O Maligno não tem poder sobre nós
Inquietos, por vezes, ficamos e nos perguntamos – “Por que Deus não impede que as tentações sejam lançadas sobre nós?”
O Bispo e Doutor da Igreja, São João Crisóstomo (séc. V), assim responde:
1º Para que vejamos que Deus nos fez muito mais fortes;
2º Para que não nos estimemos excessivamente, com ensoberbecimento pela grandeza do dom que nos foi conferido, visto que as tentações nos mantêm em humildade;
3º Para que o demônio maligno, duvidando se é verdade que renunciamos a ele, pela experiência das tentações se confirme que de tudo nos afastamos;
4º Para que sejamos forjados pela dureza e mais forte que o ferro;
5º Para que com isto tenhamos a demonstração do grande tesouro que nos foi confiado.
O Bispo também nos diz:
“O demônio não te atacarias se não te visse colocado nas mais altas honras. Tal foi o motivo de alta dignidade. Pela mesma razão se levantou contra Jó, ao vê-lo recompensado e louvado pelo Deus de todos...
O demônio nos ataca especialmente quando nos vê sozinhos e quando andamos afastado dos outros. Assim atacou a mulher nas origens, aproximando-se dela quando estava só, sem seu marido.
Quando ele vê a vários reunidos, não se atreve a atacar. Por isto convém que com frequência nos congreguemos, para que não sejamos presa fácil do diabo...
Não ataca Jesus enquanto está jejuando, mas quando teve fome, para que aprendas que grande bem é o jejum, e que arma tão poderosa contra o demônio; e que depois do Batismo não te entregues aos prazeres, nem à embriaguez, nem às iguarias, mas ao jejum. Por isso Jesus jejuou, não porque Ele o necessitasse, mas para instruir-nos”.
São lições muito preciosas para serem aprendidas, para que vivamos intensamente a Quaresma, vencendo as ciladas do inimigo, crescendo e amadurecendo na comunhão fraterna, e celebrando no Banquete da Comunhão e da Vida, a Santa Eucaristia.
Tão somente assim poderemos vencer o Maligno, como o Senhor o fez, e com Ele celebrar a jubilosa e transbordante alegria pascal.
Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp. 562-563.
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