terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Advento: tempo fecundo para que sejamos melhores

Advento: tempo fecundo para que sejamos melhores

No Tempo do Advento, a Igreja nos convida a uma parada para reflexão, avaliação e redirecionamento de nossos passos, para que a alegria do Nascimento do Salvador seja bem celebrada; para que não sejamos devorados pela voracidade da pressa, do tempo que parece passar mais depressa, e, embora multiplicados meios de comunicação, a superação da ansiedade e da solidão.

Urge voltar à fonte, a Divina Fonte, onde jorra a água mais cristalina, para saciar nossa sede de vida plena, renovando nossas energias, para que nos ponhamos a caminho, com maior fé e segurança, envolvidos pela alegria deste Nascimento.,

Num contexto de mudança de época, vivemos a extrema aceleração, própria da sociedade pós-moderna, com suas dúvidas, inquietudes e interrogações, medos, angústia e estranhos fantasmas, é preciso aprender a parar, rever o caminho que trilhamos, de modo que, não haja distanciamento do Verdadeiro Caminho que nos conduz a Deus, porque é também a Verdade irrevogável do amor de Deus por nós e quer nos conceder sentido para a existência, para que vida plena tenhamos.

Portanto, emerge a necessidade de parar, deter-se um momento para uma avaliação do percurso percorrido e, ao mesmo tempo, para a escolha de um novo caminho que leve ao encontro com Deus, consigo mesmo e com o outro, superando a cultura do isolamento, do individualismo, e viver a cultura do encontro, em que nos tornamos protagonistas da civilização do amor, da alegria de convivermos na comunhão com outro e no respeito às diversidades.

Com o nascimento do Menino Jesus, contemplamos um Deus que Se faz homem, e não o contrário. Deus que, na tradição bíblica, vê, ouve, conhece a situação do Seu povo, desce ao seu encontro, em direção à humanidade, assumindo-a para redimi-la e fazê-la subir em direção à divindade. 

Apropriando-se de uma metáfora, podemos afirmar que este tempo do Advento é como um rio que nos leva ao grande oceano de luz que é o Natal. N’Ele, na frágil e humilde criança, a noite se faz dia, os olhos se abrem, o horizonte do inédito se descortina, para que possamos discernir as novas possibilidades que se abrem  à nossa frente, e também revermos e buscarmos novos critérios para redirecionamento de nossos passos.

Contemplando Seu nascimento e presença, que se dá a cada momento, elevemos aos céus esta breve Oração:

Menino Jesus,
- Tu que nasceste nu, tens o poder de nos revestir 
com o Teu Amor infinito e cheio de compaixão;

- Tu que nasceste pobre para nos enriquecer 
com a Tua presença vivificante e salvadora;

- Tu que nasceste sem teto, 
fizeste morada em nosso meio e em nós
e anunciaste um mundo em que a ninguém seja
negado o direito de moradia;

- Tu que nasceste à margem da sociedade, 
por Tua Palavra e ação soubeste a todos acolher e incluir, 
como filhos e filhas de Deus,
no grande Banquete do Reino.

- Tu que és o Filho de Deus, 
que Te fizeste homem para nos elevar à luminosa morada do Pai, 
conceda que, em Ti crendo e seguindo,  
jamais caminhemos nas trevas, 
mas alcancemos a luz, a alegria e a vida eterna. 
Amém.

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