sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Inflamados pelo “Fogo ardente do Senhor”

                                                            

Inflamados pelo “Fogo ardente do Senhor”

Sejamos enriquecidos pela Instrução sobre a Compunção, escrita pelo Abade São Columbano (séc. VII).

“'Quão venturosos são os servos a quem o Senhor, ao chegar, os encontre vigiando!' Feliz aquela vigília na qual se espera ao próprio Deus e Criador do Universo, que supera tudo e tudo preenche. Oxalá Se dignasse o Senhor despertar-me do sono de minha indolência, a mim que, mesmo sendo desprezível, sou  Seu servo!

Oxalá me inflamasse no desejo de Seu amor incomensurável e me incendiasse com o fogo de Sua divina caridade! Resplandecente com ela, brilharia mais que os astros, e todo o meu interior arderia continuamente com este fogo divino!

Oxalá meus méritos fossem tão abundantes que minha lâmpada ardesse sem cessar durante a noite, no templo de meu Senhor e iluminasse a todos que entram na casa de meu Deus!

Concede-me, Senhor, suplico-Te, em nome de Jesus Cristo, Teu Filho e meu Deus, um amor que nunca diminua, para que com Ele minha lâmpada sempre brilhe e não se apague nunca, e suas chamas sejam para mim fogo ardente e para os demais luz brilhante.

Senhor Jesus Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, digna-Te acender Tu mesmo nossas lâmpadas, para que brilhem sem cessar em Teu templo e de Ti, que és a luz perene, elas recebam luz perfeita com a qual se ilumine a nossa obscuridade, e se afastem de nós as trevas do mundo.

Peço-Te, meu Jesus, que acendas tão intensamente a minha lâmpada com Teu esplendor que, à luz de uma claridade tão intensa, possa contemplar o Santo dos santos que está no interior daquele grande templo, no qual Tu, Pontífice eterno dos bens eternos, penetraste; que ali, Senhor, eu Te contemple continuamente e possa assim desejar-Te, amar-Te e querer-Te somente a Ti, para que a minha lâmpada, em Tua presença, esteja sempre flamejante e ardente.

Peço-Te, Salvador amantíssimo, que Te manifestes a nós, que chamamos a Tua porta, para que, conhecendo-Te, amemos somente a Ti e unicamente a Ti; que Tu sejas nosso único desejo, que dia e noite meditemos somente em Ti, e em Ti unicamente pensemos.

Alumina em nós um imenso amor para contigo, que corresponde à caridade com a qual Deus deve ser amado e querido; que esta nossa dileção para Ti invada todo o nosso interior e nos penetre totalmente, inunde todos os nossos sentimentos a tal ponto, que já não possamos amar nada fora de Ti, o único eterno.

Assim, por muitas que sejam as águas da terra e do firmamento, nunca chegarão a extinguir em nós a caridade, segundo a quilo que diz a Escritura: 'As águas torrenciais não poderão apagar o amor'.

Que isto chegue a realizar-se, ao menos parcialmente, por Teu dom, Senhor Jesus Cristo, a quem pertence a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (1)

Assim, vivamos na vigilância e na oração, na espera do Senhor que vem, com lâmpadas acesas na mão, e o fogo do Seu divino amor no coração.

Sejamos sinais e instrumentos do Senhor, em todo e qualquer lugar, sobretudo nas situações e realidades mais difíceis, quando somos chamados a dar razão de nossa esperança.

Inflamados pelo amor do Senhor e vigilantes sempre na sua espera gloriosa, fiquemos com Ele para sempre, e com Sua Pessoa, Palavra e Projeto nos comprometamos. Amém.


(1) Lecionário Patrístico Dominical - Editora Vozes - 2013 - pp. 695-696.

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