A Árvore de todas as árvores: A vivificante Cruz de Cristo!
Sejamos enriquecidos por um dos Sermões de São Teodoro Estudita (séc. IX), no qual nos convida, como o Apóstolo Paulo, a nos gloriarmos na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
“Ó preciosíssimo dom da Cruz! Vede o esplendor de sua forma!
Não mostra apenas uma imagem mesclada de bem e de mal, como aquela árvore do paraíso, mas totalmente bela e magnífica para a vista e o paladar.
É uma Árvore que não gera a morte, mas a vida, que não difunde as trevas, mas a luz; que não expulsa do paraíso, mas nele introduz.
A esta Árvore subiu Cristo, como um rei que sobe no carro triunfal, e venceu o demônio, detentor do poder da morte, para libertar o gênero humano da escravidão do tirano.
Sobre esta Árvore o Senhor, como um valente guerreiro, ferido durante o combate em Suas mãos, em Seus pés e em Seu lado divino, curou as chagas dos nossos pecados, isto é, curou a nossa natureza ferida pela serpente venenosa.
Se antes, pela árvore, fomos mortos, agora, pela Árvore recuperamos a vida; se antes, pela árvore fomos enganados, agora, pela Árvore, repelimos a astúcia da serpente.
Sem dúvida, novas e extraordinárias mudanças!
Em vez da morte, nos é dada a vida; em lugar da corrupção, incorrupção; da vergonha, a glória.
Não é sem razão que o Apóstolo exclama: Quanto a mim, que eu me glorie somente na Cruz do Senhor Nosso, Jesus Cristo. Por Ele, o mundo está crucificado para mim, como eu estou crucificado para o mundo (Gl 6,14).
Pois aquela suprema sabedoria que floresceu na Cruz, desmascarou a presunção e a arrogante loucura da sabedoria do mundo; toda a espécie de bens maravilhosos, que brotaram da Cruz, extirparam inteiramente a raiz da maldade e do pecado.
Já desde o começo do mundo, houve figuras e alegorias desta árvore que anunciavam e indicavam realidades verdadeiramente admiráveis. Repara bem, tu que sentes um grande desejo de saber. Não é verdade que Noé, com seus filhos e esposas e os animais de toda espécie, escapou da morte do dilúvio, por ordem de Deus numa frágil arca de madeira? E o que dizer da vara de Moisés?
Não era figura da Cruz quando transformou a água em sangue, quando devorou as falsas serpentes dos magos, quando separou as águas do mar com o poder do seu golpe, quando as fez voltar ao seu curso normal, afogando os inimigos e salvando aqueles que eram o Povo de Deus?
Símbolo da Cruz foi também a vara de Aarão, quando se cobriu de folhas num só dia para indicar quem devia ser o sacerdote legitimo.
Abraão também prenunciou a Cruz, quando colocou seu filho amarrado sobre o feixe de lenha. Pela Cruz, a morte foi destruída e Adão recuperou a vida. Pela Cruz, todos os Apóstolos foram glorificados e todos os mártires coroados e todos os que creem, santificados. Pela Cruz, fomos revestidos de Cristo ao nos despojarmos do homem velho. Pela Cruz, nós, ovelhas de Cristo, fomos reunidos num só rebanho e destinados às moradas celestes”.
Meditemos sobre a Árvore de todas as árvores:
A Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Por ela nos veio a Salvação, no Corpo que nela foi elevado, sacrificado.
Aos seus pés, nasceu a Igreja, e para sempre de Seu lado trespassado se nutriu.
Foi do lado de Cristo, adormecido na Cruz, que nasceu o admirável Sacramento de toda a Igreja.
Oremos:
Senhor, em Vossa morte, a morte do Verbo na Cruz, a morte da morte para a perene Páscoa, que nos abriu as portas da eternidade, para convosco viver, na comunhão de amor com Vosso Pai e o Espírito Santo para sempre. Amém. Aleluia!
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