quinta-feira, 6 de março de 2025

Sejamos fortalecidos pela Graça Divina

                                                       

Sejamos fortalecidos pela Graça Divina 

Na passagem do Evangelho da quinta-feira depois das Cinzas - (Lc 9,22-25) - Jesus nos convida: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me.”; e nos garante: “quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará.”

Evidentemente, “... só quem está disposto a perder a sua vida por Cristo está destinado a encontrá-la; somente arriscando tudo pelo Evangelho pode encontrar a salvação.

O discípulo sabe que a derrota vivida com o Mestre não é definitiva... Para poder escolher livremente renegar a si mesmo, oferecer a própria vida por amor, é necessário antes estar consciente do próprio valor, de ser dono de si mesmo e de se amar...” (1)

É oportuno começar a Quaresma acolhendo a Palavra, que nos convida a olhar para o final, para o Mistério da Morte e Ressurreição de Cristo, para que, ao final deste Tempo, venhamos a celebrar com alegria e exultação o Tríduo Pascal.

Deste modo, é preciso viver o desapego de si mesmo para colocar-se totalmente no seguimento de Jesus, Caminho que nos leva ao Pai, pois nos revela, pelo Espírito, o que Deus espera de cada um de nós.

No entanto, às vezes somos tentados a viver um cristianismo sem Cruz, o que seria uma evasão do mundo e o esvaziamento das exigências da fé cristã, por isto é necessário que a cruz retomada, a cada dia, com coragem e fidelidade, nos faça cada vez mais comprometidos com a Evangelização, solidificando e fortalecendo nossa fé.

Na caminhada de fé é preciso que sejamos vigilantes ao apego de si mesmo, pois este apego, sem renúncias, despojamentos, esvaziamentos, amadurecimentos, consiste, inexoravelmente, numa total esterilidade humana e espiritual, crendo que do lado trespassado de Jesus, da Árvore fecunda da Cruz, nos foi restituída a vida, exatamente onde ela apareceu totalmente derrotada, mutilada crudelissimamente, foi alcançada a Ressurreição.

O que aparentemente pareceria derrota, o malogro maior da história, o fracasso imensurável e incomparável jamais visto, tornou-se ali mesmo, para nós, o lugar do Nascimento, do Alimento e da mais bela Vitória.

Não ficou morto para sempre Aquele que por nós morreu. O Pai, que jamais o abandonou, o Glorificou, o Ressuscitou. E, desde então gloriamo-nos tão apenas na Cruz de Nosso Senhor, e isto implica na coragem de renunciar a si mesmo, tomar a cruz de cada dia e segui-Lo com ardor e fidelidade até que alcancemos a glória da eternidade.

Façamos uma santa caminhada quaresmal, experimentando e testemunhando o admirável poder da Cruz, na qual resplandece o julgamento do mundo e a vitória do Crucificado, Vivo, Ressuscitado. Amém! 

 

(1) Lecionário Comentado – Tempo da Quaresma – Páscoa – p.44. 

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4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG