segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

João Batista: seu grito ressoa pelos séculos (IIDTAA)

                                                           


João Batista: seu grito ressoa pelos séculos

A Liturgia do 2º Domingo do Advento (ano A) nos apresenta a passagem do Evangelho de Mateus, em que João Batista encontra-se no deserto pregando o batismo de conversão, anunciando a proximidade do Reino de Deus e a necessária preparação do caminho do Senhor e o endireitar das veredas para a Sua chegada (Mt 3,1-12).

Vejamos esta afirmação:

“João Batista já não está nas margens do Jordão. Já desapareceram todos os que ele fustigava. Também Aquele que o Batista anunciava já deixou a terra, depois de ter cumprido a Sua missão. Mas a voz do Precursor continua a ressoar na Igreja, aos ouvidos dos que receberam o Batismo no Espírito Santo: ‘Praticai ações que se conformem ao arrependimento que manifestais!’ Porque essa conversão não é coisa de um dia; terá de continuar ao longo de toda a vida, com a esperança de que se mantém, graças à ‘paciência e consolação que vêm das Escrituras’, como diz São Paulo (Rm 15,4)”. (1)

A voz de João “continua a ressoar na Igreja” e “aos ouvidos dos que receberam o Batismo no Espírito Santo”.

Passaram-se os tempos, novos contextos, mas a voz de João não perde a força profética, porque ainda há muito que ser transformado, para que tenhamos uma nova realidade, em que a vida humana seja, de fato, um templo vivo onde Deus habita.

Uma passagem rápida pelos noticiários em todos os âmbitos, vemos que os valores efêmeros, transitórios, norteiam ações e decisões. Os interesses econômicos, as vantagens prevalecem em detrimento do bem comum, com desvios execráveis, corrupção, cumplicidade, propinas e um esforço conjunto de desmoralização de ações que venham passar a limpo o que for preciso.

A voz profética de João ressoa em todos os âmbitos, para que a conversão nos leve a produzir frutos bons e agradáveis que a fé exige: como pessoa, família, comunidade e sociedade.

Impossível que sua voz não seja ressoada, inadmissível que seja sufocada.

Tenhamos a coragem de afinar nossos ouvidos e captar seu grito, que chega a cada um de nós, certos de que quanto mais nos abrirmos à sua escuta, em sincera atitude de conversão, mais instrumentos de harmonia, concórdia e comunhão haveremos de ser, deixando-nos guiar pela Sagrada Escritura, que é para nós garantia de constância e conforto em todos os momentos, para que não recuemos no testemunho da fé, como tão bem nos exortou também o Apóstolo Paulo (Rm 15,4-9), na segunda Leitura também proclamada neste segundo Domingo do Advento.



(1) Missal Quotidiano e Dominical - Editora Paulus - Lisboa - 2012 p.63

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG