domingo, 14 de abril de 2024

Domingo: Dia do Senhor e da Celebração da Eucaristia... (IIIDTPB)

Domingo: Dia do Senhor e da Celebração da Eucaristia...

São Justino, mártir (Séc. II), escreveu a Primeira Apologia a favor dos cristãos, sobre a Celebração da Eucaristia, a Missa como hoje como conhecemos, a importância do Domingo, como o Dia do Senhor!

“A ninguém é permitido participar da Eucaristia, a não ser àquele que, admitindo como verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos pecados e a regeneração, leve uma vida como Cristo ensinou.

Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso salvador, Se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o Alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria Carne e o Sangue de Jesus que se encarnou.

Os Apóstolos, em suas memórias que chamamos Evangelhos, nos transmitiram a recomendação que Jesus lhes fizera.
Tendo Ele tomado o pão e dado graças, disse:
Fazei isto em memória de mim.

Isto é o meu Corpo (Lc 22,19; Mc 14,22);
e tomando igualmente o cálice e dando graças, disse:
Este é o meu Sangue (Mc 14,24), e os deu somente a eles.
Desde então, nunca mais deixamos de recordar estas coisas entre nós. Com o que possuímos, socorremos a todos os necessitados e estamos sempre unidos uns aos outros. E por todas as coisas com que nos alimentamos, bendizemos o Criador do universo, por Seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito Santo.

No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos. Leem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que o tempo permite.

Terminada a leitura, aquele que preside, toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos.

Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água. Então o que preside eleva ao céu, com todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém.

Em seguida, faz-se entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos.

Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados.

Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos.

Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol, aparecendo aos Seus Apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração”.

Todos nós precisamos deste espaço, intervalo, para nos refazermos, para melhor desempenho em todas as atividades que muitas vezes nos consomem.

Redescubramos o valor sagrado do domingo, como dia de descanso, recolhimento, oração, revigoramento para a jornada cotidiana.


Redescubramos, também,  as origens, as genuínas raízes do que muitas vezes fazemos ao celebrar, tomando consciência da longa tradição que nos acompanha, e do seu valioso e inestimável sentido e conteúdo!

Num mundo globalizado, em que o secularismo leva muitas vezes à perda do sagrado, reavaliemos a importância do culto, da celebração, do louvor, do encontro com Deus.

Não permitamos que a pós-modernidade seja o sepultamento da indispensável e vital busca de Deus, pois sem Ele a humanidade construirá um mundo que se voltará contra si mesma.

Não reduzamos o Domingo apenas ao nada fazer, ou ao fazer o que na semana não foi possível, dado volume de atividades que se multiplicam. Vivamos o terceiro Mandamento do Decálogo.

Não empobreçamos o Domingo para atividades banais, mas seja para o aprofundamento e intimidade com o Senhor, acolhendo Sua Palavra, Seus ensinamentos...

Façamos do Domingo o "Dia do Senhor”.
A Ele, a honra, a glória, o louvor
pelos séculos dos séculos.
Amém. Aleluia!

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