Advento: Preparemos a vinda do Verbo!
Na Liturgia do primeiro Domingo o Tempo do Advento (ano A), encontramos um forte apelo para que nos coloquemos em atitude de vigilância na preparação de um verdadeiro Natal.
Assim diz o Missal Dominical:
“A assembleia eucarística é a Igreja em estado de vigilância, que aprende a ler a vinda do Senhor nos acontecimentos e que encontra o Senhor da Glória na História da Salvação e na dos homens”.
Na passagem da primeira Leitura (Is 2,1-5), temos no oráculo, um poema da paz universal e da convergência de todos os povos na volta para Deus em perfeita concórdia, harmonia, uma paz sem fim. Muito oportuna quando estamos assistindo o multiplicar da violência e a banalização da vida com diversos conflitos entre povos e nações.
O Profeta com coração de poeta sonha um novo tempo, logo precisamos recuperar a dimensão da profecia e a vitalidade da poesia, que não nos distancia do tempo, mas nos insere corajosamente nele. Poesia e profecia devem caminhar sempre juntas!
Em Jesus este sonho se realizará: Ele veio, vem e virá para derrubar os muros que nos separam, a fim de que construamos o Seu Reino, como vimos recentemente na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo: Reino eterno e universal, da santidade e da graça, da verdade e da vida, do amor, da alegria, da paz...
A problemática das divisões é tão real em todo o tempo que Paulo a abordou mais do que uma vez, e na segunda leitura (Rm 13,11-14) retomará esta questão: a comunidade é congregada a viver no amor, e deve estar em permanente vigilância no amor mútuo, abandonando as obras das trevas – “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo”.
Com Paulo somos sempre provocados à conversão, ao despertar para uma fé mais sólida, esperança enraizada e caridade vivenciada em todos os níveis, enquanto o Senhor não vem – “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz”. Na aurora de Sua chegada a noite será iluminada!
Na passagem do Evangelho de Mateus (Mt 24, 37-44) encontramos o crente ideal: vigilante e atento, sempre preparado para a chegada do Senhor. Na espera do Senhor que vem a responsabilidade ocupa o lugar do ócio, do trabalho que esgota, da não vigilância que leva à perda do sentido...
Vigiar é, sobretudo, fortalecer-se, paradoxalmente, com a força desarmada do amor. Paradoxal, pois se é força desarmada, não tem arma alguma, e não a tendo, como ser fortalecido?
Eis a beleza da fé cristã: a força do amor é a força de todas as forças. Sem ela não haverá Natal!
Vigiar é avaliar o quanto nos empenhamos no essencial da fé cristã, no suprassumo da pregação do Senhor: o amor a Deus e ao próximo, pois nisto consiste toda Lei.
Com o Tempo do Advento, prepararemo-nos para o Natal do Verbo, que iluminará nossas trevas, reacendendo em nós a mais bela de todas as chamas, a chama da caridade.
Esta inflamada em nossos corações, fará resplandecer a verdadeira luz do Natal, concretizando e renovando esperanças, porque sempre movidos pela fé que descortina novos horizontes...
Esta inflamada em nossos corações, fará resplandecer a verdadeira luz do Natal, concretizando e renovando esperanças, porque sempre movidos pela fé que descortina novos horizontes...
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