A força desarmada do amor
Para aprofundamento da Liturgia do 7º Domingo do Tempo Comum (ano A), em que é proclamada a passagem do Evangelho de Mateus (Mt 5, 38-48), ofereço algumas citações riquíssimas extraídas do Lecionário Comentado (1), para compreendermos e vivermos o exigente Mandamento do Amor que o Senhor nos deixou.
“O ódio e espírito de vingança são vistos como um cancro, que insinua no coração do homem e que, pouco a pouco, pode levar até a eliminação física do irmão” (p. 304)
A divisão: “A divisão contradiz a natureza da comunidade cristã (a Igreja) e a sua norma de vida. Paulo diz isto àqueles que querem mostrar-se a si mesmos e se vangloriam pela sua presumida sabedoria” (p. 304)
Somos de Cristo: “A fé não está e não pode estar apoiada no prestígio e na autoridade do evangelizador. O cristão deve apoiar sua fé só na pessoa de Cristo. A expressão ‘Vós sois de Cristo’ (v.23) não tem apenas um sentido afirmativo, mas também exclusivo, e significa: Vós pertenceis somente a Cristo e a ninguém mais. Só a sabedoria de Deus não divina e não exaspera” (p.305)
Espiral da violência: “O ódio, a violência, a vingança causam uma espiral que só pode ser interrompida pelo perdão. Se o mal não encontra resposta, esgota-se em si mesmo, como a semente que não encontra terreno onde possa germinar... O discípulo de Jesus, mesmo que venha a encontrar-se em situações-limite, deverá manter o seu coração livre do ódio e do ressentimento” (p. 306)
Lei de Jesus: “A lei do mundo responde a uma lógica de justiça férrea, Jesus pede que ultrapassemos todas as barreiras com o amor” (p. 307)
“O Senhor assegura-nos que o amor utilizado com quem nos aborrece e importuna, não nos saúda e procura tirar-nos o que é nosso, é construtivo, vitorioso.
Este amor pelos inimigos tem, ao mesmo tempo, aspectos profundamente humanos, porque parte da tentativa de entrar no íntimo do próximo, de compreendê-lo melhor, de compadecer-se dele... Perante os inimigos, o cristão deve ser guiado unicamente pela lógica do amor” (p. 307)
De fato, somente o Amor de Deus vivido instaurará um novo tempo, uma nova face para o mundo, rompendo de vez com a espiral da violência que gera tão apenas mais sofrimentos.
É preciso que aprendamos com o Senhor que, nos amando até o fim, morrendo na Cruz, deu o mais perfeito testemunho da força desarmada do amor.
Oremos:
“Ó Deus, que no Vosso Filho, despojado e humilhado na Cruz, revelastes a força do Amor, abri o nosso coração ao dom do Vosso Espírito e despedaçai as cadeias da violência e do ódio, para que, na vitória do bem sobre o mal, demos testemunho do Vosso Evangelho de paz. Amém” (p. 307)
(1) Lecionário Comentado - Tempo Comum - Volume I - Editora Paulus - Lisboa - 2010 - pág. 304-307
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