O bom combate da fé
“Viver uma fé Pascal consiste em assumir,
com coragem, o bom combate da fé”
No dia 11 de abril a Igreja celebra a Memória de Santo Estanislau, Bispo e Mártir (séc. XI). Ele governou a Igreja como bom pastor, socorrendo os pobres e com grande apreço pelo clero em suas visitas. Foi morto em 1079, sob a ordem do rei Boleslau, ao qual tinha censurado. (1)
A Liturgia das Horas nos apresenta uma reflexão sobre a necessária confiança em Deus no combate da fé, a partir da Carta de São Cipriano, Bispo e Mártir (séc. III), que muito nos ajudará na caminhada de fé em todo o tempo.
“Enquanto combatemos o bom combate da fé, Deus, os Seus Anjos e o próprio Cristo nos contemplam. Como é sublime a glória e magnífica a ventura de lutar na presença de Deus e sermos coroados por Cristo Juiz!
Revestidos de coragem e fortaleza, irmãos caríssimos, preparemo-nos para a luta com pureza do espírito, fé inquebrantável e generosa confiança. Avance o exército de Deus para a batalha que se nos declara.
O santo Apóstolo nos indica como nos devemos armar e preparar: Cingidos os rins com o cinturão da verdade, revestidos com a couraça da justiça, de pés calçados com o zelo de anunciar o Evangelho da paz, embraçando o escudo da fé para apagar todos os dardos inflamados do Maligno e tomando o capacete da salvação e a espada do Espírito que é a Palavra de Deus.
Estas são as armas que devemos tomar, estas as defesas espirituais e celestes com que havemos de nos proteger, para podermos resistir e vencer os assaltos do demônio no dia da prova.
Revistamo-nos com a couraça da justiça, para que o nosso peito fique protegido e seguro contra os dardos do inimigo. Estejam os nossos pés calçados e armados com a doutrina evangélica, para que, ao pisarmos e esmagarmos a serpente, não sejamos mordidos nem vencidos.
Embracemos fortemente o escudo da fé, para que nele se extingam as setas inflamadas do inimigo. Tomemos também o capacete espiritual da salvação para proteger a nossa cabeça: os ouvidos, para não ouvirem os anúncios funestos; os olhos, para não verem as imagens detestáveis; a fronte, para conservar incólume o sinal de Deus; a boca, para confessar vitoriosamente a Cristo, o Senhor.
Armemos finalmente a nossa mão direita com a espada espiritual, para rejeitar com energia os sacrifícios funestos e, lembrando-nos da Eucaristia, tomemos o Corpo do Senhor e vivamos em união com Ele, esperando receber mais tarde das mãos do Senhor o prêmio das coroas celestes.
Fiquem estes pensamentos, irmãos caríssimos, bem gravados nos vossos corações. Se o dia da perseguição nos encontrar nestes pensamentos e meditações, o soldado de Cristo, instruído pelas suas ordens e conselhos, não temerá o combate e estará pronto para a coroa.”
Esta Carta é fundamental para que do bom combate não fujamos, lembrando do ensinamento da Igreja que diz: “na vida de fé quem não avança, recua”.
Viver na fé, jamais foi sinônimo de evasão e facilidades. Desde o princípio, e até mesmo antes do Verbo fazer moradia entre nós, Profetas, justos, tementes a Deus não renunciaram ao Amor de Deus e Sua fidelidade.
O sangue de justos e inocentes banhou e marcou a história da humanidade, como o sangue de Santo Estanislau.
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