segunda-feira, 25 de março de 2024

O levitar da alma

O levitar da alma
Quando ele acontece?

Quando menos esperamos.
Falo do levitar da alma daquele que em Deus crê.
Não falo de levitações que passam, mas daquelas que nos eternizam.

Quando a vontade d’Ele realizamos,
Sem medir esforços, na métrica imensurável da gratuidade
Que Ele nos apresentou ao ser cravado na Cruz.

Quando na vida de fé não recuamos;
Quando apesar de percalços, pedras, espinhos,
A dimensão do horizonte do Reino não perdemos.

Quando na vida de fé avançamos,
Alimentados e iluminados pela Palavra que no coração dos discípulos ardia,
Revigorados no Banquete Maior do Amor, da Eucaristia.

Quando doentes, na fidelidade ao Evangelho, visitamos
E sentimos a real presença do Senhor, pelo Evangelista tão bem descrito:
“estive doente e foste me visitar – vinde benditos de meu Pai”

Quando a vocação não é fuga, ilusão;
Quando não é resultado de incapacidade e falta de opção,
Mas a genuína resposta de um amor que nos fala ao coração.

Quando a família, incansavelmente, santificamos,
Com nossa presença, palavra, carinho e Oração,
Sem nenhum interesse se não que ali reine o amor sob o santo teto.

Quando compromissos alegremente assumidos,
Realizados com senso ético, lisura, clareza, transparência,
Sem a perda da necessária e convincente perfeita coerência.

Quando procuramos respostas que apontam novos rumos,
Como agora faço, e não consigo as mesmas esgotar;
Quando me abro a outras sinceras respostas acolher.

Quando Deus assim o quer, e maviosamente esta graça nos concede.
Quando não nos fechamos à Sua ação e manifestação.
Quando nos pomos silenciosamente em Oração.

Quando tiramos corajosamente da alma toda ferrugem;
Quando a tornamos mais leve, sem mágoas e nódoas do pecado;
Quando buscamos a divina misericórdia no Sacramento deixado.

Quando não perdemos a Alegria Pascal que vem da Cruz tão radiante,
Que brota e se renova com a Morte, aparência de derrota,
Porque bem mais forte foi o Amor de Deus que venceu a morte.
  
Quando as coisas do alto incansável e sedentamente buscamos;
Quando não mergulhamos na escuridão do pecado, trevas e morte;
Quando resplandecemos a luz divina, porque filhos da luz e do dia o somos!

Busquemos incansavelmente o levitar da alma,
Que somente Deus pode conceder para quem n’Ele confia,

Quem jamais a Esperança perde, na Fé não vacila,
a obra de Caridade que nos eterniza, não adia... Aleluia! Aleluia!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG