domingo, 16 de fevereiro de 2025

A consolação divina em nosso peregrinar na esperança (VIDTCC)

 


A consolação divina em nosso peregrinar na esperança

Sejamos enriquecidos pelo Sermão escrito por São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, o Grande, Patriarca de Roma (séc. V), sobre as Bem-Aventuranças.

“Após falar sobre a pobreza, que tanta felicidade proporciona, o Senhor seguiu dizendo: Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 

Queridíssimos irmãos, o pranto ao qual está vinculado um consolo eterno é distinto da aflição deste mundo. Os lamentos que se escutam neste mundo não tornam ninguém feliz. É muito distinta a razão de ser dos gemidos dos santos, a causa que produz lágrimas felizes.

A santa tristeza lamenta o pecado, o alheio e o próprio. E a amargura não é motivada pela maneira de agir da justiça divina, mas pela maldade humana. E, neste sentido, deve-se lamentar mais a atitude do que age mal, do que a situação daquele que tem que sofrer por causa do malvado, porque ao injusto sua malícia termina no castigo; porém, ao justo sua paciência o leva para a glória.

Segue o Senhor: Bem-aventurados os sofredores, porque eles herdarão a terra. Promete-se a posse da terra aos sofredores e aos mansos, aos humildes e simples, e aos que estão dispostos a tolerar todo o tipo de injustiças.

Não se deve olhar esta herança como desprezível e desfragmentada, como se estivesse separada da pátria celestial; do contrário, não se compreende quem poderia entrar no Reino dos Céus.

Porque a terra prometida aos sofredores, em cuja posse os mansos entrarão, é a carne dos santos. Esta carne viveu em humilhação, por isso mereceu uma ressurreição que a transforma e a reveste de imortalidade gloriosa, sem temer nada que possa contrariar ao espírito, sabendo que sempre estarão de comum acordo. Porque, nesse caso, o homem exterior será a possessão pacífica e inamissível do homem interior.

E, assim, os sofredores herdarão em paz perpétua e sem prejuízo algum a terra prometida, quando este corruptível se revista de incorrupção, e este mortal se revista de imortalidade.” (1) 

Vivendo o Ano Jubilar, peçamos a graça e força divinas, para continuarmos nosso peregrinar, na esperança de um novo céu e nova terra (cf. 2 Pd 3,13).

Renove-se em nossos corações a esperança e confiança no Senhor, em meio às eventuais dificuldades e provações que enfrentamos no testemunho de nossa fé, de tal modo que ela seja fortalecida, e a esperança renovada, e a caridade cada vez mais inflamada, convictos de que “ao justo sua paciência o leva para a Glória”. Amém.

 

(1) Lecionário Patrístico Dominical – Editora Vozes – 2013 – pág. 638


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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG