quarta-feira, 10 de abril de 2024

Celebremos mais um ano de Ministério Presbiteral (I)

Celebremos mais um ano de Ministério Presbiteral (I)

O que é bom poderá ser ainda melhor! 
Rever o caminho, alargar o horizonte...

Celebrar mais um ano de Ministério Presbiteral é tempo favorável para que o Presbítero retome o que ouviu no dia do Sacramento da Ordenação:

“Transmite a todos a Palavra de Deus, que recebeste com alegria. Meditando na Lei do Senhor, procura crer no que leres, ensinar o que creres, praticar o que ensinares. Seja, portanto, a tua pregação alimento para o Povo de Deus e a tua vida, estímulo para os fiéis, de modo a edificares a casa de Deus, isto é, a Igreja, pela palavra e pelo exemplo”.

Somente com o tempo é que se vai tomando consciência do que estas palavras implicam, quão profundas e exigentes o são.

Aponto algumas respostas para esta questão ora apresentada:

- De que modo o Presbítero é sal da terra e luz do mundo, haja vista que já o seria pelo Batismo recebido?

- É preciso configurar-se a Cristo, o Bom Pastor, tendo feito um encontro com Sua pessoa;

- Cultivar intensa e crescente amizade e intimidade com Ele, para levar a tantos outros ao mesmo encontro e amizade;

- Ter Sua Palavra na mente, porque antes impregnou toda sua vida e criou raízes no coração. A Palavra a ser proclamada deverá antes ser interiorizada, por meio da escuta e da meditação, para partilhar ricamente o Evangelho com todos; de modo que será o homem da Palavra e um homem de palavra...

- Ensinar não a sua sabedoria, mas a Sabedoria do Verbo de Deus convidando a todos à conversão e à santidade;

- Mais que anunciador da Palavra ser testemunha viva e eficaz desta Palavra – como crerão na Palavra anunciada, se pelo anunciador não for vivenciada, testemunhada?

- Tornar-se amigo dos pobres para gozar de predileção e amizade de Deus, pois os pobres são por excelência os amigos de Deus;

- Somar-se com o outro em comunidade para romper barreiras que impeçam a luz divina resplandecer (e não poucas são as barreiras que separam povos, famílias, amigos, comunidades...);

- Alimentar-se da Eucaristia, para edificar a comunidade a ele confiada, tornando-a uma comunhão de fiéis, por isto a humildade resplandece em tudo que fala e faz, do menor ao maior compromisso;

- Deixar Deus trabalhar suas limitações, imperfeições próprias de todo ser. O Presbítero não é nunca um super-homem, um super-herói, mas alguém que descobriu e se abriu a graça de Deus, e por isto a alegria lhe tomou conta do coração, e jamais poderá recuar na auspiciosa, maravilhosa, deleitosa missão;

- Por estar sujeito a todas as virtudes e fraquezas da condição humana, cultivar a vigilância ativa, sem perder o horizonte da santidade, que não é algo para amanhã, mas para cada instante – o horizonte da santidade é o momento presente, o aqui e agora de nossa existência;

- Viver uma vigilância ativa acompanhada da busca e revigoramento do equilíbrio afetivo, sexual, psicológico, buscando a maturidade humana e espiritual, a superação das instabilidades, reveses, crises e tentações inerentes ao seu estado de vida e ministério;

- Consumir-se por uma caridade pastoral, ininterruptamente, mantendo acesa permanentemente a chama profética.

- Consumir-se não implicará em ativismo estressante, “esvaziador” de suas forças, fuga de si mesmo ou de algo que o perturbe ou o inquiete. O fazer do presbítero e todo cristão tem apenas uma motivação: o amor, com os olhos fixos em Jesus, coração com Ele em perfeita sintonia;

- Encontrar a profunda e verdadeira liberdade que procede do Espírito e por isto colocar-se profética e incansavelmente contra todo jugo de opressão que ceifa vidas, culturas, valores e povos;

- Falar a linguagem do Espírito, uma linguagem inteligível somente pelos simples, como bem disse Santo Antônio: “Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência.”;

- Enamorar-se por Cristo e assim não saberá fazer outra coisa se não possibilitar ao Povo de Deus a mesma experiência; Cristo Homem Deus, o mesmo da Cruz que ora à direita glorioso está... Não um Cristo que signifique evasão, alienação, distanciamentos, fugas, solidão empobrecedora.

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