segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Silenciemo-nos diante do Presépio! (Presépio)

Silenciemo-nos diante do Presépio!

Natal do Senhor, que dia mavioso!
A Passagem do Evangelho (Lc 2,16-21).

A imagem diante da qual me recolho em silêncio contemplativo:
O Presépio.

Personagens que me falam ao coração:
Os pastores, Maria e José.

A centralidade de tudo o que me move a escrever e viver:
Jesus – Deus Conosco – Deus Menino.

O lugar onde imprimo as lições e propósitos que gravo em minha alma:
Nas mais profundas entranhas de meu ser; no recôndito por Deus conhecido e escolhido para morada, o coração.

As lições a serem vividas neste ano e sempre:
O que os pastores me ensinam - Ser pronto, solícito, imediato para as coisas divinas.

Quem a Deus encontrou e por Ele foi encontrado,
com alegria incansavelmente Seu mensageiro se torna.

Anunciar e testemunhar que o Desejado foi procurado, amado e encontrado e para sempre depois de encontrado, será amado: Jesus.

Haverá mais belo encontro; maior Amor para amar e ser amado, de modo especial no outro (o empobrecido, nu e despido, enfermo e cativo) com o qual Ele quis ser identificado?

O que José me ensina?
O silêncio necessário.

Nada fala, nenhuma palavra balbucia, mas é uma presença que comunica segurança, confiança, participação discreta e  necessária na obra da redenção. Sem alaridos, trombones, flashes, holofotes.

Não mero expectador da obra da redenção,
mas fiel, justo, sincero, temente e bondoso;
no mais rico e desejado silêncio maravilhoso e frutuoso.

O que Maria me ensina?
A contemplação e meditação no coração dos Mistérios divinos.
Ainda que em seu seio a imensidão divina 
e a pequenez e fragilidade da carne tenham se encontrado 
no Mistério do Verbo Encarnado, 
ela não se ensoberbece e não se vangloria.

Com o coração palpitante certamente, silenciosamente contempla 
o Mistério da Redenção, vindo de seu ventre,
a tão desejada promessa de Salvação nasce.

No seu interior deu-se o maravilhoso Mistério de nossa redenção.
Por obra do Espírito nela o Verbo foi gerado.
Ele, nascido de uma mulher,
como nos falou o Apóstolo Paulo.

Nem mais uma palavra, 
apenas prontidão, glorificação, 
anúncio, proclamação, 
serviço silencioso e generoso em favor da vida, 
no sentido mais amplo, evangélica defesa e proteção.

Brotarão sementes do Verbo semeadas,
multiplicar-se-ão gestos fraternos e solidários,
florescerão os jardins de um novo tempo
se houver mais recolhimento, silêncio, contemplação.

A intensidade e profundidade de Oração,
para que a vontade de Deus compreendamos
e com a força do Espírito a realizemos,
por que para Ele e por Ele, razão de nosso existir.

E assim, 
cada dia será uma bela página 
que por amor escreveremos!

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG