Peregrinar na esperança com o fermento
do amor e da verdade
Como peregrinos de esperança, nosso peregrinar só será agradável a Deus
se nos deixarmos levedar pelo fermento do amor e da verdade, de tal modo que
estaremos em contínuo caminho de conversão, e em necessária vigilância, para
que a hipocrisia não manche nossas vestes batismais.
O que é a hipocrisia? Vejamos o que nos diz Raniero Cantalamessa:
“O que é a hipocrisia? É
uma tentativa para ludibriar a Deus; é a falsidade do coração, a ilusão do
contentar a Deus com as aparências, quase se iludindo de que Ele possa se
enganar e tomar por coisa boa o que não é...
O hipócrita é, no fundo,
um falsário, alguém que tenta pagar a Deus com moeda falsa, alguém que o honra
com os lábios enquanto seu coração está longe de Deus (cf. Mt 15,8).” (1)
Se a vida do discípulo for envolvida pela hipocrisia, estará sendo
envolvidoa pelas trevas da ignorância como nos disse o bispo e doutor da
Igreja, São Cirilo de Alexandria (séc. V):
“De fato, aqueles que
estão envoltos nas trevas da ignorância não poderão conduzir ao conhecimento da
verdade aqueles que se encontram em idênticas e calamitosas condições. Pois de
tentá-lo, ambos acabarão caindo no fosso das paixões.”
No entanto, se nos
deixarmos levedar com o fermento do amor e da verdade, seremos conduzidos pelo
Santo Espírito, seremos uma árvore boa a produzir frutos bons, e tiraremos do
tesouro de nosso coração, coisas boas, como nos falou Jesus na passagem do
Evangelho (cf. Lc 6,39-45).
Vejamos o que nos diz Paulo
sobre os frutos do Espírito que devemos produzir, como peregrinos da esperança:
“Os frutos do Espírito
são perfeições que o Espírito Santo forma em nós, como primícias da glória
eterna. A Tradição da Igreja enumera doze: «caridade, alegria, paz, paciência,
bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência,
castidade» (Gl 5, 22-23 segundo a Vulgata)”. (2)
Oremos:
Ó Deus, levedados
pelo fermento do amor e da verdade, dai-nos a perfeita coerência cristã, e que
ela seja visibilizada pela ação que reflete o que se fala; fala-se o que se
pensa; e se pensa o que se reza.
Dai-nos, ó
Deus, a perfeita coerência, para que não sejamos guias cegos, caindo com quem
nos foi confiado, no fosso das paixões.
Senhor
Deus, enviai-nos Vosso Santo Espírito, para que fiéis nos seguimento do Vosso
Filho, transformemos em fé viva o que lemos, ensinemos o que cremos, e
procuremos realizar tudo o que ensinarmos, a fim de que não sejamos meros
ouvintes e pregadores de Vossa Palavra. Amém.
(1) Comentário
sobre a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 6,39-45) - O Verbo se faz carne –
Raniero Cantalamessa – Editora Ave Maria -2012 – pág. 642
(2)Catecismo da Igreja Católica parágrafo n. 1832
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