quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A misericórdia divina e a nossa conversão (VIIDTCC)

 


A misericórdia divina e a nossa conversão
 
Reflexão à luz de uma das Cartas do abade e Confessor São Máximo (séc. VII), em que retrata a ação de Deus em favor de todos nós, movido pela misericórdia.

“Os pregadores da verdade e os ministros da graça divina, todos os que, desde o princípio até os nossos dias, cada um a seu tempo, expuseram a vontade salvífica de Deus, dizem que nada lhe é tão agradável e conforme a Seu Amor como a conversão dos homens a Ele com sincero arrependimento.
 
E para dar a maior prova da bondade divina, o Verbo de Deus Pai (ou melhor, o primeiro e único sinal de Sua bondade infinita), num ato de humilhação que nenhuma palavra pode explicar, num ato de condescendência para com a humanidade, dignou-Se habitar no meio de nós, fazendo-Se homem.
 
E realizou, padeceu e ensinou tudo o que era necessário para que nós, Seus inimigos e adversários, fôssemos reconciliados com Deus Pai e chamados de novo à felicidade eterna que havíamos perdido.
 
O Verbo de Deus não curou apenas nossas enfermidades com o poder dos milagres. Tomou sobre Si as nossas fraquezas, pagou a nossa dívida mediante o suplício da Cruz, libertando-nos dos nossos muitos e gravíssimos pecados, como se Ele fosse o culpado, quando na verdade era inocente de qualquer culpa.
 
Além disso, com muitas Palavras e exemplos, exortou-nos a imitá-lo na bondade, na compreensão e na perfeita caridade fraterna.
 
Por isso dizia o Senhor: Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão (Lc 5,32). E também: Aqueles que têm saúde não precisam de médicos, mas sim os doentes (Mt 9,12). Disse ainda que viera procurar a ovelha desgarrada e que fora enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel.
 
Do mesmo modo, pela Parábola da dracma perdida, deu a entender mais veladamente que viera restaurar no homem à imagem divina que estava corrompida pelos mais repugnantes pecados.
 
E afirmou: Em verdade Eu vos digo, haverá alegria no céu por um só pecador que se converte (cf. Lc 15,7).
 
Por esse motivo, contou a Parábola do bom samaritano: àquele homem que caíra nas mãos dos ladrões, e fora despojado de todas as vestes, maltratado e deixado semimorto, atou-lhe as feridas, tratou-as com vinho e óleo e, tendo colocado em seu jumento, deixou-o numa hospedaria para que cuidassem dele; pagou o necessário para o seu tratamento e ainda prometeu, dar na volta, o que porventura se gastasse a mais.
 
Mostrou-nos ainda a condescendência e bondade do pai que recebeu afetuosamente o filho pródigo que voltava, como o abraçou porque retornara arrependido, revestiu-o de novo com as insígnias de sua nobreza familiar e esqueceu todo o mal que fizera.
 
Pela mesma razão, reconduziu ao redil a ovelhinha que se afastara das outras cem ovelhas de Deus e fora encontrada vagueando por montes e colinas. Não lhe bateu nem a ameaçou nem a extenuou de cansaço; pelo contrário, colocando-a em seus próprios ombros, cheio de compaixão, trouxe-a sã e salva para o rebanho.
E deste modo exclamou: Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e Eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo (Mt 11,28-29).
 
Ele chamava de jugo os Mandamentos ou a vida segundo os Preceitos evangélicos; e quanto ao peso, que pela penitência parecia ser grande e mais penoso, acrescentou: O meu jugo é suave e o meu fardo é leve (Mt 11,30).


Outra vez, querendo nos ensinar a justiça e a bondade de Deus, exortava-nos com estas Palavras: Sede Santos, sede perfeitos, sede misericordiosos, como também vosso Pai celeste é misericordioso (cf. Mt 5,48; Lc 6,36).
 
E: Perdoai, e sereis perdoados (Lc 6,37). Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles (Mt 7,12).”
 
Deus age movido por Sua misericórdia infinita e irrevogável para com os pecadores, para que se convertam e vivam, recuperando a dignidade e o sentido da existência perdida.


Com a carta, o Abade nos leva a um mergulho na profundidade da misericórdia de Deus, que encontramos no Sagrado Coração de Jesus.
 
Como que um pintor, nos apresenta, em telas do Espírito, a ação de Jesus em diversas situações e parábolas, com uma leveza indescritível.
 
Reconheçamos, em todo o tempo, nossa condição pecadora, intensificando o processo contínuo de conversão e arrependimento sincero.

Procuremos novos caminhos, renunciando às obras das trevas, o que nos introduzirá no esplendor da luz do Ressuscitado, como discípulos missionários Seus, em contínuo processo de conversão, com gestos e novos compromissos, para que sejamos testemunhas vivas e credíveis do Ressuscitado; testemunhas de que a misericórdia de Deus pode nos purificar e nos libertar de todo pecado que rouba nosso movimento, como que numa indesejável paralisia espiritual.
 
Bem afirmou o Apóstolo Paulo: “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1).
 
 

“Ó abismo de indizível caridade!” (VIIDTCC)

“Ó abismo de indizível caridade!”


Sejamos enriquecidos por este trecho do “Diálogo sobre a Divina Providência”, escrito por Santa Catarina de Sena (séc. XIV):

“Meu dulcíssimo Senhor, volta complacente Teus misericordiosos olhos para este povo e para o Corpo místico de Tua Igreja; porque maior glória advirá a Teu santo nome por perdoar a tamanha multidão de Tuas criaturas do que só a mim, miserável, que tanto ofendo a Tua majestade.

Como poderei eu consolar-me, vendo-me possuir a vida, se Teu povo está na morte? E vendo em Tua diletíssima Esposa as trevas dos pecados brotadas de minhas faltas e das outras criaturas Tuas?

Quero, pois, e para cada um peço aquela inestimável caridade que Te levou a criar o ser humano à Tua imagem e semelhança. Que coisa ou pessoa foi o motivo de colocares o ser humano em tão grande dignidade? Sem dúvida, só inapreciável amor que Te fez olhar em Ti mesmo Tua criatura de quem Te enamoraste. Mas reconheço abertamente que pela culpa do pecado com justiça perdeu a dignidade que lhe deras.

Tu, porém, movido pelo mesmo amor, desejando por graça reconciliar contigo o gênero humano, nos deste a Palavra de Teu Filho Unigênito. Verdadeiro reconciliador e mediador entre Ti e nós e também nossa justiça, que castigou e carregou em si todas as nossas injustiças e iniquidades, em obediência ao que Tu, Pai eterno, lhe ordenaste, ao determinar-lhe assumir nossa humanidade.

Ó abismo de indizível caridade! Que coração há tão duro que continue impassível sem se partir por ver a máxima sublimidade descer à máxima baixeza e abjeção, que é a nossa humanidade?

Nós somos Tua imagem e Tu, nossa imagem, pela união que realizaste com o ser humano, velando a eterna Divindade com a mísera nuvem e infecta matéria da carne de Adão.

Donde vem tudo isto? Unicamente Teu inefável amor está em causa. É, pois, por este inestimável amor que humildemente imploro Tua majestade, com todas as forças de minha alma, que concedas gratuitamente às Tuas miseráveis criaturas Tua misericórdia.”

Com a Doutora da Igreja, contemplamos o abismo de indizível caridade a nós revelado por Jesus que vive na plena comunhão Trinitária de amor, com o Pai e o Espírito Santo.

Não apenas contemplamos, mas por meio de Jesus, nosso Senhor, também fomos inseridos e mais que isto, mergulhados neste mar infinito de misericórdia, por Sua Morte e Ressurreição, e por meio desta nos foi comunicando Seu Espírito, com aquele sopro que nos descreve o Evangelista João.

Contemplamos e suplicamos, que Deus nos conceda, a nós reconhecidamente miseráveis criaturas, a infinita misericórdia, porque tão somente por esta enriquecidos e envolvidos, poderemos também sermos misericordiosos como o Pai (Lc 6,36).

Oportuno para que também aprofundemos sobre as obras de misericórdia corporais (Dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; assistir aos enfermos; visitar os presos; enterrar os mortos); espirituais(Dar bom conselho; ensinar os ignorantes; corrigir os que erram; consolar os aflitos; perdoar as injúrias; sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo; rogar a Deus por vivos e defuntos.).

Num mundo marcado por guerras, conflitos, violências, é preciso redescobrir, anunciar e estabelecer relações de misericórdia, para que, como miseráveis criaturas, reaprendamos sempre a construir a civilização da misericórdia, que se notabilizará concretamente em relações expressivas de amor e respeito à vida humana e de todo o planeta. 

Ó Pai de Misericórdia! (VIIDTCC)


Ó Pai de Misericórdia!

"Misericordiosos como o Pai" (Lc 6,36)

Alegremo-nos e exultemos: Deus nos escolheu como pedras vivas e escolhidas suas, para que sejamos edificados sobre Cristo, pedra angular. Portanto, com o coração transbordante de alegria, peçamos cheios de fé a Deus Pai todo-poderoso em favor de Sua amada Igreja, santa e pecadora, que somos:

Ó Pai do Céu, que sois o agricultor da vinha que Cristo plantou na terra, a Vossa Igreja, purificai, guardai e fazei que ela cresça, para que, sob o Vosso olhar, espalhemos por toda a terra Vossa luz, anunciando e testemunhando a Boa-Nova do Evangelho, de modo especial vivendo, na planície do quotidiano, o Programa de vida e santidade: as Bem-Aventuranças.

Ó Pastor Eterno, protegei e aumentai o Vosso pequenino rebanho que somos, para que como ovelhas Vossas, sejamos congregados na unidade, sob um só Pastor, Jesus Cristo, Vosso Unigênito e Amado Filho que, na Cruz morrendo, revelou-nos Vosso infinito amor, amando-nos até o fim.

Ó Pai de Amor, Vós que nos enviastes ao mundo Vosso Filho, a Palavra que Se fez Carne, dai-nos a graça de sermos deste Semeador providente, semeadores da Palavra em Vosso campo, para que dê frutos abundantes para a vida eterna, assim como torne fecundo nosso coração para acolher e frutificar a semente da Vossa Palavra nele também lançada.

Ó Pai Eterno, Vós que sois sábio construtor, santificai a Vossa Igreja, Vossa casa e Vossa família, para que apareça no mundo como Cidade Celeste, Jerusalém nova e Esposa sem mancha, na fidelidade ao Seu divino fundador, Vosso Filho, Jesus Cristo, Senhor Nosso, com a luz, sopro e assistência, do Vosso Santo Espírito. Amém.


PS: Livre Adaptação das Preces das Laudes da quarta-feira da quarta Semana do Tempo Comum.

Em poucas palavras... (VIIDTCC)

 


“Cristo morreu por amor de nós, sendo nós ainda «inimigos»” 

“Cristo morreu por amor de nós, sendo nós ainda «inimigos» (Rm 5, 10). O Senhor pede-nos que, como Ele, amemos até os nossos inimigos (Mt 5,44), que nos façamos o próximo do mais afastado (Lc 10,27-37), que amemos as crianças (Mc 9,37) e os pobres como a Ele próprio (1 Cor 13,1-4).

O apóstolo São Paulo deixou-nos um incomparável quadro da caridade: «A caridade é paciente, a caridade é benigna; não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa; não é inconveniente, não procura o próprio interesse, não se imita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta» (1Cor 13, 4-7).” 

 

(1)Catecismo da Igreja Católica parágrafo n. 1825

Uma Igreja sinodal, misericordiosa e missionária (VIIDTCC)

 


Uma Igreja sinodal, misericordiosa e missionária 

Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus

que recebeste pela imposição de minhas mãos. Pois, Deus não

nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza,

de amor e sobriedade” (2Tm 1,6)

 

A Doutrina Social da Igreja, vivida à luz da misericórdia divina, nos faz “misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36), para que toda a Igreja se coloque a serviço da vida plena para todos. 

Conduzidos pelo protagonista da evangelização que é o Espírito Santo, somos fortalecidos pela Doutrina Social da Igreja, na vivência das obras de misericórdia corporais (dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos); e espirituais (aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rezar a Deus pelos vivos e defuntos). 

Com o Espírito do Senhor, que não nos deixou órfãos, e nos assiste e nos acompanha nesta missão de construir um novo céu e uma nova terra, viveremos concretamente a misericórdia divina - “O Espírito do Senhor repousa sobre mim...” (Lc 4,18). 

E é este mesmo Espírito que não nos permite timidez, omissão, indiferença diante dos inúmeros apelos de vida que clamam aos céus, no deserto árido de nossa cidade, porque somos discípulos missionários do Cristo Ressuscitado, que doou a própria vida por toda a humanidade. 

Urge intensificar a formação de nossos agentes, a fim de que edifiquemos uma Igreja verdadeiramente sinodal, Povo de Deus a caminho, na comunhão, participação e missão em todos os âmbitos, dentro e fora dos espaços da Igreja, como sal da terra, fermento na massa e luz no mundo.

Deste modo, seremos uma Igreja misericordiosa, reavivando a chama da vocação como dom de Deus, e a graça de participar da missão evangelizadora que o Senhor nos confia, com zelo, amor, ardor e alegria.

Instrumentos da misericórdia divina (VIIDTCC)

                                                                

Instrumentos da misericórdia divina

Sede misericordiosos
 como também o vosso Pai é misericordioso.”
(Lc 6,36).

Ouvimos, na quinta-feira da 23ª Semana do Tempo Comum, a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,27-38), que nos exorta a crescer sempre mais na prática da Misericórdia, procurando suas múltiplas faces, expressões e concretizações.

Contemplemos o Coração de Jesus, onde habita a plenitude da Misericórdia, por isto quem O vê, vê o Pai, pois Ele e o Pai são um só.

Um Coração pleno de Misericórdia, pleno de luz, e por isto, Ele pode Se nos apresentar como a Luz do mundo, para que todo aquele que O seguir não caminhe nas trevas, mas tenha a luz da vida (Jo 8,12).

Um pouco mais adiante, na mesma passagem, Jesus adverte os discípulos sobre o perigo de um cego guiar outro cego, com o risco de ambos caírem num buraco, e o perigo de enxergar com nitidez os defeitos do próximo sem se dar conta dos próprios:

“Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Lc 6, 42).

A prática da Misericórdia, além de nos levar ao amor e à oração pelos inimigos, também exige de nós coerência, evitando uma vida pautada por “dois pesos e duas medidas”.

Tirar a trave de nossos olhos nos capacitará para nos ajudarmos mutuamente, sem nos desviarmos do caminho da prática da misericórdia, não mergulhando nos buracos que uma cegueira nos levaria (cegueira entendida como ausência da Misericórdia).

Se por um lado a Misericórdia se expressa na coerência de vida, há algumas coisas que a ofusca, como a hipocrisia, a ambiguidade, o julgamento rigoroso de nossos irmãos e a impaciência de vê-los trilhar o caminho do crescimento, aperfeiçoamento.

A ausência da Misericórdia destrói a paciência, a caridade e, consequentemente, o outro.

Somente a Misericórdia, vislumbrada na prática da caridade, muitas vezes materializada em gestos de acolhida e perdão reintegrador pode resgatar, recriar e possibilitar o novo.

Jesus disse que a boca fala daquilo que o coração está cheio, e podemos concluir que nossos olhos revelarão aquilo que se encontra em nosso íntimo, em nosso coração.

Se em nosso coração houver rancor, ódio, tristeza, indiferença, preconceitos, egoísmo, materialismo, hedonismo cultuado (busca do prazer sem medida), ídolos cultivados, o nosso olhar será a mais perfeita e triste expressão de tudo isto.

É tempo de olharmos para dentro de nós mesmos, para que possamos dizer como São Paulo:

“Pregar o Evangelho não é, para mim, motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor 9,16).

E pregando, vivamos, como ele também nos diz:

“Trato duramente o meu corpo e o subjugo, para não acontecer que, depois de ter proclamado a Boa-Nova aos outros, eu mesmo seja reprovado” (1Cor 9, 27).

Quando a Misericórdia, o Amor de Deus em ação, na ação dos que creem, for vivida, com ousadia, vigor, ardor inextinguível, e paixão por Cristo, à luz da espiritualidade paulina, resplandecerão os sinais do Reino, com o reencantamento da vida: Amor, verdade, justiça e paz.

Somente com humildade, guiados pela luz divina, seremos guias luminosos para os nossos irmãos e irmãs.

Oremos:
Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
semente plantada que, abundantemente, germina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que toda cegueira elimina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que toda hipocrisia abomina!

Ó múltipla face da Misericórdia Divina,
Que nossos olhos ilumina!

Oh múltipla face da Misericórdia Divina,
Que a humanidade incansavelmente ensina!
Amém! 

A família e o aprendizado da misericórdia (VIIDTCC)

                                                            

A família e o aprendizado da misericórdia
            
“Toda casa é um candelabro”
(Jorge Luíz Borges)

“Toda família deve ser como um berço da misericórdia”, em que todos procurem aprender e se empenhar para serem “Misericordiosos como o Pai” (Lc 6,36).

Sendo a família uma espécie de Igreja Doméstica, como nos ensina a “Lumen Gentium” (n.11), urge que se criem momentos intensos e enriquecedores de oração diária, com a Leitura Orante da Palavra de Deus, fortalecendo os vínculos da comunhão, nutrindo-se da Ceia Eucarística, para que ela seja um templo onde habita o Espírito Santo.

Deste modo, as famílias se tornam “berço da misericórdia”, onde se vive o amor, compreensão, diálogo, paciência, carinho, acolhida, perdão, solidariedade, mansidão, paciência e quanto mais se possa dizer, para que ela se edifique na solidez da Palavra de Deus.

Não podemos ver a família como “problema”, mas como uma “oportunidade” de santificação e participação na construção da civilização do amor.

Famílias que perseveram na participação da Mesa Sagrada da Palavra e da Santa Eucaristia renovam no coração a chama ardente do primeiro encontro, que o Senhor acendeu, a ser eternizada no Céu, onde contemplaremos o Fogo Eterno do Amor de Deus, que jamais se apaga e se consome, e que, por enquanto, apenas experimentamos.

Sejamos perseverantes na edificação de nossa família, santuário da vida, lugar em que a vida não seja apenas gerada, mas cuidada, resplandecendo a luz de Deus no mundo, como precioso candelabro divino.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG