quarta-feira, 24 de abril de 2024

Por uma autêntica Identidade Cristã!

                                                   

Por uma autêntica Identidade Cristã!

Sejamos enriquecidos pela Carta escrita a “Diogneto” (século II):

“Os cristãos não se diferenciam dos outros homens nem pela pátria nem pela língua nem por um gênero de vida especial.

De fato, não moram em cidades próprias, nem usam linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de extraordinário.

A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apoia em qualquer teoria simplesmente humana, como tantas outras.

Moram em cidades gregas ou bárbaras, conforme as circunstâncias de cada um; seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos; mas o seu modo de viver é admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio.

Habitam em suas pátrias, mas como de passagem; têm tudo em comum como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria.

Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é para eles terra estrangeira.
Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito. São de carne, porém, não vivem segundo a carne.

Moram na terra, mas sua cidade é no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas com seu gênero de vida superam as leis. Amam a todos e por todos são perseguidos.

Condenam-nos sem os conhecerem; entregues à morte, dão a vida.
São pobres, mas enriquecem a muitos; tudo lhes falta e vivem na abundância.

São desprezados, mas no meio dos opróbrios enchem-se de glória; são caluniados, mas transparece o testemunho de sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras.

Praticam o bem e são castigados como malfeitores; ao serem punidos, alegram-se como se lhes dessem a vida.

Os judeus fazem-lhes guerra como a estrangeiros e os pagãos os perseguem; mas nenhum daqueles que os odeiam sabe dizer a causa do seu ódio.

Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo.
A alma está em todos os membros do corpo; e os cristãos em todas as cidades do mundo.

A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo.

A alma invisível é guardada num corpo visível; todos veem os cristãos, pois habitam no mundo, contudo, sua piedade é invisível. A carne, sem ser provocada, odeia e combate a alma, só porque lhe impede o gozo dos prazeres; o mundo, sem ter razão para isso, odeia os cristãos precisamente porque se opõem a seus prazeres.

A alma ama o corpo e seus membros, mas o corpo odeia a alma; também os cristãos amam os que os odeiam.

Na verdade, a alma está encerrada no corpo, mas é ela que contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como numa prisão, mas são eles que abraçam o mundo.

A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em moradas corruptíveis, esperando a incorruptibilidade dos céus.

A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constantemente mortificados, veem seu número crescer dia a dia.

Deus os colocou em posição tão elevada que lhes é impossível desertar.”

A reflexão desta Carta nos recorda qual é a nossa missão, a nossa Identidade, a razão de nosso ser, para que vivamos melhor nosso Batismo, e do mundo, a luz sejamos, da terra o sal, da massa o fermento.

“Os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo” 

Nossa resposta à Carta:

A melhor resposta a esta Carta, também a nós dirigida:
A revisão de nossa conduta, atitudes, comportamentos,
Fidelidade a princípios na coerência entre a fé e a vida,
Fazendo das virtudes, do amor e esperança, fundamentos.

A melhor resposta é viver o caminho de santidade:
Compromisso com a causa do Reino, valor absoluto!
Criando, na misericórdia, laços de sadia fraternidade,
Lutar, para que não haja mais dor, lamento, morte e luto.

A melhor resposta é rever a nossa Identidade:
Ser, de fato, luz, lançando raios de ternura.
Ser, de fato, da terra, sal, que dá gosto de eternidade.
Ser, mais que de fato, fermento da Verdade mais pura:
Jesus Cristo!


PS: Liturgia das Horas Vol. II - pp. 757 e 758.

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