segunda-feira, 25 de março de 2024

“Evangelii Gaudium” – A Alegria do Evangelho (Capítulo I e II)


                           
“Evangelii Gaudium” – A Alegria do Evangelho
Primeira Exortação Apostólica – Papa Francisco

Os apelos que aparecem na Exortação para que tenhamos uma Igreja em que as Paróquias sejam “comunidade de comunidades”, solidárias e missionárias:

- O perigo do mundo atual: a avassaladora oferta de consumo, que se trata de uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, com a busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. (n.3)

- Convite a renovar o encontro pessoal com Jesus Cristo, e tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, procurando-O dia a dia sem cessar. (n.3)

- “Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (citando Papa Bento XVI) - (n.7)

- Descobrir o rosto misericordioso de Deus, pois Deus nunca Se cansa de perdoar, e somos nós que cansamos de pedir a sua misericórdia – “Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante!” (n.3)

- Sagrada Escritura como fonte de alegria – inúmeras passagens que revelam a comunicação da alegria pela intervenção e ação de Deus na História da Salvação (n.4)

- No Evangelho resplandece gloriosa a Cruz de Cristo com um convite insiste à alegria (n.50).
- “Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa” – (n.6).

- “Um evangelizador não deveria ter constantemente uma cara de funeral. Recuperemos e aumentemos o fervor de espírito, ‘a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for preciso semear com lágrimas! E que o mundo do nosso tempo, que procura ora na angústia ora com esperança, possa receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes e descoroçoados, impacientes ou ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois forma quem recebeu primeiro em si a alegria de Cristo’” (n.10).

- É preciso voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, com novas estradas, novos métodos criativos, e novas formas de expressão. Toda ação evangelizadora autêntica é sempre “nova” (n.11).

- Deus nos pede tudo na ação Evangelização, mas ao mesmo tempo nos dá tudo (n.12) – nada nos falta para a evangelização: a Eucaristia, O Espírito Santo, a Palavra de Deus...

- A Nova Evangelização tem diante de si três âmbitos: a pastoral ordinária (fiéis que frequentam regularmente a comunidade); em segundo lugar, as pessoas batizadas que não vivem as exigências do batismo; finalmente aqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre O recusaram.

- Passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária (refere-se à DAP) - (cf. n.15 da Exortação).

A Exortação tem como base a “Lumen Gentium”:
- A reforma da Igreja em saída missionária;
- As tentações dos agentes de pastoral e a necessária conversão e vigilância: (espécie de complexo de inferioridade; relativismo e a vida concreta; e o não dar a vida pelos outros na missão – n.78-80);

- A Igreja vista como a totalidade do Povo de Deus que evangeliza;
- A Homilia e a sua preparação;

- A inclusão social dos pobres;
- A paz e o diálogo social;

- As motivações espirituais para o compromisso missionário da Igreja.

- A paróquia que precisa de conversão – requer docilidade e a criatividade missionária do pastor e da comunidade (n.28)

Parágrafo fundamental:A paróquia é presença eclesial no território, âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração... É comunidade de comunidades, santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar, e centro de constante envio missionário. Temos, porém, de reconhecer que o apelo á revisão e renovação das paróquias ainda não deu suficientemente fruto, tornando-se ainda mais próximas das pessoas, sendo âmbitos de viva comunhão e participação e orientando-se completamente para a missão”;

- É preciso repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das comunidades. Uma Pastoral missionária requer ousadia e criatividade, mas sempre em comunhão.

- Cuidar para que a mensagem do Evangelho não perca o seu frescor e o perfume do Evangelho – não se pode mutilar a integridade da Mensagem do Evangelho. (n.39)

- Revisão de normas ou preceitos eclesiais que não sejam mais eficazes. (n.43)
- Confessionário como lugar da misericórdia e não “uma Câmara de tortura.” (n. 44)
- Igreja como uma mãe de coração aberto. (n.46)

Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com o ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos.” (n.49)

- Uma sociedade em rápidas mudanças: o que se pode chamar de mudança de época – a sociedade pós-moderna (individualismo, relativismo, desestruturação da família, esvaziamento da solidariedade desinteressada, crise de valores morais e éticos, consumismo, violência, drogas, a busca do isolamento e da proteção...)

- É preciso repensar a cidade e os tempos e espaços de oração, do diálogo e encontro com O Senhor (n.72)
- Como valorizar a piedade popular? (n.70)

- Novos areópagos, novos espaços de oração e comunicação da Mensagem do Evangelho (n.73).
- reconhecer a contribuição da mulher na sociedade... (n.103)

- Criação e valorização de Ministérios diversos (n. 104)- Pastoral Juvenil (n.105)

- “Não deixemos que nos roubem a alegria da evangelização!” (n.83)

- “Elixir do demônio”:
desiludidos com a realidade, com a Igreja ou consigo mesmos, vivem constantemente tentados a apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperança, que se apodera do coração como o mais ‘precioso elixir do demônio.’” (n.83)

- “Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre.” (n.85)

- “Não deixemos que nos roubem a esperança” (n.86)“Às vezes o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva.”.

- “Porque, assim como alguns quiseram um Cristo puramente espiritual, sem carne nem Cruz, também se pretendem relações interpessoais mediadas apenas por sofisticados aparatos, por ecrãs e sistemas que se podem acender e apagar à vontade.” (n.88)

- “Não deixemos que nos roubem a comunidade” (n.92) - sermos testemunhas – sal e luz – pertença evangelizadora.
- “Não deixemos que nos roubem o Evangelho” (n.97) – “Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pastorais. Este mundanismo asfixiante cura-se saboreando o ar puro do Espírito santo, que nos liberta de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência religiosa vazia de Deus”.

- “Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!” (n.98-101) comunhão, ecumenismo, oração pelos que nos chateiam, superação da inveja...

- “Não deixemos que nos roubem a força missionária!” “Os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas, sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança.” (n.109)

E ainda, ressoando a Exortação, os Bispos do Brasil expressaram o desejo de uma valente ação renovadora das Paróquias, a fim de que sejam:

“Espaços da iniciação cristã, da educação e celebração da fé, abertas à diversidade de carismas, serviços e ministérios, organizadas de modo comunitário e responsável, integradoras de movimentos de apostolado já existentes, atentas à diversidade cultural de seus habitantes.”

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