domingo, 3 de agosto de 2025
Coração indiviso, por Cristo seduzido: Sacerdote feliz!
“Padre elementar”?
Presbítero: construtor de unidade e paz
Presbítero: construtor de
unidade e paz
Reflexão à luz da Mensagem
para o Dia Mundial pela Santificação do Clero, na qual o Papa Leão XIV
exorta os padres a viverem o dom total de si mesmos no serviço ao povo santo,
em resposta ao chamado que de Deus procedeu, de tal modo que sejam
construtores de unidade e de paz, num mundo marcado por crescentes
tensões, inclusive no seio das famílias e das comunidades eclesiais.
Nesta construção de
unidade e paz, que os presbíteros sejam:
- Pastores capazes de discernimento;
- Hábeis na arte de compor os fragmentos de vida que lhes
são confiados;
- Pessoas que ajudem as pessoas a encontrar a luz do
Evangelho no meio das tribulações da existência;
- Leitores sábios da realidade, indo para além das emoções
do momento, dos medos e das modas;
- Promotores de propostas pastorais que gerem e regenerem a
fé, construindo boas relações, laços de solidariedade e comunidades, onde
brilha o estilo da fraternidade;
- Servidores que jamais se imponham;
- Promotores da fraternidade sacerdotal para que tornem
crível a presença do Senhor Ressuscitado entre nós;
- Plasmados pela graça, para manter o fogo do Espírito
recebido no dia da Ordenação;
- Unidos ao Sagrado Coração de Jesus, para sagrados
compromissos com a vida plena e feliz, na construção do Reino de amor e justiça;
- Peregrinos de esperança, para que seu ministério seja cada
vez mais fecundo, enraizado na oração, no perdão, na proximidade com os pobres,
as famílias e os jovens em busca da verdade.
Deste modo, é fundamental que o padre encontre tão somente no Coração de Jesus a
verdadeira humanidade de filho de Deus.
Oremos:
Ó Deus, ao contemplarmos
o Coração de Cristo, trespassado por amor, carne viva e vivificante que nos
acolhe, elevemos orações pela santificação dos sacerdotes, para que os
transforme à imagem do Cristo Bom Pastor.
Concedei-lhes a graça de
serem ardentes da Vossa divina misericórdia, e sejam testemunhas alegres do Vosso
amor que cura, acompanha e redime.
Ó Deus, confiando cada presbítero a Maria, a
Rainha do apostolado e mãe dos sacerdotes, recordai-lhes sempre que um sacerdote santo faz florescer, à sua
volta, a santidade. Amém.
Confira a Mensagem na íntegra:
https://www.vatican.va/content/leo-xiv/pt/messages/pont-messages/2025/documents/20250627-messaggio-santificazione-sacerdotale.html
O contínuo processo de formação Presbiteral
Luzes serão acesas no coração de cada Presbítero!
Sem medo do resultado que se há de alcançar.
Se tiver a audácia de pescador,
Na adoração, no silêncio, de coração contrito.
Urge que volte, mais do que nunca, aos sem vez e voz.
Incansável, noite e dia.
Retomando a conduta de outrora,
Se não curvar-se ao jugo e ao jogo tirano e opressor.
A cidade, seus clamores e a missão presbiteral
A cidade, seus clamores e a missão presbiteral
As grandes cidades enfrentam os inúmeros problemas de nosso tempo, principalmente porque vivemos em mudança de época, muito mais do que uma época de mudanças.
Diante disto, uma questão fundamental: qual a missão do presbítero na cidade, bem como das comunidades que lhes são confiadas?
Não é uma resposta simples de ser dada, porém não podemos ceder à falta de coragem de buscar e de nos abrirmos ao Espírito para novas e necessárias respostas.
Na realidade, por vezes, árida e sórdida da cidade é missão do Presbítero primeiramente construir comunidades verdadeiramente eucarísticas, que se nutram do Pão da Palavra e da Eucaristia, o que consequentemente possibilitará que ele e todos façam uma profunda experiência de comunhão e amizade com o Senhor, em intimidade e apaixonamento visível pela Palavra que anuncia e denuncia, pelos exemplos, sinais no mundo de vitalidade e profecia.
O encontro com o Senhor não é apenas o conhecimento d’Ele e de Suas ideias, mas a configuração da vida a Ele e ao conteúdo de Seu ensinamento e vivência, alcançando a maturidade paulina:
“Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.” (Gl 2,20), e ainda: “Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo.” (Fl 2,5).
Em decorrência desta espiritualidade eucarística, o Presbítero ajudará a comunidade no processo de santificação e de solidificação da família, a fim de que esta seja como uma escola dos valores cristãos, dos valores humanos e universais, e nela se formem excelentes cristãos e também excelentes cidadãos.
Colocando-se solidariamente ao lado dos mais empobrecidos, em alegre acolhida do outro, em constante processo de conversão pessoal, comunitária e social, o presbítero não deve se restringir aos espaços internos da comunidade, pois a evangelização desconhece limites e fronteiras.
Neste sentido, não pode ele se omitir no anúncio do Verbo nos diversos meios de comunicação social, rádio TV, jornal, Internet, enfim, nos novos areópagos...
Numa cidade, muitas vezes marcada pelo sofrimento, com famintos, dependentes químicos, moradores de rua, prostituição infantil, vítimas do tráfico e da violência, falta de condição digna de moradia…
Diante de tantos rostos empalidecidos, com rugas precoces pelo sofrimento, o Presbítero deve ser aquele que com a comunidade, em frutuosa pastoral de conjunto e em comunhão com toda a Igreja, faz resplandecer o rosto de Cristo.
O Presbítero deve contribuir para que a comunidade, uma vez saciada a sede pela água cristalina da Palavra, nutrida pelo pão eucarístico e inebriada pelo vinho novo da Eucaristia, viva a nova e eterna aliança sendo um “oásis no deserto da cidade”, não como refúgio do bom combate da fé (2Tm 4), mas como lugar de revigoramento, favorecendo atitudes de serviço, anúncio, diálogo e testemunho de que o Reino de Deus se encontra em nosso meio.
Sem a pretensão de esgotar as respostas, vejo o presbítero na cidade como aquele que realiza a missão pelo amor que é Cristo Jesus.
E, na estreita relação de amor com Ele, tornará a Igreja mais crível e um novo mundo, mais do que desejável, possível. Um mundo marcado pela verdade e abundância de vida, porque fundado em relações de amor e justiça que faz brotar a paz.
É missão do Presbítero não permitir que a sordidez da cidade devore o rebanho, colocando nossa vida totalmente a serviço dele, tornando mais bela a cidade, até que um dia possamos entrar na Cidade Celestial.
Em poucas palavras...
“Somente...”
“Somente a água que damos de beber ao próximo poderá saciar nossa sede.
Somente a roupa que doamos poderá vestir nossa nudez.
Somente o doente que visitamos poderá nos curar.
Somente o pão que oferecemos ao irmão poderá nos satisfazer.
Somente a palavra que suaviza a dor poderá nos consolar.
Somente o prisioneiro que libertamos poderá nos libertar”. (1)
(1) Autor desconhecido