segunda-feira, 20 de novembro de 2023

A permanente caminhada de fé

                                                        

A permanente caminhada de fé

Na segunda-feira da 33ª Semana do Tempo Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Lucas (Lc 18,35-43), quando Jesus Se aproximando de Jericó, curou um cego que estava sentado à beira do caminho.

Oportuno retomar o Comentário do Missal Dominical para o 30º Domingo do Tempo Comum (Ano B), quando se proclama a passagem paralela do Evangelho de Marcos (Mc 10,46-52), para reflexão e o aprofundamento da vivência de nossa fé, como discípulos missionários do Senhor.

“... Se, no passado, a fé podia constituir uma explicação ou uma interpretação do universo, um lugar de segurança diante dos absurdos da história e do mistério do mundo, hoje não é mais assim.

Os movimentos de ideias, o processo tecnológico, a expansão do consumo, os movimentos migratórios e turísticos, a urbanização crescente e caótica com as consequentes dificuldades de integração comunitária, a agressão da publicidade, a instabilidade política, econômica e social, com todos os problemas daí derivados, concorrem para aguçar a dilaceração interior, ainda mais sensível nos homens de cultura.

Neste quadro, a carência de uma fé consciente e robusta favorece a dissolução da religiosidade, até a ruptura total com a prática religiosa”. (1)

Como vemos, não há mais lugar para uma fé anônima e sem compromissos, pois há sempre um itinerário a ser percorrido para que nossa fé tenha os “predicativos desejáveis” e “aditivos indispensáveis”

“Num mundo como o nosso, não há mais lugar para uma fé anônima, formalista, hereditária. É necessária uma fé fundada no aprofundamento da palavra de Deus, na opção e nas convicções pessoais. Uma fé conscientemente abraçada e não passivamente recebida em herança.

Tudo isto comporta um novo modo de enfrentar o problema da iniciação cristã, um novo modo de considerar a evangelização e a sacramentalização. Abre-se um imenso campo de ação à pastoral em geral e à catequética particularmente.

O cristão deverá percorrer (ou repercorrer, se se trata de adulto) não tanto um caminho feito de etapas e gestos sacramentais, mas um itinerário de fé, um catecumenato renovado, sem o qual não têm sentido nem eficácia os gestos sacramentais feitos em prazos fixos.” (2)

Assim é a caminhada de fé: um processo permanente, no qual é preciso que se avance para não recuar, sem qualquer possibilidade de desistência do carregar da cruz, ainda que adversos e difíceis sejam os momentos por que possamos passar.

Oremos: 
“Deus eterno e Todo-Poderoso, aumentai em nós
a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar
o que prometeis. Por N.S.J.C. Amém!”



(1) Missal Dominical - Editora Paulus - pág. 1057.
(2) Idem.

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG