terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Eucaristia: partilha e a solidariedade

                                                         

Eucaristia: partilha e a solidariedade 

“Ainda não entendeis?” (Mc 8,21) 

Este foi o inquietante questionamento de Jesus aos Seus discípulos depois de multiplicar os pães e, ainda assim eles não terem entendido o que significou tal sinal, não compreenderem Sua ação, e tampouco Sua pessoa, Sua missão.

Também nós, muitas vezes, podemos encontrar dificuldade para compreender os acontecimentos, sobretudo, quando marcados pela tragicidade (uma perda súbita, a morte, um acidente).

Porém, por vezes, não somos capazes de ler e compreender os sinais da bondade de Deus nas vitórias, na superação, num desatar de uma situação, no descortinar dos véus de um acontecimento.

A vida tem seus mistérios, que muitas vezes só serão compreendidos na exata medida da fé, quando nos entregamos nas mãos d'Aquele que é fonte de todo nosso ser.

Na fidelidade ao Divino Mestre, como discípulos que o somos, haveremos de aprender as mais belas lições que de Seus lábios emanaram e que no Evangelho encontramos; compreendendo os fatos e a história com os olhos e a lógica de Deus. Somente assim, teremos um olhar profundo, capacidade de escuta e, de modo especial, um coração aberto a todos.

Na Barca/Igreja de Jesus nos refazemos de nossos cansaços em cada Eucaristia que celebramos e bem participamos. No Banquete Eucarístico renovamos nossas forças para que a fadiga da labuta pelo Reino e o enfrentar das dificuldades não nos fragilizem e não nos condenem ao fracasso e à derrota. Bem disse o Apóstolo: “Em Cristo somos mais que vencedores!” (Rm 8, 37).

É preciso que sejamos levedados pela Lógica de Sua Palavra e do Banquete Eucarístico que Ele celebrou com os Seus, prefigurados na partilha dos pães e peixes. Levedados pela “Lógica Eucarística” que se traduz em partilha e solidariedade para com o próximo.

Levedados pela “Lógica Eucarística”, as situações de ódio serão vencidas pela prática do Mandamento do Amor; as cobiças em gestos alegres de partilha; os pesadelos tornar-se-ão sonhos, pelos quais nos empenharemos sem esmorecimentos. 

Levedados por esta tão bela lógica, a cruz carregada é prenúncio da glória eterna, vitória anunciada e já celebrada, porque não sucumbimos e não desistimos de nossas quedas tantas.

As metas não serão tão apenas ponto de chegada, mas no Mistério da Páscoa, um novo começo, pois elas devem se subordinar a lógica maior e infinita do Reino, que consiste no melhor de Deus para cada um de nós.

Sejamos levedados pela Lógica Eucarística, vivendo o amor, a partilha e a solidariedade.

 

PS: Passagem do Evangelho de Marcos  (Mc 8,14-21)

 

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