quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
Renovai, Senhor, nossas forças!
Quem no Senhor espera tem forças renovadas
Advento: a missão da Igreja na espera do Senhor!
Advento: a missão da Igreja na espera do Senhor!
Senhor Jesus, como membros de Vossa Igreja, todos somos chamados por Vós a alcançar a graça da santidade, certos de que, somente na glória celeste, alcançaremos a sua plena realização, quando vierdes para a restauração de todas as coisas, e o mundo chegará à plenitude em Vós.
Senhor Jesus, cremos que fostes, elevado sobre a terra, e atraístes todos a Vós, Ressuscitado de entre os mortos, infundistes nos discípulos o Vosso Espírito vivificador e por Ele constituístes a Igreja, Vosso Corpo, como Sacramento universal da Salvação.
Senhor Jesus, cremos que, o gênero humano e o universo inteiro, alcançarão o fim esperado, quando tudo for perfeitamente por Vós e em Vós restaurado.
Senhor Jesus, cremos que estais sentado à direita do Pai, e atuais continuamente na terra, a fim de levardes para junto de Vós todos por Vós resgatados e alimentados com o Vosso próprio Corpo e Sangue.
Senhor Jesus, cremos que já chegou para nós a plenitude dos tempos, e a restauração do mundo já foi realizada, definitivamente, e, de certo modo, encontra-se já, antecipada neste mundo.
Senhor Jesus, contemplamos a prometida restauração que esperamos, mas já começada, pois, em Vós, progride com o Espírito Santo e, por Ele, continua na missão evangelizadora da Igreja.
Senhor Jesus, fortalecei nossa fé e ensinai-nos o sentido da nossa vida temporal, com a esperança dos bens futuros, revigorados na missão que o Pai nos confiou no mundo, e empenhados na nossa salvação e de toda a humanidade.
Senhor Jesus, conduzi, na terra, Vossa Igreja, santa e pecadora, na espera de novos céus e da nova terra, em que habitará a plena justiça.
Senhor Jesus, conduzi com Vosso Espírito a Vossa Igreja peregrina, revigorada pelos Sacramentos, passageira neste mundo e vivendo no meio das criaturas, que gemem e sofrem as dores de parto, esperando a manifestação dos filhos de Deus (Rm 8,19-22).
Maranathá! Vem, Senhor Jesus! Amém.
PS: Conferir o Documento Conciliar “Lumen Gentium”, capítulo VII, que nos fala da índole escatológica da Igreja peregrina e sua união com a Igreja celeste (n.48). - (Lumen Gentium n.48)
Jesus veio ao nosso encontro: a promessa de Deus se cumpriu
Jesus veio ao nosso encontro: a promessa de Deus se cumpriu
Sejamos enriquecidos pelo comentário dos Salmos escrito pelo bispo e doutor Santo Agostinho (séc. V).
“Deus estabeleceu não só um tempo para Suas promessas, como também um tempo para a realização do que prometera. O tempo das promessas vai dos profetas a João Batista. A partir dele começa o tempo de cumprir-se o prometido.
Deus, que Se fez nosso devedor, é fiel, nada recebendo de nós mas nos prometendo tão grandes bens. Pareceu-Lhe pouco a simples promessa e, por isso, quis ainda comprometer-se por escrito, como que firmando conosco um contrato.
Desse modo, quando começasse a cumprir as coisas prometidas, veríamos em tal Escritura a ordem com que seriam realizadas. O tempo das profecias era o do anúncio das promessas, como já dissemos várias vezes.
Prometeu-nos a salvação eterna, a vida bem-aventurada e sem fim em companhia dos anjos, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão de seu rosto, a Sua morada santa nos céus e, pela ressurreição dos mortos, a exclusão total da morte.
É esta, de certo modo, a Sua promessa final, o objeto de toda nossa aspiração. Quando a tivermos alcançado, nada mais buscaremos, nada poderemos exigir. Não deixou também de revelar o caminho que nos havia de conduzir a esses últimos fins, mas o prometeu e anunciou.
Deus prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glória.
Contudo, meus irmãos, parecia inacreditável aos homens que Deus prometesse tirá-los da sua condição mortal de corrupção, vergonha, fraqueza, pó e cinza, para torná-los semelhantes aos anjos.
Por isso, não só firmou com eles um contrato que os levasse a crer, mas constituiu ainda como mediador e garantia, não um príncipe, qualquer ou algum anjo ou arcanjo, mas Seu Filho único. Desse modo, mostrou-nos e ofereceu-nos, por meio de Seu próprio Filho, o caminho que nos levaria ao fim prometido.
Não bastou, porém, a Deus fazer Seu filho indicar o caminho; quis que Ele mesmo fosse o caminho, a fim de te deixares conduzir por Ele, caminhando sobre ele próprio.
Para isso, o Filho único de Deus deveria vir ao encontro dos homens e assumir a natureza humana. Tornando-Se homem, deveria morrer, ressuscitar, subir aos céus, sentar-Se à direita do Pai e realizar entre os povos o que prometera.
E, depois da realização de Suas promessas entre os povos, cumprirá também a de voltar para pedir contas de Seus dons, separando os que merecerão a Sua ira ou Sua misericórdia, tratando os ímpios como ameaçara e os justos como prometera.
Tudo isso devia ser profetizado, anunciando e recomendado, para que, ao suceder, não provocasse medo com uma vinda inesperada, mas ao contrário, sendo objeto da nossa fé, o fosse também por uma ardente esperança.”
O que fora promessa, na Encarnação de Jesus Cristo, a promessa que Deus fizera, como nos falaram os profetas, se cumpriu, como tão bem expressou o bispo:
“Prometeu-nos a salvação eterna, a vida bem-aventurada e sem fim em companhia dos anjos, a herança imperecível, a glória eterna, a doçura da visão de Seu rosto, a Sua morada santa nos céus e, pela ressurreição dos mortos, a exclusão total da morte.”
Vindo ao nosso encontro, como caminho, verdade e vida (cf. Jo 14,6), somos agraciados por estas maravilhas da intervenção divina:
“Deus prometeu aos homens a divindade, aos mortais a imortalidade, aos pecadores a justificação, aos humilhados a glória.”
Vivamos este Tempo do Advento, renovando a fé no Amor Trinitário, que age incansavelmente na história, preparando-nos, intensamente, para a celebração do Natal do Senhor Jesus: Aquele que veio, vem e virá. Amém.







