sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Maria, mãe e discípula do Senhor

                                                           

Maria, mãe e discípula do Senhor

A Solenidade da Imaculada Conceição, celebrada dia 8 de dezembro, é inesgotável, por sua riqueza em nossa espiritualidade cristã, sobretudo quando nos encontramos em preparação ao Natal do Senhor, vivendo intensamente o Tempo do Advento.

E quem melhor do que Maria para nos orientar e apontar o caminho desta necessária e frutuosa preparação?

Retomemos esta afirmação, que muito nos ajuda no aprofundamento de nossa espiritualidade Mariana, para que seja cada vez mais fecunda, como nos orienta a Igreja em sua salutar Doutrina:

“Com razão alguém se pergunta por que é que somente a Maria foi concedido o singular privilégio de ser preservada do pecado original. Como é que Deus não concedeu a todos esse dom?

Se queremos que a ‘Imaculada Conceição’ tenha algo a dizer ao homem de hoje e fale à nossa vida, é necessário recordar, antes de mais, uma verdade ofuscada por imagens estereotipadas, criadas por uma devoção mariana pouco bíblica. Maria é uma de nós, viveu como todas as mulheres do seu povo, é uma irmã que, como nós, travou uma luta interior contra o mal e teve de ultrapassar as mesmas dificuldades e tentações que nós, mas nela Deus encontrou disponibilidade plena para a realização do seu plano de Salvação” (1)

Estas palavras nos remetem ao Prefácio desta Solenidade, quando assim rezamos:

“A fim de preparar o Vosso Filho mãe que fosse digna d’Ele, preservastes a virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude da Vossa graça...”.

Maria, como nos apresentam os evangelistas, não viveu uma inerte passividade, mas uma operosa atividade:

“O seu ‘sim’ foi mantido e acentuado em toda a vida até o Calvário, onde oferece Cristo que Se oferecia por nossa salvação. Maria ensina aos homens de hoje que entrar no Mistério de Cristo, querer operar a salvação, é pôr-se a ‘serviço’. Escolhida para mãe, declara-se ‘serva’” (2);

Maria Santíssima, por ser subtraída ao pecado original, é para todos nós a garantia de que, no mundo, “o bem é mais forte e mais contagioso que o mal. Com ela, a primeira redimida, tem início uma história de graça ‘contagiosa’” (3)

No entanto, Maria foi progredindo no caminho da fé, da dedicação, da obediência, do amor, da esperança, da abertura aos Mistérios e desígnios divinos, como nos diz o Documento do Concílio, a Lumen Gentium (4)

Deste modo, Maria é para toda a Igreja, e em todos os tempos, um modelo de fé adulta, esclarecida, consciente, convicta e responsável que repercute na vida toda em toda a vida:

“É modelo de virtudes maduras, crescidas num exercício contínuo de entrega aos outros, de ininterrupta abertura ao amor. Finalmente, sua vida de imaculada atingiu o fulgor de seu amor por Deus e pelos homens” (5)

Cresçamos continuamente em nossa devoção a Maria, Mãe do Senhor e Sua mais perfeita discípula, por sua abertura aos Mistérios de Deus, acompanhada de toda a fidelidade, confiança e obediência.

Com Maria, empenhemo-nos na correspondência ao amor de Deus, procurando ser santos e irrepreensíveis sob o Seu olhar, como nos exortou o Apóstolo escrevendo aos Efésios (Ef 1,3-12).

Na imitação de suas virtudes, viveremos uma fecunda devoção Mariana, acompanhada de gestos e compromissos com o Reino do Seu Filho, empenhados e comprometidos com a vida plena pela qual Ele veio e no ventre de Maria Se encarnou, concebido pelo poder do Espírito Santo.

(1)         Lecionário Comentado – Tempo do Advento/Natal – Editora Paulus – Lisboa – pp.389-390
(2)        Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1823
(3)        Idem p.1824
(4)        Lumen Gentium n.58; 63; 65
(5)        Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.1824

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG