segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Perdão: “O amor é mais forte que o pecado"

                                                      

Perdão: “O amor é mais forte que o pecado"

Quem nunca se deparou com afirmações como estas:

“Não consigo perdoar!”
“Perdoo, mas não esqueço!”;
“Tal pessoa não existe mais para mim!”...
E, tantas outras afirmações?

Perdoar é uma das mais difíceis exigências do Evangelho, tanto que Nosso Senhor a incluiu como um pedido na Oração que nos ensinou (Mt 6,7-15; Lc 11,2-4).

Somente com uma vida fundamentada na oração, poderemos dar e receber o perdão, que nos trará consequentemente cura e libertação, tantas vezes por nós desejada, trazendo-nos paz interior e felicidade.

O Bispo São João Crisóstomo (séc. IV) nos apresenta 5 vias da penitência, da reconciliação, para que curemos nossas chagas, recuperando a saúde e melhor participarmos da Mesa Sagrada:

1.  A reprovação dos pecados que cometemos;
2.  O perdão das faltas do próximo;
3.  A Oração;
4.  A esmola = solidariedade;
5.  A humildade.

Colocarmo-nos neste caminho penitencial, com certeza nos ajudará a compreender melhor quem nos ofendeu, e cumprir o ensinamento evangélico de perdoar até setenta vezes sete, isto é, sem limite (Mt 18,22). Perdoando-nos mutuamente, revestidos de sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão, serenidade (Col 3,12-13).

O monge beneditino Laurence Freeman apresenta seis estágios para que perdoemos de coração:

1.  A aceitação dos sentimentos que temos em relação ao outro: (ira, raiva, ódio);
2.  O desejo de mudança (não se consegue dormir direito, a alegria de viver não é mais a mesma...);
3.  Imaginar porque a pessoa fez o que fez para mim;
4.  Perceber o começo da mudança (o veneno está indo embora...);
5.  Transformar o veneno em compaixão;
6.  A reconciliação com o outro (não é possível se reconciliar sozinho).

É impossível ser feliz sem a prática do perdão, que é o mais maduro testemunho de que o amor é mais forte que o pecado (Catecismo da Igreja Católica 2844).

Nossa maturidade na fé está na exata medida de quanto somos capazes de perdoar.

Sem a prática do perdão, jamais poderemos rezar:

“Pai Nosso que estais nos céus...”.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG