domingo, 28 de abril de 2024

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor! (VDTPB)

                                                               

Precisamos da Seiva do Amor do Senhor!

“Eu sou a Videira e vós sois os ramos”

A Liturgia do 5º Domingo da Páscoa (Ano B) é um convite à reflexão sobre a união com Cristo, que deve ser intensa para que possamos ter vida plena e os frutos por Deus esperados produzirmos.

É o “Domingo da Verdadeira Videira” que é o próprio Cristo Jesus, como nos fala o Evangelho de São João (Jo 15, 1-8).

Com a passagem da primeira Leitura (At 9,26-31), refletimos sobre como deve ser a comunidade: lugar da partilha, da mesma fé, que percorre o caminho do amor fraterno. Somente assim ela se coloca num constante processo de amadurecimento, realizando sua vocação.

Retrata a conversão de Paulo e a sua relação com a comunidade. O Apóstolo teve que enfrentar a desconfiança da comunidade, bem como ela teve coragem de correr o risco como fonte de enriquecimento. Para ambos foi desafio à comunhão a ser construída. 

O conjunto da Leitura nos apresenta o cristianismo como um encontro pessoal com Jesus, que se torna visível na experiência da comunhão com os irmãos. É impossível o encontro com Jesus e a vida fora da comunidade, da comunhão com os irmãos.

O encontro e o acreditar em Jesus implicam em adesão à Sua Palavra, ao Seu Projeto, à Sua proposta de Amor, que implica em amar até o fim, até as últimas consequências. Um amor total, incondicional e para sempre!

A fé é necessariamente uma experiência a ser fortalecida, numa vida comunitária marcada pela fragilidade.

Evidentemente, o autêntico cristianismo vivido implica na superação dos conflitos que possam surgir, com a certeza de que se pode contar com o Espírito Santo que conduz a Igreja.

Esta Leitura possibilita uma “radiografia” de nossas comunidades.

Reflitamos:

- Somos uma comunidade fechada ou aberta ao outro?
- Somos uma comunidade acolhedora?
- Vivemos a comunhão fraterna?

- Vivemos a solidariedade entre todos?
- De que modo ajudamos a comunidade a ser mais fiel ao que Deus espera? Apenas criticamos ou fazemos algo concreto para que seja um melhor instrumento do Reino?

- Somos como Paulo, Barnabé e os primeiros seguidores de Jesus, entusiasmados pela causa do Evangelho?

- Amamos Jesus e Sua Igreja inseparavelmente, apesar da imperfeição e limites inerentes da comunidade?

- Percebemos a ação do Espírito Santo dirigindo a Igreja?

A passagem da segunda Leitura (1Jo 3,18-24) nos apresenta a realidade do ser cristão, aquele que acredita em Jesus Cristo e ama uns aos outros como Ele nos amou. O amor ao próximo é critério para afirmarmos se conhecemos ou não a Deus, para afirmarmos a realização ou não da Sua vontade pela palavra e pelas obras.

Quando deixamos que o amor conduza a nossa vida, estamos no caminho da verdade. Coração aberto ao amor se traduz em serviço e partilha, na mais bela comunhão com Deus.

Somente o amor autêntico vivido nos liberta de todas as dúvidas e inquietações, nos dá a serenidade necessária e a certeza de que estamos no caminho certo da felicidade e vida eterna.

Com a passagem do Evangelho (Jo 15,1-8),encontra-se no contexto de despedida de Jesus, e refletimos sobre a adesão a Jesus que se torna a fonte de frutos saborosos por Deus esperados.

Com a Parábola da Videira, exorta que os discípulos permaneçam com Ele. Está próxima a Sua partida, entrega, Paixão e Morte. Mas também próxima está a Sua Ressurreição e presença para sempre no meio deles.

O Evangelho de João nos apresenta a comunidade da Nova Aliança com o distintivo do amor e serviço.

Notamos a insistência do Evangelista no verbo “permanecer” – oito vezes. Permanecer com Jesus implica em adesão, solidez na fé, estabilidade, constância, continuidade, frutos abundantes. Permanecer é adesão e renovação constantes.

Permanecer é ficar com Ele, viver Seu Mandamento de Amor, é confrontar a cada instante nossa vida com a Sua Vida. Sem Jesus a comunidade viveria uma esterilidade indesejável.

É preciso, como cristão, viver de, com, para e como Jesus Cristo. Podas serão inevitáveis para que mais frutos sejam produzidos, mas somente o ramo unido a Jesus produzirá os frutos saborosos.

Ao discípulo fica a possibilidade do discernimento.

Reflitamos:

- A quem queremos aderir nossa vida?
- Com quem queremos ser configurados, enxertados?

Haverá sempre a possibilidade de enxertar-se em outras “árvores”, mas o resultado é o óbvio: insatisfação, frustração, egoísmo, morte e autossuficiência...

A Parábola fala de ramos que se não unidos à videira, morrerão, secarão, serão queimados. Isto ocorre quando seduções indesejáveis norteiam nossa vida: dinheiro, êxito a qualquer preço, moda, poder, aplausos, orgulho, amor próprio excludente, a inversão de valores que deem sentido à vida.

Fala também das podas necessárias para novos frutos. São as provações do quotidiano, a cruz a ser carregada com renúncias, sacrifícios, abertura ao outro, humildade, simplicidade, perdão, superação...

Urge fazer nossa revisão de vida; renovemos nossa adesão ao Senhor, e ao Seu Evangelho e nosso amor e pertença a Igreja que nasceu de Seu lado, do Seu Coração trespassado.

Que todos nós, membros ativos da comunidade, vejamos quais são as podas necessárias que precisamos ter coragem de suportar, para que os frutos saborosos de Deus possamos produzir, para que todos tenhamos vida e vida plena.

Que sejamos saciados com a Seiva do Amor que emana abundantemente em cada Eucaristia celebrada, em cada Palavra proclamada, ouvida, acolhida e na vida encarnada.

Não podemos viver sem Jesus, portanto, não podemos viver sem o Seu Amor.

Concluímos com este canto:

“Meu Senhor despojou-Se de Si, sendo Deus
Se fez homem, Se entregou e morreu numa Cruz. [...]
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus

Tu és minha paz, minha luz, meu Rei e meu Bom Pastor
Eu Te amo, sou louco de amor por Ti, meu Jesus
Tu és minha paz, minha luz, meu Deus, meu Senhor. [...]”

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