terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Evangelizadores com espírito (Parte I)


Evangelizadores com espírito

Primeira motivação:
Ao amor que recebemos de Jesus, aquela experiência de sermos salvos por Ele que nos impele a amá-Lo cada vez mais. (n. 264):
- “Como é doce permanecer diante de um crucifixo ou de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, e fazê-lo simplesmente para estar à frente dos seus olhos...” (n.264).

- “A melhor motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração...” (n.264).

“É necessário recuperar um espírito contemplativo para que se redescubra que somos depositários de um bem que humaniza, que ajuda a levar uma vida nova” (n.264).

“Às vezes perdemos o entusiasmo pela missão, porque esquecemos que o Evangelho dá resposta às necessidades mais profundas das pessoas, porque todos fomos criados para aquilo que o Evangelho nos propõe: a amizade com Jesus e o amor fraterno” (n.264).

Evangelizar é comunicar uma verdade que não passa de moda, porque é capaz de penetrar onde nada mais pode chegar – “A nossa tristeza infinita só se cura com um amor infinito” (265):

“O verdadeiro missionário, que não deixa jamais de ser discípulo, sabe que Jesus caminha com ele, fala com ele, respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio da tarefa missionária. Se uma pessoa não O descobre presente no coração mesmo da entrega missionária, depressa perde o entusiasmo e deixa de estar seguro do que transmite, faltam-lhe força e paixão. E uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, enamorada, não convence ninguém” (n. 266).

Segunda motivação:
O prazer espiritual de ser povo – “Vós que outrora éreis um povo, agora sois Povo de Deus” (1 Pd 2,10).

A missão é uma paixão por Jesus e simultaneamente uma paixão pelo Seu povo: Ele nos toma do meio do povo e nos envia ao povo, de tal modo que a nossa identidade não se compreende sem esta pertença (n.268).

Jesus estava sempre no meio do povo, de modo que Sua entrega na Cruz é apenas o culminar deste estilo que marcou toda a Sua vida:

“Fascinados por este modelo, queremos inserir-nos a fundo na sociedade, partilhamos a vida com todos, ouvimos as suas preocupações, colaboramos material e espiritualmente nas suas necessidades, alegramo-nos com os que estão alegres, choramos com os que choram e comprometemo-nos na construção de um mundo novo, lado a lado com os outros...” (n.269).

Uma tentação que precisamos tomar cuidado: a tentação de ser cristãos mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor – “Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros...” (n. 270).

É preciso dar razão de nossa esperança: “Jesus não nos quer como príncipes que olham desdenhosamente, mas como homens e mulheres do povo... Assim, experimentaremos a alegria missionária de partilhar a vida com o povo fiel de Deus, procurando acender o fogo no coração do mundo” (n. 271).

O discípulo missionário, quando plenamente devotado em seu trabalho evangelizador, experimenta o prazer de ser um manancial que transborda e refresca os outros (n.272).

Somos advertidos, como discípulos: “Não se vive melhor fugindo dos outros, escondendo-se, negando-se a partilhar, resistindo a dar, fechando-se na comodidade. Isto não é senão um lento suicídio” (n. 272).

Portanto, a missão no coração do povo não é uma parte da vida, ou ornamento que se pode por de lado, tão pouco um apêndice ou um momento isolado da vida de uma pessoa. (n. 273).

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