Vivamos a comunhão fraterna
Reflexão à luz da
passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos (At 4,32-37), em que Lucas, mais do
que uma fotografia da situação real, apresenta-nos um retrato divino e modelo
ideal de uma comunidade eclesial.
Urge que edifiquemos
a Igreja marcada por este espírito: – “A
multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4,32), e ainda
“Eles eram perseverantes no ensinamento
dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na Fração do Pão e nas Orações” (At
2,42).
Evidencia-se,
nesta passagem, a comunhão fraterna, expressa na partilha dos bens, e a missão
dos Apóstolos na motivação e administração destes bens.
A estes são
confiados o ofício da pregação e a presidência da atividade caritativa, o que
distingue a Igreja de uma mera organização burocrática governada pelo princípio
da eficiência, em que vigoram relações meramente funcionais.
Sempre oportuno
que façamos a revisão de nossas comunidades, e o quanto ela vive este retrato
divino, edificando uma Igreja que nasce da escuta da Palavra, fortalece os
vínculos de comunhão fraterna, na perseverança na doutrina dos Apóstolos,
nutrindo-se da Eucaristia (fração do Pão), fonte e ápice de toda a Igreja,
regada também, com múltiplos e fecundos momentos de oração.
O Papa Francisco sempre
afirmava que a Igreja não é uma ONG (Organização não Governamental), mas uma
comunidade de pessoas, que nasce do Espírito e por Ele assistida e conduzida, e
não nasce da carne e do sangue.
Oremos para que,
como Igreja, na ação Evangelizadora, sejamos sempre atentos aos PILARES que se
completam, inseparavelmente: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária, como
vemos nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil
(2019-2023), e que também nos remete, imediatamente a outro retrato das
primeiras comunidades que Lucas nos descreve nos Atos dos Apóstolos (At
2,42-47).
Este tempo
difícil por que passamos, é muito favorável para promovermos e intensificarmos
a comunhão fraterna, com gestos de amor, partilha e solidariedade, a fim de que
possamos vislumbrar um novo amanhecer.
Não podemos nos
salvar sozinhos. No amor vivido e na comunhão fraterna vivida, damos testemunho
da presença do Ressuscitado.
Mais uma vez,
ecoem as palavras de Tertuliano, ao se referir aos primeiros cristãos: “Vede
como eles se amam”.
A comunidade cristã tem, portanto,
algumas marcas:
- É o lugar
privilegiado do encontro com Jesus Cristo Ressuscitado: na Palavra proclamada,
no pão partilhado, no amor vivido e no corajoso testemunho dado;
- É formada homens
e mulheres novos, que nascem da Cruz e da Ressurreição de Jesus, a Igreja;
- Rica pela diversidade,
unidade e caridade, tendo como centro o próprio Jesus Cristo Ressuscitado;
- Formada por diversas pessoas, mas tem uma só fé e vive num só coração e numa só alma, assim manifestado em gestos concretos de partilha;
- Deve superar todo tipo de egoísmo, autossuficiência, fechamento em si mesma, para que possa dar testemunho da vida e presença do Ressuscitado;
- Continuará a
missão do Senhor: comunicar a vida nova que brota de Sua Ressurreição.
Que nossas
comunidades vivam cada vez mais a unidade, a comunhão fraterna e a caridade
para serem alegres testemunhas do Cristo Ressuscitado, aquele que nos concede a
verdadeira paz – Shalom!
Oremos:
“Fazei-nos, ó Deus todo-poderoso,
proclamar o poder do Cristo Ressuscitado, e, tendo recebido as primícias dos
Seus dons, consigamos possuí-los em plenitude. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”
Fontes
inspiradoras:
-
Missal Cotidiano – Editora Paulus – p.362
- www.dehonianos.org/portal
Nenhum comentário:
Postar um comentário