domingo, 16 de fevereiro de 2025

A verdadeira felicidade (VIDTCC)

 



A verdadeira felicidade
 
A título de aprofundamento da passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,17.20-26; Mt 5,1-12), sobre as Bem-Aventuranças, que Jesus Cristo apresentou como projeto de vida para Seus discípulos, retomemos esta reflexão de Pe. José David Quintal Vieira, scj:
 
 “Desiludido pela vida, um beduíno isolou-se no deserto. Depois de muito andar entrou numa gruta tão enigmática como a sua vida.
 
Olhando as paredes nuas e frias, seguiu um rasto de luz.
 
– Entra, meu irmão – encorajou-o uma voz benévola.
 
Na penumbra viu então um eremita em oração.
 
– Tu vives aqui? – perguntou surpreso – Como consegues resistir sem conforto e longe de todos? Como podes ser feliz aqui?
 
O eremita sorriu:
 
– Eu vivo pobre mas tenho um grande tesouro. Olha para cima – E apontou para uma pequena abertura no teto da gruta – Que vês?
 
– Não vejo nada.
 
– De certeza que não descobres nada?
 
– Só um pedaço do céu…
 
– Só um pedaço de céu?! E não te parece que é um tesouro maravilhoso?
 
Jesus Cristo apresenta-nos hoje uma proposta de felicidade. Muitas vezes a nossa felicidade parece um projeto adiado: Só seremos felizes quando tivermos isto, quando fizermos aquilo, quando chegarmos ali… Depois ficamos frustrados porque a felicidade continua mais à frente, qual alvo móvel.
 
A felicidade é um caminho. Aproveite todos os momentos que tem, eles são um cantinho do céu. Não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo, com ou sem lágrimas. A felicidade é uma viagem, não um destino.”
 
Montanha (Evangelho de Mateus) ou planície (Evangelho de Lucas), de fato, as Bem-Aventuranças nos apontam um paradoxal caminho de felicidade, muitas vezes em total oposição à felicidade que o mundo propõe.
 
A exemplo do beduíno, tenhamos no horizonte o “pedaço do céu” para, com coragem, darmos testemunho de fé, como peregrinos de esperança, na vivência da caridade.
 
De fato, a felicidade é uma viagem que fazemos e não um destino, com suas renúncias, fidelidade e oração.
 
Importa que não nos percamos nesta viagem, e, assim, já sentiremos o gosto da verdadeira felicidade. 

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