domingo, 11 de fevereiro de 2024

Mensagem para o XXXI Dia Mundial do Doente (síntese)

 


Mensagem para o XXXI Dia Mundial do Doente (síntese) 


«Trata bem dele!» -
A compaixão como exercício sinodal de cura 

O XXXI Dia Mundial do Doente celebrado no dia 11 de fevereiro de 2023, e o Papa Francisco nos oferece uma mensagem, com o título: «Trata bem dele!» - A compaixão como exercício sinodal de cura.

A doença que faz parte da experiência humana, pode se tornar desumana, se vivida no isolamento ou no abandono.

Por isto é preciso caminhar junto, em pleno percurso sinodal que estamos vivendo como Igreja – é preciso “...refletir sobre o fato de podermos aprender, precisamente através da experiência da fragilidade e da doença, a caminhar juntos segundo o estilo de Deus, que é proximidade, compaixão e ternura.”

Um dos textos citados na Mensagem é o Livro do Profeta Ezequiel que nos oferece um grande oráculo, que constitui um dos pontos culminantes de toda a Revelação – “Sou Eu que apascentarei as minhas ovelhas, sou Eu quem as fará descansar – oráculo do Senhor Deus. Procurarei aquela que se tinha perdido, reconduzirei a que se tinha tresmalhado; cuidarei a que está ferida e tratarei da que está doente (...). A todas apascentarei com justiça” (34, 15-16).

É preciso aprender com Deus, a fim de que sejamos uma comunidade que caminha em conjunto, capaz de não se deixar contagiar pela cultura do descarte:

“Não tem valor só o que funciona, nem conta só quem produz. As pessoas doentes estão no âmago do povo de Deus, que avança juntamente com eles como profecia duma humanidade onde cada qual é precioso e ninguém deve ser descartado.”

Remete-nos à Encíclica Fratelli Tutti, pois esta propõe uma leitura atualizada da parábola do Bom Samaritano (cf. nº 56), pois pode nos iluminar como ponto de mudança para sairmos das «sombras dum mundo fechado» (cap. I) e «pensar e gerar um mundo aberto» (cap. III).

O Papa destaca a profunda conexão entre esta parábola de Jesus e as múltiplas formas em que é negada hoje a fraternidade, sobretudo em relação aos que mais precisam, como na doença pois “...nunca estamos preparados para a doença; e muitas vezes nem sequer para admitir a idade avançada. Tememos a vulnerabilidade, e a invasiva cultura do mercado impele-nos a negá-la. Não há espaço para a fragilidade...Todos somos frágeis e vulneráveis; todos precisamos daquela atenção compassiva que sabe deter-se, aproximar-se, cuidar e levantar. Assim, a condição dos enfermos é um apelo que interrompe a indiferença e abranda o passo de quem avança como se não tivesse irmãs e irmãos.” (grifos meus)

No Dia Mundial do Doente não convida apenas à oração e à proximidade com os que sofrem. É também momento oportuno para a sensibilização do povo de Deus, das instituições de saúde e toda a sociedade civil para uma nova forma de avançar juntos.

Afirma o Papa que a Palavra de Deus é oportuna na denúncia, mas também na apresentação de propostas na prática da fraternidade, no nível mais próximo uns dos outros, bem como um tratamento organizado realizado pelo ministério de sacerdotes, no trabalho de operadores de saúde e agentes sociais, no empenho de familiares e voluntários, graças aos quais cada dia, em todo o mundo, o bem se opõe ao mal.

A pandemia aumentou o sentimento de gratidão por tantos que trabalham em prol da saúde, assim como a investigação médica, mas ao sair desta tragédia coletiva, é necessário que cada país realize uma busca ativa de estratégias e recursos a fim de serem garantidos a todo o ser humano o acesso aos cuidados médicos e o direito fundamental à saúde.

Aprendamos com a recomendação do samaritano ao estalajadeiro - «Trata bem dele!» (Lc 10, 35), e acolhamos a Palavra de Jesus que nos diz a cada um de nós - «Vai e faz tu também o mesmo», pois efetivamente «fomos criados para a plenitude que só se alcança no amor. Viver indiferentes à dor não é uma opção possível» (Fratelli Tutti nº 68), conclui o Papa.

Conclui nos concedendo a Bênção Apostólica, confiando-nos à intercessão de Maria, Saúde dos enfermos: todos os doentes; os que cuidam deles em família, com o trabalho, a investigação médica e o voluntariado; os que se esforçam por tecer laços pessoais, eclesiais e civis de fraternidade. 

 

PS: Se desejar, confira a mensagem na integra

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/sick/documents/20230110-giornata-malato.html

 

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