“Evangelii Gaudium” – A Alegria do Evangelho
Os
apelos que aparecem na Exortação para que tenhamos uma Igreja em que as
Paróquias sejam “comunidade de comunidades”, solidárias e missionárias:
-
O perigo do mundo atual: a avassaladora oferta de consumo, que se trata de uma
tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, com a busca
desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. (n.3)
-
Convite a renovar o encontro pessoal com Jesus Cristo, e tomar a decisão de se
deixar encontrar por Ele, procurando-O dia a dia sem cessar. (n.3)
-
“Ao início do ser cristão, não há uma
decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma
Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”
(citando Papa Bento XVI) - (n.7)
-
Descobrir o rosto misericordioso de Deus, pois Deus nunca Se cansa de perdoar,
e somos nós que cansamos de pedir a sua misericórdia – “Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos,
suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para
diante!” (n.3)
-
Sagrada Escritura como fonte de alegria – inúmeras passagens que revelam a
comunicação da alegria pela intervenção e ação de Deus na História da Salvação
(n.4)
-
No Evangelho resplandece gloriosa a Cruz de Cristo com um convite insiste à
alegria (n.50).
-
“Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa” – (n.6).
-
“Um evangelizador não deveria ter
constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de
espírito, ‘a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for
preciso semear com lágrimas! E que o mundo do nosso tempo, que procura ora na
angústia ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de
evangelizadores tristes e descoroçoados, impacientes ou ansiosos, mas sim de
ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois forma quem recebeu
primeiro em si a alegria de Cristo’” (n.10).
-
É preciso voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, com novas
estradas, novos métodos criativos, e novas formas de expressão. Toda ação
evangelizadora autêntica é sempre “nova” (n.11).
-
Deus nos pede tudo na ação Evangelização, mas ao mesmo tempo nos dá tudo (n.12)
– nada nos falta para a evangelização: a Eucaristia, O Espírito Santo, a
Palavra de Deus...
-
A Nova Evangelização tem diante de si três âmbitos: a pastoral ordinária (fiéis
que frequentam regularmente a comunidade); em segundo lugar, as pessoas
batizadas que não vivem as exigências do batismo; finalmente aqueles que não
conhecem Jesus Cristo ou que sempre O recusaram.
-
Passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente
missionária (refere-se à DAP) - (cf. n.15 da Exortação).
A Exortação
tem como base a “Lumen Gentium”:
-
A reforma da Igreja em saída missionária;
-
As tentações dos agentes de pastoral e a necessária
conversão e vigilância: (espécie de complexo de inferioridade;
relativismo e a vida concreta; e o não dar a vida pelos outros na missão – n.78-80);
-
A Igreja vista como a totalidade do Povo de Deus que evangeliza;
-
A Homilia e a sua preparação;
-
A inclusão social dos pobres;
-
A paz e o diálogo social;
-
As motivações espirituais para o compromisso missionário da Igreja.
-
A paróquia que precisa de conversão – requer docilidade e a criatividade
missionária do pastor e da comunidade (n.28)
Parágrafo
fundamental:
“A paróquia é presença eclesial no
território, âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o
diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração... É
comunidade de comunidades, santuário onde os sedentos vão beber para
continuarem a caminhar, e centro de constante envio missionário. Temos, porém,
de reconhecer que o apelo á revisão e renovação das paróquias ainda não deu
suficientemente fruto, tornando-se ainda mais próximas das pessoas, sendo
âmbitos de viva comunhão e participação e orientando-se completamente para a
missão”;
- É preciso
repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das
comunidades. Uma Pastoral missionária requer ousadia e criatividade, mas sempre
em comunhão.
-
Cuidar para que a mensagem do Evangelho não perca o seu frescor e o perfume do
Evangelho – não se pode mutilar a integridade da Mensagem do Evangelho. (n.39)
-
Revisão de normas ou preceitos eclesiais que não sejam mais eficazes. (n.43)
-
Confessionário como lugar da misericórdia e não “uma Câmara de tortura.” (n. 44)
-
Igreja como uma mãe de coração aberto. (n.46)
“Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e
enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e
a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja
preocupada com o ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e
procedimentos.” (n.49)
-
Uma sociedade em rápidas mudanças: o que se pode chamar de mudança de época – a
sociedade pós-moderna (individualismo, relativismo, desestruturação da família,
esvaziamento da solidariedade desinteressada, crise de valores morais e éticos,
consumismo, violência, drogas, a busca do isolamento e da proteção...)
-
É preciso repensar a cidade e os tempos e espaços de oração, do diálogo e
encontro com O Senhor (n.72)
-
Como valorizar a piedade popular? (n.70)
-
Novos areópagos, novos espaços de oração e comunicação da Mensagem do Evangelho
(n.73).
-
reconhecer a contribuição da mulher na sociedade... (n.103)
-
Criação e valorização de Ministérios diversos (n. 104)- Pastoral Juvenil (n.105)
- “Não deixemos que nos roubem a
alegria da evangelização!” (n.83)
- “Elixir do demônio”:
“desiludidos com a realidade, com a Igreja ou
consigo mesmos, vivem constantemente tentados a apegar-se a uma tristeza
melosa, sem esperança, que se apodera do coração como o mais ‘precioso elixir
do demônio.’” (n.83)
-
“Uma das tentações mais sérias que sufoca
o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas
lamurientos e desencantados com cara de vinagre.” (n.85)
- “Não deixemos que nos roubem a
esperança” (n.86)
– “Às vezes o cântaro transforma-se numa
pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou
como fonte de água viva.”.
-
“Porque, assim como alguns quiseram um
Cristo puramente espiritual, sem carne nem Cruz, também se pretendem relações
interpessoais mediadas apenas por sofisticados aparatos, por ecrãs e sistemas
que se podem acender e apagar à vontade.” (n.88)
- “Não deixemos que nos roubem a
comunidade” (n.92) - sermos testemunhas – sal e luz – pertença
evangelizadora.
- “Não deixemos que nos roubem o
Evangelho” (n.97) – “Deus
nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pastorais. Este
mundanismo asfixiante cura-se saboreando o ar puro do Espírito santo, que nos
liberta de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência
religiosa vazia de Deus”.
- “Não deixemos que nos roubem o ideal do
amor fraterno!” (n.98-101)
– comunhão, ecumenismo, oração pelos
que nos chateiam, superação da inveja...
- “Não deixemos que nos roubem a força
missionária!”
“Os desafios existem para ser superados.
Sejamos realistas, mas, sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de
esperança.” (n.109)
E ainda, ressoando a Exortação, os Bispos do Brasil expressaram
o desejo de uma valente ação renovadora das Paróquias, a fim de que sejam:
“Espaços da iniciação cristã, da educação e celebração da fé,
abertas à diversidade de carismas, serviços e ministérios, organizadas de modo
comunitário e responsável, integradoras de movimentos de apostolado já
existentes, atentas à diversidade cultural de seus habitantes.”
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