sexta-feira, 4 de outubro de 2024

“Pela misericórdia de Deus...”


“Pela misericórdia de Deus...”

Reflexão à luz da passagem da Carta de Paulo aos Romanos (Rm 12,1-2);

“Pela misericórdia de Deus, eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: Este é o vosso culto espiritual. Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e de julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, isto é, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.”

Alguns verbos são expressivos nos ajudam a fortalecer nossos passos, neste itinerário de conversão que nos é proposto, de modo especial, no Tempo da Quaresma.

O Apóstolo exorta em nome da misericórdia divina, para que façamos progressos espirituais cada vez maiores.

Vejamos, portanto, os mencionados verbos:

1º – “a vos oferecerdes - urge que sejamos sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, pois nisto consiste o verdadeiro e frutuoso culto espiritual. Fazer da vida uma eterna e agradável oferenda a Deus, sobretudo colocando nossa vida no Cálice Sagrado do Senhor, configurados a Ele no Seu Mistério de Paixão e Morte, celebrando piedosa, ativa e frutuosamente a Sua Memória.

2º – “Não vos conformeis com o mundo – ou seja, não compactuar com a mentalidade do mundo, para que sal, luz e fermento sejamos, como bem nos falou o Senhor, nas passagens evangélicas, e próprio Apóstolo Paulo na Carta aos Filipenses, sobre ter os mesmos sentimentos de Jesus (Fl 2,5).

3º – “transformai-vos – implica viver em permanente atitude de conversão, para que melhora correspondamos aos desígnios de Deus, dando passos sucessivos na escala da perfeição e santidade.

4º – “renovando vossa maneira de pensar e julgar – a fim de que sejamos moldados pela mão de Deus, porque obras imperfeitas e inacabadas somos.

5º – “distinguir o que é a vontade de Deus” – discernir entre bem e o mal; a mentira e o ódio; o justo e desejável por Deus; o pecado e a graça; o que conduz à vida ou à morte; enfim, fazer o bom uso da liberdade de arbítrio, que por Ele nos foi concedida.

Reflitamos:

- Como estamos realizando a vontade de Deus?
- Como rezamos ao repetir as palavras que o Senhor nos ensinou, na “Oração do Pai Nosso”: – “Seja feita a Vossa vontade...”?

Concluindo, se necessário e possível, procurarmos o Sacramento da Penitência, para confessarmos nossos pecados. E absolvidos dos mesmos, iniciarmos um novo caminho, para bem celebrarmos a Páscoa do Senhor.


(1) Lecionário comentado – Tempo Quaresma e Páscoa – Editora Paulus – 2011 – p. 202 

O perdão de Cristo: reconciliação e superação

 


O perdão de Cristo: reconciliação e superação
 
Na sexta-feira da 26ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Livro de Baruc (Br 1,15-22).
 
Trata-se de um autor desconhecido, embora se apresente como secretário de Jeremias, durante o exílio da Babilônia (Br 1,1-2).
 
A passagem é uma prece de confissão, em que os exilados se dirigem a Deus, como sentida expressão da conversão sincera da comunidade judaica: A Aliança com Javé, laço vital entre Deus e Seu povo, foi dilacerada com o pecado.
 
Após a confissão dos pecados, é apresentada a mensagem de esperança da intervenção divina, exortando à confiança em Javé e a possibilidade da alegria com a atitude misericordiosa de Deus para com o povo. 
 
De fato, o Amor de Deus move a história, pois está sempre disposto a perdoar o afastamento dos filhos rebeldes, e a reatar com eles uma história de libertação e de salvação. Um novo êxodo está por vir, é preciso manter a serena alegria e confiança indispensável.
 
Este amor de Deus expresso no perdão nos foi revelado, mais tarde, por Jesus Cristo, o Filho Amado:
 
“O perdão de Cristo não quer levar à passividade nem à fuga. Sequer é uma espécie de vazia e insípida tranquilidade interior. A reconciliação é convite a nos purificarmos sempre mais em contínua superação” (1).


Deste modo, vivenciar a misericórdia de Deus, como o próprio Jesus nos revelou em várias passagens do Evangelho, requer de nós sempre novos rumos, atitudes, novas posturas e novos relacionamentos. Jamais a permissividade ou a conivência com o pecado; ao contrário, sua destruição, nos fazendo sempre novas criaturas, para que vivamos a graça do Batismo.
 
(1) Missal Cotidiano – Editora Paulus – 1995 - Pág. 1339
 

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

“Envia-me, Senhor”

                                                        

“Envia-me, Senhor”

"A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.
 Por isso, pedi ao dono da messe
 que mande trabalhadores para a colheita” (Lc 10, 2)

Vejamos algumas exigências no discipulado, na fidelidade ao envio que o Senhor faz à luz da passagem do Evangelho de São Lucas (10,1-12), conforme Comentário do Missal Cotidiano:

1-          A mansidão necessária na árdua missão de ser enviado como cordeiro em meio aos lobos (v.3);

2-              A pobreza – não confiar nos bens materiais (bolsa, sacola, sandálias) – Sua Confiança é tão apenas na onipotência e força divina, para que o coração não fique dividido e a missão fragilizada, dando um contratestemunho indesejável (v.4);

3-              Espírito de paz – é instrumento da paz compreendida como plenitude vida, alegria, comunhão, de todos os bens divinos necessários para que sejamos felizes plenamente (vv.5-6);

4-       Não ter exigências e viver na gratuidade e na confiança na divina providência que nada nos deixa faltar (v.7);

5-             Solicitude e interesse pelos necessitados anunciando a estes a alegria da Boa Nova do Reino que os acolhe, inclui, ama, perdoa, cura (v.8-9);

6-              Perseverante – se rejeitado continuar em frente, sem jamais desistir do anúncio. Nada pode interromper sua missão, nenhuma rejeição, nenhum obstáculo encontrado no caminho.

7-               Sendo enviado do Senhor, a acolhida implica em acolhida do próprio Deus, de outro lado a rejeição aos enviados do Senhor não ficará impune, pois Deus tratará com maior rigor aqueles que se fecharem a Boa Nova do Reino de Deus.

São sete orientações que Nosso Senhor apresenta aos Seus discípulos ao enviá-los, dois a dois. São 72 que vão à Sua frente, a toda cidade aonde Ele próprio devia ir (v. 1). De casa em casa comunicando a Boa Nova do Reino até que toda a cidade seja iluminada.

Sintamo-nos enviados a proclamar esta mesma Boa Notícia, sempre atual e transformadora da vida daqueles que foram enviados e daqueles que acolhem este anúncio, com a coragem por Deus em nós fortalecida para sermos prontos e perseverantes em nossa resposta: 

"Envia-me, Senhor, com Vosso Espírito,
Para anunciar o Reino de Deus,
Reino de amor, vida, verdade, justiça e paz.
Amém!”

“Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor”

“Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor”

À luz da Primeira Epístola do Apóstolo São Pedro (1Pd 1,22-23), reflitamos sobre o essencial da vida cristã, na fidelidade a Jesus Cristo, Nosso Senhor:

“Pela obediência à verdade, purificastes as vossas almas, para praticar um amor fraterno sem fingimento. Amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor. Nascestes de novo, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a Palavra de Deus, viva e permanente”. 

Purificados pelo Sangue de nosso Redentor, redimidos de nossos pecados, reconciliados com Deus, como discípulos missionários Seus, vivendo em comunidade, precisamos cada vez mais fazer progressos no amor fraterno –“amai-vos, pois, uns aos outros, de coração e com ardor”.

Nossas comunidades haverão de ser sempre espaço de aprendizado do amor mútuo, quando com humildade cada um reconhecer seus pecados e limitações, compreender e aprender a perdoar, em necessárias e contínuas conversões na prática do perdão, contando sempre com a graça e misericórdia divinas.

Este amor vivido e fortalecido, de modo especial, nutrido ao participarmos do Banquete Eucarístico, torna-se missão, de modo que deve chegar aos mais necessitados, aos empobrecidos, a todos que venham a precisar de acolhida, pão, água, liberdade, como o Senhor mesmo nos falou na passagem de Mateus (Mt 25,31-46).

Que Deus nos conceda a graça, fortaleza e sabedoria necessárias, para que edifiquemos uma Igreja em que a perfeição e a santidade sejam buscadas, reconhecendo sempre nossa condição finita, limitada e pecadora, mas sempre abertas às novas e luminosas realidades.

Santos Anjos: reverência, gratidão e confiança

 


Santos Anjos: reverência, gratidão e confiança

No dia 29 de setembro, celebramos a Festa dos Arcanjos São Miguel (Quem é como Deus?), São Rafael (Deus cura!) e São Gabriel (O poder de Deus).

Na Sagrada Escritura, encontramos inúmeras passagens que nos falam dos Anjos e Arcanjos. Não podemos ignorar a realidade dos Anjos.

A devoção aos Anjos da Guarda foi cultivada desde os começos do cristianismo, celebramos a Memória dos Santos Anjos da Guarda, no dia 2 de outubro,  instituída pelo Papa Clemente X no século XVII - 1615.

Os Anjos da Guarda são mensageiros de Deus encarregados de guardar por cada um de nós, e podemos contar com sua proteção no caminho como peregrinos da esperança, e tem uma tríplice função, segundo a literatura judaica:

a) adoração e louvor de Deus;

b) agentes ou mensageiros divinos de assuntos humanos;

c) guardiães dos homens e das nações (Hb 12,15). (1)

Quanto aos anjos, assim nos falou o Papa São Gregório Magno (séc. VI):

“...é preciso saber que a palavra Anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes santos espíritos da Pátria Celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados Anjos, porque somente são Anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos Anjos; os que levam as maiores notícias, Arcanjos…”;

Mais tarde, São Bernardo – séc. XII):

E para que nas alturas nada falte no serviço a nosso favor, envias os Teus Santos Espíritos a servir-nos, confia-lhes nossa guarda, ordenas que se tornem nossos pedagogos.

 

A teu respeito, ordenou a Seus anjos que te guardem em todos os teus caminhos. Esta palavra quanta reverência deve despertar em ti, aumentar a gratidão, dar confiança. Reverência pela presença, gratidão pela benevolência, confiança pela proteção. Estão aqui, portanto, e estão junto de ti, não apenas contigo, mas em teu favor...

São fiéis, são prudentes, são fortes; por que trememos de medo? Basta que os sigamos, unamo-nos a eles e habitaremos sob a proteção do Deus do céu”.

Intensifique-se a reverência, gratidão e confiança pelos anjos que conosco estão, como peregrinos da esperança que somos, na fidelidade a Jesus, como discípulos missionários Seus.

Vençamos todo o medo, como bem nos exortou o bispo acima mencionado.

 

 

(1)  Comentários à Bíblia Litúrgica – Gráfica Coimbra 2 – pág. 889

A Solene proclamação da Palavra e a Ceia Eucarística

                                                  

A Solene proclamação da Palavra e a Ceia Eucarística

Ouvimos, na Liturgia da quinta-feira da 26ª Semana do Tempo Comum (ano ímpar), a passagem do Livro de Neemias (Ne 8,1-4.5-6.7b-12), uma das páginas mais lembradas da história de Israel do pós-exílio.

Esta passagem é o primeiro texto em que se descreve uma grande Liturgia da Palavra com a participação de todo o povo, revelando a espiritualidade do Povo de Deus: cultivar a memória das grandes riquezas do passado, suas culpas, sofrimentos e, ao mesmo tempo, a sua esperança num futuro melhor (1).

Trata-se do tempo da reconstrução de Jerusalém, no sétimo mês do ano 445, um tempo de grandes desafios e renovados compromissos de todos.

O Governador Neemias e o Sacerdote e Escriba Esdras organizam uma festa, e nesta é proclamada a Lei do Senhor: reúne-se uma grande assembleia, não no Templo, mas em uma praça.

Alguns elementos que encontramos nesta Liturgia da Palavra celebrada: “o púlpito, do qual a Palavra é proclamada; o leitor; a presidência dos anciãos; a abertura do rolo da Torá; o pôr-se de pé; a inclinação profunda do povo e a sua resposta á Palavra: ‘Amém! Amém!” (vers. 6)” (2), o sim decisivo de fidelidade à Aliança com Deus.

Esta proclamação da Palavra de Deus se constitui num grande momento de festa, seguido de um banquete, em que mesmo os pobres podem, neste dia, banquetear-se, como convém numa ocasião solene, num serviço em favor dos mais pobres, de modo que a alegria que procede de Deus somente será verdadeira se  partilhada e não vivida individualmente (3).

Hoje também em nossas celebrações estes elementos devem se fazer presentes e merecem toda a dignidade, para que de fato a Liturgia seja fonte e ápice da vida da Igreja, como nos falou o Concílio Vaticano II: Contudo, a Liturgia é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde procede toda a sua força.”

Reflexão oportuna para a avaliação de nossas Missas e Celebrações, para que tenham sua beleza e riqueza próprias, e venham nutrir a espiritualidade do Povo de Deus que delas participam, renovando os sagrados compromissos com a Boa-Nova do Reino.



(1)   Missal Cotidiano – Ed. Paulus – p. 1333
(2)   Lecionário Comentado – Editora Paulus – Vol. II – p. 467.
(3)   Idem p.467

Exigências para a missão que o Senhor nos confia

                                                

Exigências para a missão que o Senhor nos confia

“O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, dizíamos ainda recentemente
a um grupo de leigos, ou então se escuta os mestres,
é porque eles são testemunhas”
(Papa São Paulo VI)

A Liturgia da quinta-feira da 26ª Semana do Tempo Comum nos convida a refletir sobre o envio que Jesus faz aos Seus discípulos e as exigências da missão evangelizadora.

É missão do discípulo ser portador da paz, da vida e da esperança de um mundo novo, e esta missão contemplamos na passagem do Livro do Profeta Isaías (Is 66, 10-14c).

O Profeta, mesmo numa situação difícil, em que o Povo de Deus se encontrava (martirizado, sofrido e angustiado), tem palavras de confiança e esperança.

Apresenta a ação divina com imagens de fecundidade e vida: somente Deus pode oferecer ao Seu povo o “shalom”, ou seja, saúde, fecundidade, prosperidade, amizade com Ele e com os outros, a felicidade total.

O Profeta tem sempre uma palavra que convida à alegria. Deus age por meio dele. Também nós somos Profetas, voz de Deus, num mundo também marcado pelo sofrimento, angústia, dores, prantos e morte.

Ontem e hoje, vivendo a vocação profética, somos convidados a superar o medo e a angústia e sentir a presença e a força de Deus conosco, não nos curvando diante dos temores que nos paralisam.

É oportuno nos questionarmos sobre a mensagem que temos a oferecer, como Igreja e Profetas do Reino, neste contexto.

Da mesma forma, o Apóstolo Paulo se dirigiu aos Gálatas (Gl 6, 14-18), nos exortando ao testemunho radical, que passa pela cruz, para alcançarmos a glória, e assim, possa nascer a vida do Homem Novo em nós:

Só gerados e alimentados por essa fonte é que poderemos ser novas criaturas. No que diz respeito, Paulo declara que no centro da sua glória não está a observância rigorosa da Lei, mas Cristo Crucificado”

Retomando a mensagem do Evangelho (Lc 10,1-12), somos continuadores da missão de Jesus, e pelo Batismo todos somos chamados a anunciar a alegria do Reino de Deus, não obstante as dificuldades que possam surgir. 

O comentário do Missal Dominical é enfático ao afirmar: “... Não há missão sem perseguição, sem sofrimento e sem Cruz.

A Cruz pelo Reino de Deus, aceita com amor, é o sinal da vitória sobre o mal e a morte...

O que o Senhor nos pede é a fidelidade a Ele, à Sua mensagem e ao Seu estilo de anúncio. Não nos garante o êxito” (pp. 1169-1170).

Jesus envia 72 discípulos, de dois em dois, pois a ação é comunitária, e apresenta a eles algumas exigências e advertências:

-   Terá que enfrentar dificuldades;
-    Viverá a pobreza, confiando tão apenas na providência divina;
-    Crerá na força libertadora da Palavra de Deus;

-    Viverá  a urgência da missão (não pode haver perda de tempo);
-    Será totalmente dedicado à missão;
-    Será portador da paz;

-    Combaterá contra o mal que se contrapõe ao Reino de Deus;
-    Exultará de alegria por terem os nomes inscritos no céu, no livro da vida.

Deste modo, é preciso que o discípulo missionário confie na Palavra de Deus, com desprendimento, coragem, ousadia, confiança  na providência de Deus e paixão por Ele, e carregando a cruz quotidiana, pois somente Cristo interessa para nossa Salvação, de modo que nossa identificação com Ele se dará na intensidade que amarmos como Ele nos ama.

Reflitamos:

-  Qual é a nossa fidelidade à missão que Deus nos confia?
-  Quanto nos empenhamos para que percebam em nós a alegria da chegada do Reino de Deus?

-  Percebem as pessoas que somos prisioneiros do mais belo Amor, Jesus Cristo, marcados pelo sinal da Cruz, com expressão do amor radical, da liberdade, da vida, doação e serviço?

-  Como viver mais intensamente a missão, por Deus, a nós confiada?
-  Em quem depositamos nossa confiança e esperança?

Retomo as palavras do Papa São Paulo VI: “O homem contemporâneo escuta com melhor boa vontade as testemunhas do que os mestres, dizíamos ainda recentemente a um grupo de leigos, ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas”.

Participando das Mesas Sagradas do Senhor, sejamos iluminados e fortalecidos por Sua Palavra, e revigorados pelo Pão da Imortalidade, para continuarmos, com coragem e fidelidade, a missão que Ele nos confia. Amém.

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