segunda-feira, 10 de junho de 2024

Quando a Cruz parecer pesada demais... Sejamos cristãos de fato! (parte I)

                                                              

Quando a Cruz parecer pesada demais... Sejamos cristãos de fato!

Sejamos iluminados pela Carta aos Romanos, escrita pelo Bispo e Mártir Santo Inácio de Antioquia (séc I).

“A ninguém jamais seduzistes, mas ensinastes a outros. Quanto a mim também quero que continue firme o que ensinais e prescreveis.

Pedi apenas para mim as forças interiores e exteriores, a fim de que não só fale, mas o queira; para que não só seja chamado de cristão, mas reconhecido como tal.

Se me reconhecerem, então serei chamado cristão e minha fé será manifesta, quando não mais aparecer aos olhos do mundo.

Nada do que é aparente é bom. Pois o nosso Deus, Jesus Cristo, Ele mesmo, de novo vivo no Pai, agora Se manifesta sempre mais.

O Cristianismo não é resultado de persuasão, mas de grandeza, quando é objetivo de ódio para o mundo.

Tenho escrito a todas as Igrejas e a todas elas faço saber que com alegria morro por Deus, contanto que vós não me impeçais.

Suplico-vos: Não demonstreis por mim uma benevolência intempestiva.

Deixai-me ser alimento das feras, porque através delas, pode-se alcançar a Deus.

Sou trigo de Deus: Que seja eu triturado pelos dentes das feras para tornar-me puro Pão de Cristo!

Instigai, ao contrário, os animais para que neles encontre o meu sepulcro e nada reste de meu corpo para não ser pesado a ninguém, depois de adormecer.

Então serei verdadeiramente discípulo de Cristo, quando o mundo não mais vir sequer o meu corpo.

Suplicai a Deus por mim, que por este meio me torne uma hóstia para Deus.

Não vos dou ordens como Pedro e Paulo. Eles são apóstolos, eu, um condenado, eles, livres, eu, escravo até agora.

Mas se eu sofrer serei um liberto de Jesus Cristo e n’Ele ressurgirei livre. Agora, algemado, aprendo a nada cobiçar.

Desde a Síria até Roma venho lutando, com as feras, de dia e de noite, por terra e mar, amarrado a dez leopardos, isto é, ao grupo de soldados.

Eles, ao receberem benefício tornam-se ainda piores. Aprendo mais com suas injúrias, mas só por isso não sou justificado.

Quem me dera alegrar-me com as feras preparadas para mim! Desejo-as bem velozes. Afagá-las-ei para que me devorem depressa.

Não aconteça comigo como a alguns nos quais nem sequer, medrosas, tocaram. Se elas resistirem e não me quiserem, eu as obrigarei à força.

Perdoai-me! Eu sei o que me convém. Agora começo a ser discípulo.
Que nada, tanto das coisas visíveis quanto das invisíveis, segure o meu espírito, a fim de que eu possa alcançar Jesus Cristo.

Que o fogo, a cruz, um bando de feras, os dilaceramentos, os cortes, a deslocação dos ossos, o esquartejamento, as feridas pelo corpo todo, os duros tormentos do diabo venham sobre mim para que eu ganhe unicamente a Jesus Cristo!”

Esta Carta, lida dentro de seu tempo, e em todo tempo, oferece-nos incontáveis questionamentos, pois Santo Inácio é uma ressonante voz de quem se enamorou, irrenunciavelmente e irrevogavelmente, por Jesus Cristo.

O mundo Pós-Moderno precisa de “Inácios de Antioquia”. A cada tempo a Igreja tem seus “Inácios”, corajosos e confiantes no Senhor!

A Comunhão dos Santos, verdade de nossa fé, nos coloca em plena comunhão com uma voz que nunca mais calou:

Porque morto, por amor a Jesus, por Deus foi Ressuscitado.  Santo Inácio está junto daqueles que continuam falando conosco, pela memória, pela palavra anunciada e testemunhada.

Santo Inácio não falou apenas com palavras, com os lábios, mas com a vida, e, no ato máximo da doação, com o martírio.

Acolher seu testemunho nos fará mais fortes nas provações, inquietações, incompreensões na família, na comunidade e em todo lugar.

Percebemos o quanto ainda nos falta amadurecer na fé, na fidelidade, na coragem, no seguimento, na missão que o batismo nos confiou.

Recoloca-nos no caminho da fidelidade mais audaciosa e mais corajosa no seguimento de Cristo.

Reclamaremos sempre menos, quando o nosso amor por Jesus for um pouco mais.

É preciso que sejamos cristãos, de fato. Verdadeiramente cristãos, fazendo de seu exemplo mais uma luz a acender em nosso caminho e revigore nossa espiritualidade cristã!

Reflitamos:

- Como tenho vivido meu Batismo?
- Tenho sido cristão, de fato, em todos os lugares e circunstâncias?

- Quais as provações que já enfrentei por causa de Jesus e Seu Evangelho?
- Quais as que ainda persistem no meu caminho?

- O que este tão belo testemunho desperta em minha reflexão?
- Sou puro trigo de Deus, para ser puro pão de Cristo como Santo Inácio o foi?

Creio em Deus Pai todo Poderoso...

PS: Liturgia das Horas Vol.III - pp. 289-290. 

Quando a Cruz parecer pesada demais… Sejamos cristãos de fato! (parte 2)

                                               

Quando a Cruz parecer pesada demais…
Sejamos cristãos de fato! 

Continuemos a leitura da Carta do Bispo Santo Inácio de Antioquia aos Romanos, escrita num contexto de perseguição, sofrimentos, martírios.

Como crerão na Ressurreição se não morrermos por Ele?
Como enfrentarmos a morte, sem a esperança da eternidade?

O que leva a estes testemunhos e atos heroicos? É a grande pergunta que emerge, e clama por uma resposta.

Em procura da resposta, temos certeza de que a notícia mais revolucionária que nossa fé professa é a promessa da imortalidade, a Ressurreição dos Mortos.  

Crer no Mistério da Páscoa, na passagem da morte para a vida, a âncora da esperança da imortalidade, que levou a atos heroicos Santo Inácio e tantos outros, como já o dissemos.

São memoráveis testemunhos a serem lidos com a dimensão pascal, em que a vida venceu a morte.

A consciência de que uma vida consumida e entregue por Cristo, será retomada na glória dos céus.

Santo Inácio, como tantos, não desejou a morte pela morte. Não se trata de um ato masoquista, de desvalorização ou falta de apreço pela vida presente. 

Trata-se da fé em Deus e de um amor que transcende às compreensões puramente humanas, concepções gerais da vida e quaisquer categorias de pensamentos filosóficos.

Além de todas as explicações lógicas, puramente materiais, existenciais e temporais.

Numa palavra: a fé em Deus e o amor por Ele transcendem a tudo que possamos pensar e tentar explicar, porque é de racionalidade transcendente por natureza.

A pós-modernidade, que prega o individualismo, o hedonismo, a finitude da vida, o consumismo, o relativismo de todas as coisas, não consegue captar e compreender seu sentido e conteúdo.

Com esta introdução, coloquemo-nos em imediata leitura da Carta.
Deixemos que o Espírito suscite instigantes pensamentos e questionamentos.

“Nem as delícias do mundo nem os reinos terrestres me interessam.
Mais vale para mim morrer em Cristo Jesus do que imperar até os confins da terra.

Procuro Aquele que morreu por nós: Quero Aquele que por nós ressuscitou.

Meu nascimento está iminente. Perdoai-me, irmãos! Não me impeçais de viver, não desejeis que eu morra, pois desejo ser de Deus.

Não me entregueis ao mundo nem me fascineis com o que é material.

Deixai-me contemplar a luz pura, onde, lá  chegando, serei homem.
Concedei-me ser imitador da paixão de meu Deus.

Se alguém O possui no coração, entenderá o que quero e terá compaixão de mim, sabendo da ânsia que me atormenta.

O príncipe deste mundo deseja arrebatar-me e corromper meu amor para com Deus.

Nenhum de vós, aí presentes, o ajude. Ponde-vos antes de meu lado, ou melhor, do lado de Deus.

Com efeito, não podeis pronunciar o nome de Jesus Cristo, enquanto cobiçais o mundo.

Não more em vós a inveja. Mesmo que eu em pessoa vos rogasse algo diferente, não me escuteis.

Crede antes no que vos escrevo. Vivo, vos escrevo, desejando morrer. Meu amor está crucificado.

Não há em mim fogo que busque alimentar-se da matéria, apenas uma água viva e murmurante dentro de mim, dizendo-me em segredo: Vem para o Pai!

Não sinto prazer com o alimento corruptível nem com as volúpias deste mundo.

Quero o Pão de Deus, a carne de Jesus Cristo, que nasceu da linhagem de Davi.

E quero a bebida, O Seu Sangue, que é a caridade incorruptível.
Não quero mais viver como os homens. Isto acontecerá se vós quiserdes.

Querei-o, rogo-vos, para que sejais vós também queridos. Com poucas palavras dirijo-me a vós.
Acreditai-me: Jesus Cristo vos manifestará que digo a verdade,
Ele que é a boca verdadeira pela qual o Pai verdadeiramente falou.
Pedi vós por mim, para que o consiga.

Não por motivos carnais, mas segundo a vontade de Deus que foi que vos escrevi. Se for martirizado, vós me quisestes bem. Se for rejeitado, vós me odiastes.

Lembrai-vos em vossas Orações da Igreja da Síria, que tem Deus em meu lugar. Em lugar do bispo, Jesus Cristo e a vossa caridade a governarão.

Envergonho-me de ser contado entre seus membros, pois não sou digno disto, já que sou o ultimo deles e como que um aborto.

Na verdade, alcançarei a misericórdia de ser alguém se possuir a Deus.

Saúdam-vos o meu espírito e a caridade das Igrejas que me recebem em nome de Jesus Cristo e não como um passante qualquer.

De fato, as Igrejas, que não se acham no caminho por onde vou passando, antecipam-se a meu encontro em cada cidade” (1)

Reflitamos:

- Por quantas verdades nos movemos?
- Por quantas verdades somos capazes de morrer?

- Creio na Ressurreição da Carne, na vida eterna?
- Tenho uma fé genuinamente Pascal, a exemplo de Santo Inácio de Antioquia?

Súplicas que brotam no mais fundo de nosso coração, quando refletimos e contemplamos a convicção e o testemunho de Santo Inácio, e de todos que na vida o sangue derramaram por amor de Cristo, sejam semente de novos cristãos e cristãs.

Que a vida por amor sacrificada, de Santo Inácio, nos leve ao esforço de nos tornarmos alegre e agradável oferenda a Deus, como hóstias santas e imaculadas!

Inspirados pelo seu exemplo, sejamos mais, decididamente, comprometidos e apaixonados por Cristo, na espera de um dia gozarmos as delícias da eternidade. Amém!  


PS: Liturgia das Horas vol. III - pág. 293-294.

Há sinais de luz na escuridão da noite!

                                                   


Há sinais de luz na escuridão da noite!

Esta reflexão foi inspirada no Livro Sabedoria (Sb 18,6-9), quando o autor fazia memória da Noite da Libertação em que Deus interveio, libertando-os da escravidão do Egito.

Continuamos resgatando a memória desta noite...

Quando celebramos a Eucaristia: Memorial da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando cremos na força interventora de Deus na história

Quando cremos num Deus aliado e apaixonado pela vida dos pobres!

Quando cremos em Deus que suscitou e suscita Profetas e Profetizas de um novo tempo!

Quando cremos que o Verbo Se fez e Se faz Carne, não mais no ventre de Maria, mas no nosso coração e na carne da História. O Verbo Se faz Carne na História para o seu resgate!

Quando amarmos Cristo em nossa vida e o imitarmos em Sua morte como fez e faz nossos mártires de ontem e de hoje!

Quando sacrários vivos do Senhor se dobram silenciosamente e em adoração diante do Sacrário. Silêncio não como ausência de sons, mas com o ressoar do Verbo-Palavra que habitou entre nós!

Quando o povo simples calcula suas dívidas e contas e se refaz nas contas de um terço!

Quando acreditamos na missão da Igreja que é Evangelizar, ajudando a construir comunidades mais perseverantes na Doutrina dos Apóstolos, na Fração do Pão, na Comunhão Fraterna e na Oração!

Quando juntos, homens e mulheres, numa autêntica e madura relação de gênero sabem viver a complementaridade e subsidiariedade!

Quando somamos e multiplicamos nossas forças para que nossas lutas, sonhos e compromissos saiam da tinta da caneta para a prática expressiva e concreta!

Quando sabemos romper toda barreira de preconceitos raciais, sexuais e sociais que ainda nos dividem e nos empobrecem (muitas vezes dentro da própria Igreja).

Quando há aqueles que se organizam para defender o espaço, a ecologia, o kosmos, o homem e a mulher, a criação num compromisso com o Criador...

Quando vivemos a necessária intervenção de Deus na vida de nosso povo, conduzindo-o à Terra Prometida, da partilha, da saciedade de toda e qualquer fome e sede de amor, vida em abundância e paz, sobretudo se considerarmos a realidade de fome e miséria crescente que estamos vivendo.

Quando passamos de uma devoção estéril à Maria a uma prática e imitação de suas virtudes: Confiança, disponibilidade, serviço, alegria, profetismo, esperança...

Quando percebemos a intervenção de Deus, a luz aparece na escuridão da noite de nosso tempo. O “Kairós” anseia pela Luz Divina.

Há sinais de luz na escuridão da noite!

Há sinais de luz na escuridão da noite, porque sinto que disse muito, mas ainda não disse nada! Porque como disse São Francisco: “Deus é o nunca bastante”, ou ainda como disse Santo Agostinho: “Deus é um Mistério tão inextinguível que uma vez encontrado ainda falta tudo para encontrá-Lo”.

Há sinais de luz na escuridão da noite de nosso tempo, porque acredito que muitos poderão me ajudar a completar e enriquecer esta reflexão...

 “A nós descei divina luz...
Em nossas almas acendei o Amor de Jesus”

A vida é um dom precioso de Deus

 


A vida é um dom precioso de Deus
 
“De longe Iahweh me apareceu:
Eu te amei com amor eterno, por isso conservei para ti o amor” (Jr 31,3)
 
Infelizmente, quase todos os dias, ouvimos notícias que nos preocupam: o alto índice de suicídio entre a juventude; transtornos mentais; automutilações; depressão e indiferença para com a realidade da própria existência, e tantos outros fatos.
 
Que palavra dirigir aos jovens, para que redescubram o valor sagrado de sua vida, e quão preciosa ela é aos olhos de Deus, da Igreja e de todos nós?
 
Inicialmente, lembremo-nos sempre que Jesus também foi jovem, e deu a Sua vida em uma fase que hoje definimos como um jovem adulto. E foi em plena juventude que começou a Sua missão pública e, assim, brilhou “uma grande luz” (Mt 4, 16), sobretudo quando levou até o extremo o dom da Sua vida.
 
São preciosas as palavras do Papa Francisco, sobre a missão que Jesus confia à juventude e a todos nós: “acender estrelas na noite doutros jovens” (Christus vivit n.33).
 
Precisamos ajudar nossos jovens a fazerem um verdadeiro encontro pessoal com Jesus, e deste modo, terão um novo sentido para viver, e um horizonte de alegria, vida e esperança.
 
Em Jesus Cristo, todos os jovens podem se rever, por isto Ele ilumina a juventude de hoje como jovem que foi e, com Ele, cada jovem pode aprender a:
 
- ter confiança incondicional em Deus, que é nosso Pai, com um olhar de esperança para o futuro;
 
- cultivar amizades sinceras, assim como Ele teve e cultivou, mesmo nos momentos difíceis as manteve vivas;
 
- viver uma profunda compaixão pelos mais fracos, especialmente os pobres, os doentes, os pecadores e os excluídos;
 
- amar a vida como dom precioso de Deus, ainda que tenhamos dificuldades, provações, e relacionamentos difíceis no dia a dia.


Deste modo, cada jovem viverá o aprofundamento da amizade e intimidade com Ele, redescobrindo que a vida é dom divino e precioso aos olhos de Deus, e assim reencontrarão sentido para todo o existir, com compromissos e projetos que promovam a vida e testemunhem um amor gratuito e solidário, como discípulos missionários do Senhor, cultivando a esperança de um novo dia. Coragem, querida juventude!

Revigorados e animados para a missão

Revigorados e animados para a missão


Retomemos a passagem da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios (2 Cor 13,11-13):

“Enfim, irmãos, alegrai-vos, procurai a perfeição, encorajai-vos, tende um mesmo pensar, vivei em paz, e o Deus do amor e da paz estará convosco.

Saudai-vos uns aos outros com o beijo santo. Todos os santos vos saúdam.

A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós”.

Sete palavras do Apóstolo são iluminadoras para nosso caminhar de discípulos missionários do Senhor: fraternidade, alegria, perfeição, coragem, comunhão, amor e paz.

Com a força do Espírito Santo, na fidelidade ao Senhor, no renovado compromisso com o Projeto de Deus é preciso:

Viver como irmãos e irmãs, no mesmo caminhar de fidelidade ao Senhor, no carregar de nossa cruz cotidiana, assim Ele nos chamou e nos falou (Lc 9,23).

Irradiar sempre a alegria Pascal, alegria plena e verdadeira, somente com o Senhor e no Senhor, exortou o Apóstolo aos Filipenses (Fl 4, 4)

Buscar incansavelmente a perfeição, pois também o Senhor nos falou – “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito” (Mt 5,48).

Renovar a coragem em nossas travessias, enfrentando ventos e tempestades do cotidiano – “Coragem, sou Eu, não tenhais medo” (cf. Mt 14,22-33).

Fortalecer incansavelmente a comunhão, vivendo o amor de Deus, pois “a caridade é o vínculo da perfeição” (Cl 3,14).

Viver, inseparavelmente, os Mandamentos do amor que nosso Senhor nos deu: “amai-vos uns aos outros assim como Eu vos amei e ao próximo como a si mesmo” (Jo 15,12-17).

Promover em todo o tempo e em todo o lugar a paz, pois os bem-aventurados que promovem a paz, serão chamados filhos de Deus (Mt 5,9).

Concluindo, poderemos nos saudar com as palavras do Apóstolo, de modo que assim, estas terão densidade de conteúdo:

‘A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (2Cor 13,13).

Ainda que percas...

                                                        

Ainda que percas...

Por vezes, o verbo perder nos surpreende:
Ainda que percamos a lembrança de sua conjugação,
Poderá se fazer presente na história de cada pessoa.

Por vezes, se faz presente no subjuntivo:
Ainda que se perca a capacidade de sonhar,
Que seja tão apenas por um instante.

Ainda que se percam as forças, é preciso resistir,
Renovando-as em silêncio orante recolhido,
Pelo imensurável amor divino, renovado e envolvido.

Que apareça em nossa vida como imperativo afirmativo:
Perca você todo o medo, insegurança e n’Ele confie;
No Senhor, que nos acompanha e fortalece.

Na forma do imperativo negativa seja conjugado:
Não perca jamais o encanto e o sentido do viver,
Revitalizando os laços de ternura com o Amado Redentor.

perda das folhas das árvores no outono
São necessárias para novo florescer,
E no tempo certo novamente florir.

perda das oportunidades que tivemos,
Ainda que não voltem da mesma forma,
Viveremos à espera que possam se repetir. 

perda do brilho dos olhos pelas dificuldades
Ou pelas provações, incompreensões ou decepções,
O brilho voltará, se não houver a perda da fé.

perda de alguém que partiu para a eternidade,
Não é uma “perda”, como dizemos, pois alguém advertiu:
Porque cremos e sabemos onde se encontra: céu.

perda da própria vida por causa do Senhor,
Não será perda para sempre, pois Ele nos disse:
“Quem perder a sua vida por causa de mim, a encontrará” (Mt 16,25).

Em poucas palavras...

 


Leitura Orante da Palavra de Deus

“Os Padres espirituais, parafraseando Mt 7, 7, resumem assim as disposições do coração, alimentado pela Palavra de Deus na oração: «Procurai na leitura e achareis na meditação; batei à porta na oração e ela abrir-se-vos-á na contemplação»”. (1)

 

(1)Santo Ambrósio – citado no parágrafo 2654 do Catecismo da Igreja Católica

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