja alcançada a glória da imortalidade, a vida eterna.

Em poucas linhas, temos condensados o Mistério da Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de nosso Senhor.

Reflitamos:

- Quem é Jesus para nós?
- Para que Ele nos chama?

- Como mantermos nossa fé inabalável, sobretudo, nos momentos difíceis por que possamos passar?
- Como dar razão de nossa esperança sempre, nos momentos mais adversos na história real em que estejamos inseridos?

- Qual é a nossa adesão a Jesus Cristo e a proposta do Reino que nos chamou e nos enviou a anunciar?
- Sentimo-nos presos nos cravos de nosso Senhor, como Santo Inácio o disse em sua exortação?

Renovemos nossa fidelidade e coragem para vivermos o Batismo, como sacerdotes, profetas e reis, tendo em nós a presença do Espírito Santo, que em nós habita, porque templos Seus o somos. Da mesma forma, renovemos nossa fidelidade no seguimento de Jesus, vivendo os sagrados compromissos batismais na participação da construção do Seu Reino, até que Ele venha gloriosamente, como aclamamos na Santa Missa:

“Anunciamos Senhor a Vossa morte,
e proclamamos a Vossa Ressurreição, vinde Senhor Jesus”.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG