Celebremos mais um ano de Ministério Presbiteral (II)
Rever o caminho, alargar o horizonte...
- deve ser um homem sacramental, sinal visível do Amor de Deus, em todos os momentos, sobretudo quando celebra os Sacramentos, e celebra não para os outros, mas com os outros, deixando-se impregnar pelo Mistério celebrado, na mais perfeita mistagogia, sobretudo quando celebra a Eucaristia, quando a Palavra prega, quando o Mistério celebra...;
- Deve ser, portanto, um “mistagogo”, homem do Mistério e não misterioso;
- Ser um homem com autoridade não merecida, que não a confundirá com autoritarismo;
- Ter no coração a paciência e serenidade necessárias para ver as sementes do Reino crescer, sem imediatismos estéreis e inconsequentes...;
- Dar testemunho da pobreza, do desapego, da confiança incondicional em Deus, vivendo o celibato não como privação, mas como total liberdade para amar e servir o Povo de Deus, a Igreja que pelo Sacramento da Ordem se entregou;
- Ser alguém que experimentou a misericórdia de Deus quando chamado, porque não o foi por méritos, talvez até por não ter nenhum, mas para que Deus manifeste Sua onipotência através da misericórdia e muitas vezes multiplicada no Sacramento da Penitência;
- Ter a vida iluminada por Deus, portanto iluminadora, como bem disse o Profeta Isaías – “... Se acolheres de coração aberto o indigente e prestares o socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia”;
- Fazer com sua vida, obras, gestos de amor evangélico multiplicados, muito mais do que com suas palavras, a luz de Deus brilhar diante dos homens, multiplicando assim os louvores que sobem aos céus, ao Pai, porque a honra, a glória, o louvor somente a Ele pertencem;
- Ser consciente de que nada somos e poderíamos não fosse a graça de Deus. Se méritos há, a Deus tão apenas, porque servos inúteis o somos. Bem disse Santo Agostinho: “Vão pregador da Palavra de Deus externamente, quem não a escuta interiormente” e São Gregório Magno – “Que o pastor seja discreto no silêncio, útil na fala, para não falar o que deve calar, nem calar o que deve dizer”, pois tanto uma palavra inoportuna quanto o silêncio podem arrastar ao erro ou deixar de instruir. O mesmo acrescenta – “Muitas vezes, pastores imprudentes, temendo perder as boas graças dos homens, têm medo de falar abertamente o que é reto, por isso, agem como mercenários que fogem à vinda do lobo... Quando o pastor tem medo de dizer o que é reto, não é o mesmo que dar as costas, calando-se?”. Nunca é demais repetir nosso padroeiro: “Cessem as palavras, falem as obras, estamos cansados de palavras vazias...”;
- deve empenhar-se, incansavelmente, para tornar o mundo mais iluminado e segundo os desígnios de Deus; portanto, dever ter o gosto de Deus nos lábios, na boca, no coração, no fundo da alma;
- Jamais parar no tempo, pois vive num contexto de mudança de época, pôr-se em atitude de formação permanente em todos os níveis, portanto não ter uma fé que o afaste do mundo, mas no diálogo com as ciências, procurar dar pertinência ao seu discurso, pregação, anúncio, denúncia. Não há presbítero que tudo saiba e nada mais tenha de aprender. A comunidade precisa de sábios Presbíteros que a ajude a compreender o mundo, que estejam inseridos no tempo presente vivido. Nisto consiste ser luz que brilha e não ofuscada, sem penetração, irradiação, iluminação...;
- Não ser arauto do relativismo de valores, subjetivismos, moralismos, dogmatismos, individualismos, egolatrias, e outros tantos empecilhos à moral cristã...
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