domingo, 11 de fevereiro de 2024

Os degraus que nos levam ao cume da virtude (VIIDTCA)

 


Os degraus que nos levam ao cume da virtude
 
Na passagem do Evangelho do 7º Domingo do Tempo Comum (ano A), Jesus nos exorta amar os inimigos (Mt 5,38-48).
 
Sejamos enriquecidos pelo Sermão do Doutor São João Crisóstomo (séc. V), retomando parte deste:
 
“'Ouvistes o que foi dito: amarás a teu próximo e odiarás o teu inimigo. Porém eu vos digo: amai aos vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem, para que sejais filhos de vosso Pai que está nos céus, que faz se levantar o sol sobre bons e maus e faz chover sobre os justos e injustos’ (Cf Mt 5,43-45).
 
Observa como colocou a conclusão de todos os bens. Por isso ensinou a ter paciência com aqueles que nos esbofeteiam e até mesmo a apresentar-lhes a outra face; e não apenas juntar o manto à túnica, mas a caminhar por duas milhas mais com quem nos requisitou para uma, para que em seguida aceitasses com maior facilidade o que era superior a estes preceitos; ou seja, que quem cumprir tudo isso não tenha inimigos. Pois bem: existe algo ainda mais perfeito, porque Ele não diz: Não odeies, mas ama. Não disse: não prejudique, mas sim favoreça. Se alguém examina cuidadosamente, encontrará um acréscimo muito maior que este. Porque agora não só manda amá-los, mas a também rogar por eles.
 
Observas a que degraus subiu e como nos elevou até o próprio cume da virtude? Quero que o medites, enumerando-os desde o princípio: o primeiro grau é não injuriar; o segundo, quando injuriados, não nos vingarmos; o terceiro, não aplicar sobre o autor o mesmo castigo com o qual nos fere, mas sim ter mansidão; o quarto, oferecer-se voluntariamente a sofrer injúrias; o quinto, oferecer ao injuriador muito mais do que ele nos exige; o sexto, não odiar a quem nos faz semelhante injustiça; o sétimo, inclusive amá-lo; o oitavo, ainda favorecê-lo. Finalmente, o nono: rogar a Deus por ele. [...]” (1).
 
Ele nos fala dos degraus que Jesus subiu e como nos elevou até o próprio cume da virtude:
 
1º - Não injuriar;
2º - Quando injuriados, não nos vingarmos;
3º - Não aplicar sobre o autor o mesmo castigo com o qual nos fere, mas sim ter mansidão;
4º - Oferecer-se voluntariamente a sofrer injúrias;
5º - Oferecer ao injuriador muito mais do que ele nos exige;
6º - Não odiar a quem nos faz semelhante injustiça;
7º - inclusive é preciso amá-lo;
8º - Ainda mais: favorecê-lo;
9º - Rogar a Deus por ele.
 
Assim vivamos na planície do quotidiano, marcado, por vezes, pelas complexas relações com o próximo.
 
Deste modo, viveremos as Bem-Aventuranças, que Nosso Senhor Jesus Cristo nos apresentou, no alto da Montanha (Mt 5,1-12), e tão somente assim, luz do mundo e sal da terra seremos (Mt 5,13-16).
 
Subamos estes degraus para chegarmos ao cume da virtude, a fim de que vivamos o Mandamento Novo do Amor que nos deu nosso Senhor (Jo 13,34), e que viveu plenamente:  um amor com dimensão universal, sem limites, e que nos permite chegar ao cume da virtude.
 
 
(1) Lecionário Dominical Patrístico - Editora Vozes – 2013 - pp. 140-141

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