domingo, 9 de março de 2025

Não nos deixeis cair nas tentações do Maligno


 

Não nos deixeis cair nas tentações do Maligno
 
Com vistas ao aprofundamento da passagem do Evangelho de Lucas (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13), retomemos três respostas que muito nos iluminam, sobretudo quando inquietos, por vezes nos perguntamos -  “Por que Deus não impede que as tentações sejam lançadas sobre nós?”
 
1º - Orígenes (séc. III), um escritor cristão de grande erudição:
 
“Deus não quer impor o bem, quer seres livres [...]. Para alguma coisa serve a tentação. Ninguém, senão Deus, sabe o que a nossa alma recebeu de Deus, nem nós próprios.
 
Mas a tentação manifesta-o para nos ensinar a conhecermo-nos e desse modo descobrir a nossa miséria e obrigar-nos a dar graças pelos bens que a tentação nos manifestou”. (1)
 
2º - Bispo e Doutor da Igreja, São João Crisóstomo (séc. V):
 
1º Para que vejamos que Deus nos fez muito mais fortes;
 
2º Para que não nos estimemos excessivamente, com ensoberbecimento pela grandeza do dom que nos foi conferido, visto que as tentações nos mantêm em humildade;
 Para que o demônio maligno, duvidando se é verdade que renunciamos a ele, pela experiência das tentações se confirme que de tudo nos afastamos;
 
 Para que sejamos forjados pela dureza e mais forte que o ferro;
 
 Para que com isto tenhamos a demonstração do grande tesouro que nos foi confiado.
 
3º - Bispo e Doutor, Santo Agostinho (séc. V):
 
“Como vencer se não combater, como combater se não formos tentados. Se n’Ele somos tentados, com Ele também venceremos”. E ainda: "O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar - se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação".
 
Importante que tenhamos na mente e no coração estas palavras, sobretudo quando ao rezarmos a Oração Dominical, o “Pai-Nosso”, e suplicarmos: “... e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.
 
Sempre oportuno lembrar as tentações vencidas por Jesus no deserto: do ter, poder e ser (acúmulo, dominação e prestígio – respectivamente).
 
Jesus venceu o Maligno não somente no deserto, mas em toda a Sua Missão na fidelidade ao Pai, conduzido e cheio do Espírito Santo, com uma vida marcada, ao contrário do proposto por Satanás (partilha, serviço e humildade).
 
Com Ele, também nós devemos resistir ao Maligno, e assistidos pelo Espírito Santo, também venceremos, em total fidelidade à onipotência do amor do Pai. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG